Da mesma forma que a discalculia – um transtorno causador de uma desordem neurológica que afeta o poder de uma pessoa em aprender sobre números -, a dislexia atinge muitas crianças e jovens. Esse transtorno, porém, é definido pelo problema que o aluno tem no que tange a leitura e a escrita.

De acordo com a International Dyslexia Association (IDA), esses problemas são de um déficit no item fonológico da linguagem e são raros em relação à idade e outros poderes cognitivos.
Números da Associação Brasileira de Dislexia (ABD) mostram que a dislexia atinge entre 5% e 17% da população mundial. Ademais, o transtorno ocorre mais em homens do que em mulheres – uma proporção entre três do sexo masculino para uma do sexo feminino.
O que é a dislexia?
É dislexia pode ser tida como um distúrbio ou transtorno de aprendizagem no que se refere à leitura, escrita ou até mesmo a soletração. Sendo assim, vê-se que a dislexia é o quadro de maior incidência em salas de aula.
Saiba mais: Disgrafia: saiba mais sobre o transtorno que afeta a escrita
Saiba mais: Saiba tudo sobre a Síndrome do Pensamento Acelerado (SPA)
Nesse sentido, se vê que a pré-escola é, de certo modo, um divisor de águas para que o distúrbio seja notado. Com base na definição da IDA (2002), existe certo problema e diferença entre as crianças.
Enquanto umas têm rápido avanço, outras acabam não se evoluindo da mesma forma. Isso ocorre, com base na IDA, “apesar de haver uma habilidade intelectual adequada e uma exposição a uma educação efetiva”.
Quais são os sintomas da dislexia?
A priori, destaca-se que a dislexia se trata de um distúrbio genético, capaz de tolher o processo da aprendizagem. Além disso, esse distúrbio também costuma ser um entrave para as crianças que estão aprendendo a ler e a escrever.
Sendo assim, é bom que você saiba sobre os principais sintomas da dislexia. Afinal, esse é um passo vital para achar a urgência de ação médica, por exemplo. Alguns dos sinais da dislexia são:
- Lentidão na aprendizagem;
- Problema em se concentrar;
- Palavras escritas de forma estranha;
- Problema em soletrar;
- Troca de letras com sons ou grafias parecidas.
Vale frisar que a dislexia pode ter muitas formas a depender da faixa etária da pessoa. Ou seja, com a idade, os sintomas podem se reforçar, logo, saiba como reconhecer a dislexia.

Sintomas na primeira infância
Na primeira infância, é comum ver os tais sintomas:
- Atraso tanto na fala como na linguagem;
- Atraso na coordenação motora;
- Problema em aprender rimas e canções;
- Dispersão a qualquer tempo;
- Falta de atenção;
- Falta de desejo por livros.
Sintomas a partir dos sete anos de idade (fase escolar)
Já na fase escolar, alguns sintomas continuam, mas outros são mais claros, como:
- Baixa autoestima;
- Desatenção;
- Falta de ordem geral (problema no manuseio de mapas e dicionários);
- Problemas em copiar de livros e lousa;
- Problemas ao ler em voz alta e captar aquilo que foi lido;
- Impasse na aquisição e automatização da leitura e escrita;
- Dispersão.
Sintomas nos adultos
O adulto que tem dislexia também sofre com alguns sintomas, mas agora de uma forma que lesa os seus afazares do dia a dia.
- No ato da leitura, costuma saltar os finais das palavras;
- Se confunde com dicas ou números de telefone, por exemplo;
- Demora muito tempo a ler um livro;
- Tem problma em entender de modo certo o sentido de um texto;
- Não consegue fazer anotações;
- Lentidão para pensar o que escrever;
- Problema em seguir o que os outros dizem e com sequências;
- Ter problemas na escrita, com erros de trocas de letras e branco ou confusão em relação a pontuação e gramática;
- Problema com o cálculo mental e na gestão do seu próprio tempo;
- Problema para se planejar, organizar e manejo do tempo ou tarefas.
- Ter que reler muitas vezes o mesmo texto para o entender;
- Renitência ao escrever, por exemplo, as mensagens.
Tipos de dislexia
Tanto na criança quanto no adulto os sintomas da dislexia serão os mesmos. No caso dos pequenos, porém, o problema fica mais claro pelo fato de o transtorno gerar problemas na alfabetização e, então, na vida escolar deles.
