Como sempre fazemos questão de frisar aqui no blog da LUMA Ensino, as novas tecnologias são importantes aliadas da educação como um todo. Mas, quando mal utilizadas, essas novidades podem gerar problemas como a nomofobia.
A nomofobia é decorrente do uso de aparelhos eletrônicos e tem alcançado cada vez mais pessoas, sobretudo crianças, adolescentes e jovens em idade escolar. Porém, apesar de estabelecer um cenário preocupante, o problema pode ser evitado e tratado.
Neste artigo, abordamos o tema nomofobia, explicando o que é essa condição, quais são as suas causas e sintomas, bem como os impactos que ela pode gerar na vida das pessoas e na sociedade como um todo.
Além disso, damos dicas de como evitar o surgimento do problema e falamos sobre o que você, pai ou mãe, pode fazer para proteger o seu filho dele. Continue lendo!
Afinal, o que é a nomofobia?
O termo “nomofobia” vem diretamente da expressão em inglês no mobile phone phobia, que em tradução livre para o português significa algo como “medo de ficar sem telefone“.
E, como o próprio termo basilar explica, a nomofobia é caracterizada pela inquietação e/ou ansiedade sentidas ao ficar longe de dispositivos móveis, principalmente smartphones. E como você pode imaginar, isso é bastante comum hoje em dia.
Esse distúrbio pode aflorar em qualquer pessoa, de qualquer idade. Inclusive, pessoas adultas que trabalham com o telefone e precisam dele por questões profissionais podem apresentar um tipo de nomofobia mais relacionado à urgência.
A nomofobia patológica, por assim dizer, é aquela em que o indivíduo não apresenta nenhuma justificativa para as “crises de abstinência” quando está longe do celular. Esse tipo de comportamento é majoritariamente notado em crianças, adolescentes e jovens, como citamos antes.
Nos casos mais preocupantes, o motivo da inquietação é a distância de redes sociais, aplicativos de mensagem e jogos. Em algumas outras ocasiões, o indivíduo pode relatar que tem medo de não ficar bem informado ou de não poder pedir ajuda caso necessite.
Vale destacar que todos esses conceitos ainda não estão 100% comprovados pela comunidade científica internacional e, por isso, ainda não se pode taxar a nomofobia como um transtorno mental propriamente dito.
Entretanto, desde meados de 2008, quando o termo foi usado pela primeira vez, os efeitos desse fenômeno vêm sendo estudados e, a cada nova evidência, um real transtorno vem sendo confirmado.
Quais são as causas da nomofobia?
A principal causa da nomofobia é o uso de dispositivos móveis, principalmente smartphones. Todavia, nem todos os utilizadores desses dispositivos se tornam nomofóbicos. Esse fato alerta para os pormenores do uso dos smartphones.
Como exemplo de facetas do uso de dispositivos móveis que podem suscitar a nomofobia, podemos citar o uso excessivo, por horas a fio e sem propósito algum, que pode causar dependência no usuário.
Afinal, é fácil inferir que, se uma pessoa fica várias horas vendo vídeos, jogando ou conversando através do celular, poderá se viciar nas sensações que aquelas atividades geram. Assim, a qualquer sinal de distância disso por muito tempo, poderá começar a apresentar os sintomas do possível transtorno.
Outro fator que pode desencadear a nomofobia é tornar-se deliberadamente dependente do dispositivo móvel, por causa de aplicativos de banco, agendas, grupos de trabalho, etc. Pessoas que assim procedem podem chegar ao ponto de ficar incomunicáveis se estiverem longe do aparelho.
A pessoa pode ficar literalmente desesperada ao estar longe do seu celular, imaginando que alguém pode estar ligando ou que a sua privacidade possa estar sendo violada, por exemplo.
De toda forma, se o uso das tecnologias móveis não for regrado corretamente, o surgimento da sensação de perda, inquietação e ansiedade que caracterizam a nomofobia será inevitável.
Quais são os sintomas da nomofobia?
Como já citamos algumas vezes ao longo do artigo, os principais sintomas da nomofobia são ansiedade, inquietação e angústia ao ficar longe do smartphone.
No entanto, alguns sintomas secundários, ligados à ansiedade, podem ser vistos. Estamos falando de batimentos cardíacos irregulares, sudorese (suor excessivo), confusão mental, sensação de sufocamento, etc.
