Quem é pai ou mãe sabe que cada fase na vida dos filhos traz os seus desafios, principalmente quando os herdeiros ainda são crianças. E é em decorrência de uma grande mudança de paradigma que surge a escolite, uma condição relativamente comum que afeta estudantes que ainda estão na pré-escola.
A escolite, também chamada de crechite ou síndrome da creche, ocorre exatamente por causa da entrada das crianças na pré-escola, quando há o primeiro contato mais incisivo dos pequenos estudantes com o mundo exterior.
Apesar de a escolite ser muito comentada hoje em dia, muitas pessoas ainda têm dúvidas sobre esse problema e os seus impactos na saúde das crianças acometidas. Por saber dessa realidade, decidimos criar este artigo para discorrer mais profundamente sobre essa síndrome típica dos tempos modernos.
Nos próximos tópicos, explicaremos o que é escolite, quais são os seus sintomas mais relevantes, como ela pode ser tratada, quais impactos ela traz e muito mais.
Este conteúdo é especialmente direcionado para pais e mães de crianças em idade pré-escolar e para professores da educação infantil que querem entender melhor a escolite. Acompanhe!
Afinal, o que é a escolite?
Diferente do que muitas pessoas pensam, a escolite não é uma doença em si, mas uma série de eventos atípicos identificados na saúde de crianças pequenas e que podem ocorrer em um espaço de tempo específico.
Aqui já vale explicar que a escolite, por vezes, é confundida com alguma patologia grave por causa do sufixo “ite”, que serve para indicar inflamações e outros tipos de doença, como tendinite, bursite, gastrite e outros.
A escolite tem, na verdade, ligação com problemas relacionados ao ambiente, ao sistema imunológico das crianças acometidas e também à psicologia de cada indivíduo que está tendo o primeiro contato com o mundo exterior ao ir para a pré-escola, como citamos anteriormente.
Por esse motivo, a escolite se manifesta basicamente por meio dos sintomas de doenças como gripe, disenteria, alergias de pele e até mesmo questões emocionais como apatia e reclusão. O termo serve apenas para apontar condições relacionadas ao momento vivido pela criança, não a uma patologia.
Segundo os especialistas, isso ocorre porque as crianças em idade pré-escolar (de 3 a 6 anos, geralmente) ainda não têm o sistema imunológico totalmente desenvolvido. Com isso, elas ficam suscetíveis ao contágio por alguma doença no contato com outros coleguinhas na sala de aula.
Por outro lado, essa mudança ambiental, onde os pequenos deixam de ficar 100% do tempo com os pais para passarem algumas horas com “estranhos”, pode gerar impactos emocionais, que, por sua vez, afetam o comportamento da criança e podem enfraquecer ainda mais o já frágil sistema imune do jovem indivíduo.
Dessa forma, é correto afirmar que essa síndrome é relativamente comum e “normal”, por assim dizer. É vital que pais e professores fiquem de olho nos sinais apresentados pelas crianças, a fim de procurar a melhor solução para cada caso.
Os principais sintomas da escolite
Como já foi dito antes, os “sintomas de escolite” são, na verdade, relacionados às verdadeiras doenças que embasam esse conceito, que foram citadas em partes no tópico anterior. Assim, uma criança acometida pela escolite pode apresentar:
- Tosse seca ou com secreção, coriza e outros sintomas referentes a alguma infecção respiratória;
- Febre, sintoma comum a infecções e inflamações;
- Dores de cabeça e atrás dos olhos, devido ao esforço ocular ou a alguma infecção;
- Dor no corpo e fraqueza, que pode ter raízes diversas;
- Falta de apetite, apatia e irritabilidade, que podem ser referentes a problemas emocionais devidos à adaptação na escola;
- Dores de barriga, náuseas e vômito, sintomas clássicos de problemas digestivos e/ou gástricos.
Ao identificar algum desses problemas, o ideal é procurar um especialista para identificar a doença causadora e os melhores tratamentos disponíveis.
Vale ressaltar que a maioria dos problemas de saúde que caracterizam a escolite têm origem em infecções virais, bacterianas ou fúngicas. Portanto, esse deve ser o foco da atenção básica aos alunos.