De acordo com a ABD, existem 6 tipos de dislexia, que são:
- Adquirida;
- Auditiva;
- Fonológica;
- Profunda;
- Superficial;
- Visual.
Principais sinais da dislexia
Existem alguns pontos mais comuns em crianças que têm o transtorno, mas é normal que eles variem de acordo com o grau do distúrbio. Além disso, os problemas surgem na parte escrita, oral e da leitura.
- Problema na captação e produção de textos;
- Erros de ortografia e pronúncias;
- Inversões e trocas de palavras;
- Evolução da fala atrasada;
- Problema para se expressar;
- Vocabulário reduzido;
- Erros em admitir palavras.
É bom, então, que os pais fiquem atentos a esses sintomas. Ver esses problemas os ajuda a achar uma melhor forma de tratar a dislexia e garantir uma vida escolar e social sem muitos entraves aos filhos.
Existe uma causa para a dislexia?
Ainda não dá para definir uma causa exata para a dislexia. Porém é comum que esse transtorno tenha as suas eclosões em várias pessoas da mesma família. Assim, isso quer dizer que existe alguma mudança genética que afeta a forma como o cérebro processa a leitura e a linguagem.
Quem tem maior risco de ter dislexia?
Alguns fatores de risco que parecem crescer as chances de ter dislexia incluem: histórico familiar de dislexia; nascimento de forma prematura ou o bebê ter um baixo peso; e exposição à nicotina, drogas ou álcool durante a gravidez.
Apesar de o transtorno afetar o poder de leitura e escrita, a dislexia não está ligada ao nível de inteligência da pessoa.
Como diagnosticar a dislexia?
A dislexia é detectada por profissionais aptos na área da psicologia. Os pedagogos, porém, também têm um papel muito vital nessa área. Isso porque o parecer inicial sobre a dislexia leva em conta o histórico familiar, médico e escolar.
O histórico familiar se refere aos problemas de aprendizagem que há na família ou aos fatores hereditários ligados. Enquanto isso, o escolar tem bases informais e formais acerca do desempenho e percurso escolar. Por fim, a avaliação médica mostra se existe algum problema para ler ou escrever.
Isso tudo sem contar com a avaliação clínica, que vê as funções neurocognitivas e outras. Afinal, se vê que a dislexia é um resultado de mudanças neurobiológicas no modo que o cérebro retrata e codifica uma ideia linguística. Assim, esse distúrbio é exposto a partir do problema de ler e escrever.
Manifestações da dislexia no diagnóstico
No diagnóstico da dislexia, alguns sinais são tidos como principais, que ajudam na avaliação, como as seguintes:
- Problema no processamento fonológico;
- Quando a criança não consegue codificar e conhecer as palavras de forma fácil;
- Memória lesada;
- Leitura de forma silabada e decifratória – muitas vezes até hesitante e com incorreções;
- Omissão ou adição de letras sem valor;
- Confusão com palavras e as suas estruturas;
- Caligrafia de forma disforme e irregular.
Vale frisar que não dá para ver todos esses sintomas para concluir o resultado da dislexia. Assim, esses sinais são só um “norte” para que o profissional, familiares e pessoas próximas possam ver a dislexia.
Saiba que o processo para avaliar a dislexia é muito complexo, afinal, muitos fatores estão no meio. Desde a avaliação multidisciplinar até a psicológica, sempre fazendo de tudo para ver com clareza o problema enfrentado. Por isso é bom contar com todo a ajuda escolar e médica que dá.
Critérios para o diagnóstico da dislexia
Para o detecção da dislexia, é levado em conta o DSM-5, que são os pontos de diagnóstico da perturbação da aprendizagem específica.
Critério A
O critério A pode ser visto com o problema no aprendizado e uso dos poderes escolares, indicando, ao menos, um dos tais sintomas:
- Problema para completar um raciocínio matemático;
- Não consegue dominar o sentido dos números, cálculos ou o fator numérico;
- Problema na expressão escrita (muitos erros gramaticais);
- A criança não consegue soletrar de modo fácil;
- Compreensão lesada com a leitura de textos, mesmo que não sejam muitos complexos;
- Leitura lenta, esforçada e imprecisa.
Critério B
Por outro lado, o critério leva em conta que os poderes escolares são afetados de forma substancial e quantitativa. Ou seja, a criança ou o jovem tem um rendimento abaixo do esperado de acordo com a sua idade cronológica.