Além de tudo isso, o comportamento do nomofóbico também pode apresentar alguns outros sintomas, como:
- Sentir a necessidade de fazer pausas no trabalho para utilizar o celular;
- Despertar no meio da noite para mexer no smartphone;
- Ter preocupação excessiva de nunca deixar o celular descarregar;
- Ficar muito chateado, inquieto e/ou desconcentrado quando esquece o celular em casa;
- Verificar o celular frequentemente para ver se tem notificações;
- Ficar ansioso e inquieto quando está em um ambiente sem acesso à internet;
- Não conseguir se concentrar em provas, testes ou atividades laborais por causa da distância com o celular.
Vale frisar que todos os sintomas citados são decorrentes da observação feita por especialistas até o momento. Como a nomofobia ainda não é classificada como um transtorno mental confirmado, também não existe uma lista de sintomas que a caracterizem oficialmente.
Os impactos causados pela nomofobia
Como não poderia deixar de ser, a nomofobia pode trazer diversos impactos à vida cotidiana de um indivíduo, sobretudo no âmbito emocional e relacional. Isso porque essa condição afeta a capacidade das pessoas de se conectarem umas com as outras.
Para exemplificar, imagine que um nomofóbico marque para sair com a família em um almoço de domingo e acabe esquecendo o celular em casa. Esse indivíduo passará todo o passeio tenso e preocupado por ter esquecido o aparelho, o que com certeza poderá incomodar os seus familiares ali presentes.
Numa outra situação bem típica, há relatos de que pessoas acometidas por esse provável transtorno mental não conseguem se controlar durante o horário de trabalho por sentirem a necessidade de conferir o celular a todo momento. Isso pode desencadear uma queda na produtividade e até mesmo uma demissão.
Por fim, vale destacar o caráter restritivo da nomofobia, que é caracterizado pelo isolamento que as pessoas acometidas acabam apresentando. Quanto mais aficionado no mundo virtual o indivíduo fica, menos conectado com o mundo real ele se torna, o que pode desencadear transtornos mentais ainda mais graves, como a depressão e a ansiedade crônica.
Esses e outros exemplos não citados alertam para a importância de se evitar a nomofobia a todo custo, principalmente quando as pessoas em perigo são jovens em idade escolar.
O impacto na nomofobia na vida escolar dos alunos
Quando é observada no âmbito escolar, por meio das práticas de crianças, adolescentes e jovens, a nomofobia ganha contornos de gravidade ainda mais profundos do que nos adultos.
Afinal, essa conexão anormal com o mundo virtual pode literalmente tirar o jovem da realidade dos estudos, o que prejudicará o seu aprendizado, gerando notas baixas e um mau desempenho escolar no geral.
Além disso, essa dependência do mundo virtual, que é a raiz da nomofobia, pode potencializar problemas emocionais em crianças, jovens e adolescentes, pois eles são mais suscetíveis a esse tipo de problema.
Na internet, é muito fácil se deparar com estilos de vida irreais e a pregação de padrões inalcançáveis, que podem afetar a autoestima dos estudantes e roubar a energia e vitalidade que eles deveriam dispensar aos estudos.
Portanto, se você tem filhos em idade escolar, fique muito atento ao contato que eles têm com os dispositivos móveis. Como citamos no final do último tópico, todo esforço é válido para evitar a nomofobia!
A nomofobia pode atrapalhar o desenvolvimento dos alunos na vida adulta?
Sim, o possível transtorno chamado de nomofobia tem um assustador potencial de prejudicar o desenvolvimento dos estudantes, até mesmo quando esses estiverem na vida adulta.
Por causa dessa disfunção, esses jovens podem acabar tendo problemas para se formar na escola ou acabar concluindo o ensino básico de forma deficiente. Isso pode prejudicar o processo de colocação no mercado de trabalho, no futuro.
Como se já não bastasse, a dependência de estar conectado ao mundo virtual pode literalmente tirar essas pessoas do contato com o mundo físico. Em outras palavras, esses jovens estudantes podem se tornar adultos isolados e de difícil convivência, o que pode simplesmente paralisar suas vidas.
Afinal, nós, seres humanos, somos seres sociais e precisamos estar em contato com nossos semelhantes para assegurar nossa sobrevivência e desenvolvimento.
Outros problemas causados pela nomofobia
Como já ficou claro até aqui, a nomofobia tem contornos de problema de saúde pública, para além de uma simples disfunção observada em um determinado grupo de pessoas.
Para deixar isso ainda mais claro, listamos mais alguns problemas que esse possível transtorno pode trazer para a vida das pessoas acometidas por ele. Veja:
- Segundo especialistas que estudam esse distúrbio, o efeito causado por ele no cérebro é semelhante ao causado pelo uso de drogas, o que é extremamente nocivo ao sistema nervoso;
- A nomofobia pode atrapalhar até mesmo as relações sexuais, caso um dos parceiros não “aguente” ficar longe do celular durante o sexo;
- Pessoas acometidas pela nomofobia podem provocar acidentes automotivos por usarem o telefone enquanto dirigem;
- Nomofóbicos podem acabar se desentendendo com outras pessoas por causa dos seus smartphones, por considerá-los itens preciosos.