Tratamentos que podem ser usados no combate à escolite
Em geral, os tratamentos usados para combater as doenças atreladas à escolite são as mesmas intervenções convencionais, com o uso de medicamentos e a indicação de mudança de hábitos, quando necessário.
Porém, não custa frisar que cada doença pode agir de uma forma diferente em cada indivíduo. Por causa disso, uma avaliação junto a um médico pediatra é a chave para encontrar uma solução para o problema.
Como também já foi dito antes, essa ajuda deve ser procurada assim que os primeiros sintomas de alguma doença relacionada à escolite aparecerem.
Na maioria das vezes, os sinais são referências a doenças menos graves, mas podem também estar relacionados a condições mais severas, como a doença respiratória que provocou um caos pandêmico global entre 2020 e 2022.
Portanto, se o seu filho começar a apresentar algum sintoma nos primeiros dias que for à creche ou à pré-escola, procure um médico imediatamente.
O mesmo alerta vale para professores que notarem problemas de saúde em algum aluno. Nesses casos, a direção da escola e os pais ou responsáveis pela criança devem ser notificados de forma imediata.
É necessário isolar a criança com escolite durante o tratamento?
Assim como o tratamento para escolite em si, a necessidade de isolamento é totalmente condicionada a uma avaliação médica. Contudo, na maioria das vezes não é necessário isolar a criança acometida.
O motivo dessa não necessidade de isolamento é a leveza dos sintomas e a não periculosidade das doenças que estão no escopo da escolite. No mais, especialistas apontam que estar em grupo e fazer “coisas de criança” é a melhor forma de estimular o correto desenvolvimento do sistema imunológico dos pequenos.
Em alguns casos mais graves o isolamento pode ser requerido, principalmente se a doença adquirida for muito contagiosa e/ou tiver contornos de letalidade, como a referida doença pandêmica que assustou o mundo recentemente.
A escolite pode acometer crianças maiores e adolescentes?
Conceitualmente falando, é correto afirmar que a escolite é uma condição que afeta exclusivamente crianças em idade pré-escolar, que tenham até 6 anos de idade.
Afinal, essa síndrome possui raízes na deficiência imunológica que é característica de crianças pequenas, além de ter ligações com os primeiros contatos dos pequenos com o ambiente escolar.
Pode-se dizer que outras condições assemelhadas com a escolite, mas vistas em crianças maiores e adolescentes, certamente têm outras causas e outras implicações.
Existe prevenção para a escolite?
A única forma de tentar evitar a escolite é fazer a prevenção dessa condição antes mesmo de a criança ir a primeira vez para a creche ou pré-escola. Isso pode ser feito ainda na fase de amamentação e durante os primeiros meses de introdução à alimentação sólida.
Quando uma criança é bem amamentada e passa por uma transição alimentar estruturada e feita à base de alimentos saudáveis e nutritivos, o seu sistema imunológico tende a se desenvolver melhor e mais rápido. Ao chegar na pré-escola, anos mais tarde, ela terá melhores condições para resistir a possíveis infecções.
No caso de crianças que não receberam o aleitamento materno corretamente ou que tiveram uma alimentação pobre em nutrientes até então, ainda é possível reverter o eventual quadro de insuficiência imunológica.
Para tanto, pais e responsáveis devem incluir alimentos ricos em nutrientes (sobretudo vitaminas, sais minerais e proteínas) na rotina alimentar da criança antes de enviá-la ao ambiente escolar, a fim de promover um fortalecimento do seu sistema imunológico.
Se você é pai ou mãe e está próximo de enviar o seu filho para a pré-escola, fique atento a essas dicas. Por outro lado, se você é professor(a), promova campanhas de conscientização com foco na mudança de comportamento de pais e responsáveis nesse sentido.
A escolite pode impactar a vida escolar das crianças?
A resposta é sim. De uma forma ou de outra, a escolite pode afetar a vida escolar das crianças acometidas, mesmo que temporariamente.
Em primeiro lugar, podemos apontar os impactos na atenção dos alunos com escolite. Afinal, se nem mesmo adultos conseguem manter a atenção fixa em um ponto quando estão doentes, imagina-se o quão difícil isso se torna para crianças pequenas, que são desatentas por natureza.