Critério C
Enquanto isso, o critério C avalia os problemas de aprendizagem que surgem logo nos primeiros anos escolares. Porém, esses problemas só crescem com o avançar da idade. No início, o problema na leitura é nítida, mas com o tempo os desafios são outros, mais intensos.
Critério D
Por fim, com o critério D avalia a incapacidade intelectual, perturbações mentais e neurológicas, adversidade psicossocial, entre outros. Saiba que esses pontos devem ser completos e vistos em uma clínica que atue nesse sentido.
Qual o tratamento para a dislexia?
O tratamento para dislexia é feito com a prática de planos de aprendizagem que despertam a leitura, a escrita e a visão. Para que isso seja possível, é bom ter o apoio de toda uma equipe, que tem pedagogo, psicólogo, fonoaudiólogo e o médico neurologista.
Apesar de não haver cura para dislexia, dá para obter bons resultados com o tratamento correto. Afinal, ele é adaptado para as carências de cada pessoa, com uma melhora que ocorre de modo gradual a melhora do poder de leitura e escrita.
A dislexia é uma dificuldade de aprendizagem que tem como ponto principal o problema na escrita, na fala e no poder de soletrar. No geral, é detectada na infância, embora também possa ser detectada em adultos. Saiba quais são os sintomas e como saber se é dislexia.

Opções de tratamento
O tratamento para dislexia se dá por uma equipe multidisciplinar, que pode atuar nas carências da criança ou do adulto afetado. As opções de tratamento incluem:
Apoio de uma fonoaudióloga
A fonoaudióloga é uma profissional vital para o tratamento da dislexia, sendo aquela que define planos para ajudar a facilitar a leitura. Além disso, esse tratamento reduz o problema em associar os sons da fala à escrita.
Sendo assim, o tratamento é adaptado para que exista uma evolução dos conteúdos mais básicos até os mais difíceis. Saiba que o treinamento deve ser constante, para manter e reforçar o que foi aprendido.
Adaptações no processo de aprendizado escolar
Esse é um tratamento da alçada do professor e da escola, sendo um papel muito vital no sentido de amenizar o distúrbio de aprendizagem. Ademais, esse profissional vai incluir a criança na sala de aula, vendo as formas de ajudar a autonomia.
Isso ocorre por meio de planos, como dar dicas orais e escritas, explicar de forma clara as tarefas que serão feitas. Isso sem contar com o despertar de atividades em grupo e fora da sala de aula, por exemplo. Nesse sentido, a criança não se sentirá mais excluída e vai saber achar formas mais fáceis para driblar os seus problemas.
Psicoterapia
Indica-se sessões de psicoterapia uma vez por semana, por tempo ilimitado. Elas ajudam o indivíduo a relacionar-se de forma saudável e satisfatória. O seu filho pode se beneficiar muito com a psicoterapia. Inclusive, essa é uma prática que cresce cada vez mais, não apenas envolvendo os disléxicos.
Tratamento com remédios
Por fim, o seu filho pode receber a sugestão do tratamento com medicamentos. Porém há a indicação quando se tem outras doenças envolvidas. Isso ocorre muito com o TDAH, por exemplo.
Nesses casos, costuma-se usar o Metilfenidato, ou quando há mudanças de conduta, usa-se antidepressivos ou antipsicóticos. Isso porque não existe nenhum medicamento especial com a cura para a dislexia, ou até mesmo uma terapia exclusiva que seja indicada para todos os disléxicos.
Mas lembre-se: qualquer medicação precisa da prescrição de um médico.
Diagnóstico e tratamento
Vale frisar que reconhecer os pontos citados acima não quer dizer que o seu filho tenha dislexia. Sendo assim, o diagnóstico do transtorno é feito por uma equipe formada por um fonoaudiólogo, médico, neurologista, psicólogo e psicopedagogo.
A dislexia ainda não possui cura, porém os problemas por ela causados podem ter menor ação na vida do seu filho. A ajuda profissional pode ajudar a criança a levar uma vida normal como os seus amigos.
O ensino individualizado também pode ser um bom aliado numa melhor vida escolar da criança com esse transtorno. Sendo assim, um tutor apto, com olhar único para os problemas singulares de uma criança com dislexia, pode ser de muita valia para o aprendizado do pequeno.

Gostou do nosso conteúdo sobre dislexia? Então que tal seguir a LUMA Ensino nas redes sociais e não perder nenhuma novidade? Estamos no Facebook e no Instagram.