Como evitar a nomofobia?
Em resumo, para evitar o desenvolvimento da nomofobia, é necessário evitar o uso excessivo de dispositivos móveis, principalmente smartphones. Para tanto, algumas medidas importantes que podem ser tomadas são:
- Trocar momentos virtuais por interações físicas (reuniões, aulas, encontros, etc.);
- Deixar o celular longe quando o seu uso não for estritamente necessário. Isso irá treinar o cérebro a perceber que o celular não é tão imprescindível assim;
- Não usar o celular pelo menos 1 hora antes de dormir e durante a primeira hora depois de acordar;
- Na hora de dormir, deixar o celular longe da cama e desligado, se for possível;
- Cortar os laços de dependência única do celular, criando mais canais de conexão com serviços e outras pessoas;
- Se possível, deixar o telefone em casa quando for à escola (estratégia direcionada especificamente a estudantes);
- Não utilizar o smartphone durante encontros presenciais, principalmente em encontros a dois.
Todas essas táticas podem ser aplicadas por qualquer pessoa que queira evitar a nomofobia de alguma forma.
Inclusive, você, que tem filhos em idade escolar e quer ajudá-los a fugir desse problema, pode incentivá-los a praticar esses hábitos diariamente.
Apesar de tudo isso, existem casos em que a nomofobia já alcançou níveis patológicos. Nesses casos, é necessário recorrer a tratamentos que venham a combater essa dependência.
Como a nomofobia pode ser tratada?
Por se tratar de um fenômeno com raízes psicológicas, os casos de nomofobia devem ser inicialmente submetidos a um psicólogo ou psicanalista. Em casos mais complexos, talvez um psiquiatra possa ser chamado.
De qualquer forma, em um primeiro momento, o especialista irá analisar os sintomas apresentados pelo paciente, a recorrência deles e todo o histórico da pessoa acometida.
Isso porque a nomofobia pode estar associada a transtornos mentais mais graves, traumas psicológicos e até transtornos psiquiátricos graves que levam o indivíduo a se “descolar” da realidade.
Depois de toda essa investigação, finalmente o tratamento mais adequado é receitado. De início, o psicólogo ou psicanalista poderá indicar métodos de diminuição do uso de celulares, como os que citamos no tópico anterior. Em casos mais leves, esses métodos podem representar a cura.
Em outros casos, terapias mais incisivas, como aquelas de teor cognitivo-comportamental, podem ser as escolhidas para o tratamento. O objetivo desses métodos é consertar as raízes de possíveis problemas psicológicos atrelados à nomofobia.
Por fim, vale frisar que, em raros casos, os especialistas podem receitar o uso de medicamentos, como estabilizadores de humor e ansiolíticos, por exemplo. Mais uma vez, isso é só para casos em que uma série de outros problemas acompanha a dependência de smartphones.
Qual é o papel dos pais diante da nomofobia?
Por fim, antes de finalizar o artigo, queremos nos dirigir especialmente a você, que é pai ou mãe de jovens em idade escolar.
Hoje em dia, está cada vez mais difícil controlar o acesso de jovens, adolescentes e até mesmo crianças aos celulares e ao mundo virtual como um todo. Por esse motivo, o seu filho(a) pode estar correndo um sério risco de desenvolver uma dependência de celulares.
Por isso e por tudo mais que já citamos aqui nesse artigo, redobre a sua vigilância a partir de agora, observando o comportamento do seu filho em todos os aspectos possíveis.
Note que o uso de dispositivos móveis não deve ser abolido, mas sim controlado. Afinal, utilizar esses aparelhos é, de certa forma, bastante necessário para diversas atividades da atualidade, inclusive estudo e trabalho.
Porém, caso você note algum sintoma real de nomofobia ou do desenvolvimento desse problema, não hesite em procurar ajuda para o seu herdeiro(a). Contate os educadores que trabalham com o seu filho e, de preferência, um psicólogo que possa avaliar o caso e mostrar o caminho a ser seguido.
Ademais, esteja atento a si próprio para não acabar se tornando uma vítima da nomofobia também. Isso porque, ao notar o seu comportamento, o seu filho pode copiá-lo até de forma despercebida.
O papel dos pais diante da nomofobia é justamente evitar que seus filhos sejam prejudicados por essa condição nociva à saúde mental.
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