Um segundo ponto é a própria questão emocional e cognitiva, que pode ser afetada grandemente pelas enfermidades que podem caracterizar a escolite. Inclusive, algumas dessas enfermidades podem ter relação direta com o fator mental, gerando apatia, falta de vontade de ir à escola, etc.
O papel dos pais junto aos filhos com escolite
Os pais e responsáveis possuem um papel crucial no contexto da escolite, pois são as pessoas mais próximas dos alunos que são expostos a essa condição, além de serem os principais responsáveis pela saúde desses pequenos estudantes.
Na condição de pai ou mãe de uma criança em idade pré-escolar, você deve primeiramente tomar todas as precauções para que o jovem indivíduo não venha a se infectar na escola e/ou desenvolver algum problema emocional que caracteriza a escolite.
Se mesmo assim a criança vier a apresentar sintomas da síndrome nas primeiras semanas de escola, ofereça socorro prontamente e de forma adequada. Siga também as orientações repassadas anteriormente neste artigo, procurando um médico pediatra para consultar o seu filho e descobrir o que ele tem.
Por fim, resumindo tudo o que dissemos acima, podemos ser taxativos em afirmar que o papel dos pais é proteger os filhos da escolite, com ou sem a presença de sintomas.
O que a escola e os educadores podem fazer a respeito da escolite?
Em consonância com o indispensável papel de pais e responsáveis em relação à escolite, a comunidade escolar, isto é, o conjunto de gestores e educadores, também possui uma importância vital para evitar e suprimir essa condição incômoda.
Uma das principais coisas que a escola pode – e deve – realizar são as boas e velhas campanhas de conscientização. É preciso usar canais digitais e físicos para apontar a existência da escolite e as formas de combatê-la. Afinal, existem muitos pais e responsáveis que sequer sabem que essa síndrome existe.
Atrelado a isso, a direção das escolas infantis pode realizar reuniões com os pais dos alunos que irão ingressar na pré-escola, também com o intuito de prevenir o acometimento de alunos novatos.
Também é esperado dessas instituições o desenvolvimento de parâmetros de segurança sanitária e limpeza dos ambientes frequentados pelos alunos, sobretudo para evitar a disseminação de doenças respiratórias, alergias e outros males transmissíveis.
Já os professores, são aqueles que atuam na linha de frente, no dia a dia, agindo como verdadeiros pais e mães para os pequenos alunos enquanto eles estão na escola.
Por esse motivo, o papel de conscientização e troca com a família do aluno ganha aspectos de proteção aos pequenos estudantes, sempre com foco em protegê-los de alguma forma.
Observando todos esses pontos, podemos afirmar que a união entre pais, gestores escolares e professores é uma barreira de proteção e tanto contra a escolite.
Existe um momento certo para o início da vida escolar?
Quando passam a entender o que é a escolite e quais impactos essa síndrome pode trazer, muitos pais e responsáveis se questionam sobre se existe, ou não, um momento certo para pôr as crianças na escola.
Esse questionamento surge do fato de essa condição acometer crianças em idade pré-escolar justamente por elas não terem um sistema imunológico potente o suficiente para protegê-las corretamente. É impreciso apontar com clareza uma idade correta e/ou ideal para levar crianças pequenas à escola.
Para se ter uma ideia da complexidade do assunto, tradicionalmente a vida escolar se inicia entre 2 e 3 anos de idade, porém, já existem locais que aceitam bebês com menos de um ano completo, devido à necessidade das mães de trabalharem no horário comercial.
Segundo a maioria dos principais pedagogos da atualidade, o desenvolvimento educacional só começa de fato a partir dos 3 ou 4 anos, quando as crianças acessam de fato a pré-escola para serem alfabetizadas e iniciadas nos conhecimentos científicos.
Antes da pré-escola, nas creches, o que se vê é um ensino mais leve e descontraído, para que as crianças se sintam em casa. Porém, essa ambientação é essencial para o desenvolvimento estudantil desses indivíduos, que logo mais entrarão na pré-escola, depois no ensino fundamental e assim sucessivamente.
Então, a dica final é: matricule o seu filho em uma creche assim que for possível, pois é o mais correto a se fazer educacionalmente falando. Quanto à escolite, mantenha em mente os padrões de segurança que citamos ao longo do texto e monitore o seu filho o máximo que conseguir, sempre em parceria com a comunidade escolar.
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