A aritmofobia é o medo irracional de números ou da aritmética. Apesar de pouco ser falado sobre ela, trata-se de uma das principais fobias que atingem as crianças, jovens e até mesmo os adultos.

As fobias são distúrbios psicopatológicos que abrangem sentimentos como o medo, ansiedade e o desconforto frente a certos temas, objetos, animais ou situações. Sendo assim, pode afetar de modo significativo o dia a dia das pessoas que sofrem com elas.
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Neste artigo, vamos falar sobre a aritmofobia e sobre como ela pode afetar a vida escolar de crianças e jovens alunos. Portanto, para saber mais, não deixe de ler os próximos tópicos.
O que é aritmofobia?
A aritmofobia, também conhecida como numerofobia, é o medo irracional que algumas pessoas têm de temas ligados à aritmética em geral.
Na bibliografia, ela é descrita como um sentimento normal, persistente e injustificado de medo dos números. Assim, pessoas com esse tipo de fobia passam por estresse contínuo quando precisam enfrentar casos com incidências de números e cálculos.
A fisiologia também explica esse distúrbio. O que ocorre é que frente a esses casos, o cérebro de quem tem aritmofobia, sem saber, ativa uma sensação de dor, perigo e incômodo.
Como se sabe, a matemática sempre foi uma disciplina um tanto quanto complexa para a maioria das pessoas, sobretudo na fase escolar.
Afinal, mesmo sendo uma das áreas do saber de maior valor, é muito comum ver alunos temendo números, contas e fórmulas.
A princípio, a aritmofobia pode surgir ainda no início da fase escolar, quando os primeiros conceitos de matemática são mostrados para os alunos.
Um dos possíveis motivos para isso é que desde sempre as pessoas repassam a ideia de que a matemática é difícil e a colocam como uma grande vilã da vida escolar.
Sendo assim, logo nos primeiros anos as crianças já começam a cultivar o medo com relação à disciplina. Essa insegurança pode atrapalhar, fazendo com que o aluno carregue dificuldades ao longo das séries.
De acordo com dados do Sistema de Avaliação de Ensino Básico, cerca de 95% dos alunos deixam o Ensino Médio sem um conhecimento adequado de matemática.
Além disso, a aritmofobia também pode ser decorrente de um sistema educacional engessado, aquele que obriga os alunos a decorar tabuadas e trata a matemática como algo de outro mundo.
Ou, ainda, pode ser um dos resultados da falta da educação socioemocional, tão importante para os dias de hoje e também para o futuro.
Características da aritmofobia
Conforme estudos, o medo é uma relação psíquico-orgânica do organismo e é decorrente de casos sobre os quais temos pouco ou nenhum controle.
A aritmofobia se define por um medo e uma ansiedade grande, que afetam de modo negativo a relação do aluno com os números e a matemática.
Dessa forma, essa mistura de sensações acaba afetando o aluno na hora da aprendizagem, da resolução de tarefas ou das provas e avaliações.
Além disso, também pode acarretar em ataques de pânico e crises de ansiedade durante as aulas, o que atrapalha muito a concentração.
Essa fobia se instaura quando as pessoas têm que lidar com estímulos como, por exemplo, números, cálculos, fórmulas, conceitos matemáticos e aritméticos.
Ao contrário do que algumas pessoas pensam, a aritmofobia não caracteriza só um caso de nervosismo. Na verdade, em alguns casos, a reação por ela é tão séria que pode se parecer a um ataque de ansiedade, causando falta de ar, sudorese e taquicardia.
Por causa disso, pessoas com essa fobia tentam evitar temas ligados a essa temática a todo custo. O que, sem dúvidas, acaba gerando sérios impactos no dia a dia , já que tudo ao nosso redor envolve matemática e números. Esses impactos, a propósito, são mais acentuados em alunos.
Causas da aritmofobia
Assim como outros tipos de fobias, a aritmofobia não é inerente ao ser humano. Na verdade, as pessoas obtêm as fobias por certos motivos. Em geral, isso ocorre em decorrência do condicionamento clássico.
Nesse caso, a pessoa associa um evento traumático, que gera respostas (medo) a um elemento neutro. Esse elemento na aritmofobia são os números ou a própria disciplina.
Outro tipo é o condicionamento vicário. Nele, as pessoas podem desenvolver a aritmofobia como resultado da observação de eventos traumáticos que ocorreram com terceiros.
Por fim, outra causa desse distúrbio é a pessoa evitar a todo custo lidar com situações que lhe causam pânico e ansiedade.
Sintomas físicos e psicológicos
Como você já sabe, os sintomas da aritmofobia estão ligados à ansiedade que ela causa. Sendo assim, separam-se em sintomas físicos e psicológicos ou cognitivos.
Em geral, esses sintomas aparecem ao ter que lidar com casos incômodos que envolvam números ou matemática no geral.
Mas em casos mais graves, as pessoas podem ser atingidas por eles simplesmente ao pensar nesses temas, o que pode ser, de fato, incapacitante.
No mais, vale frisar, ainda, que a maioria dos sintomas da aritmofobia aparece ainda na fase infantojuvenil, justo durante a vida escolar.
Dito isso, podemos nos aprofundar nos sintomas propriamente ditos. A princípio, além do medo e da ansiedade, outros sintomas psicológicos da aritmofobia são: sentimento de angústia, confusão mental, pensamentos catastróficos e tristeza.
Enquanto isso, sudorese, hiperventilação, taquicardia, dor de cabeça e estômago e náusea são alguns dos sintomas físicos que essa fobia pode causar.
A variedade de sintomas e o fato de eles acometerem pessoas de modos distintos acabam dificultando a detecção da aritmofobia. Contudo, a identificação precoce do distúrbio faz toda a diferença para seu tratamento. Saiba mais a seguir.
Como diagnosticar a aritmofobia?
Se você está desconfiado de que você ou seu filho tenha aritmofobia, lembre-se de que só a aversão à aritmética não pode ser usada para detectar o distúrbio. Afinal, na verdade, para uma pessoa ser tida como aritmofóbica, ela deve atender uma série de requisitos.
Primeiro, o medo sentido ao ter que lidar com casos que envolvam números e matemática deve ser desproporcional às reais demandas.
Além de que, o medo desses elementos não pode estar relacionado com outros pontos, como o receio de ficar endividado ou o desejo de se tirar uma boa nota na prova. Sendo assim, o sentimento causa deve ser, de fato, inerente à aritmética.
Dando continuação, o medo deve ser do tipo irracional. Ou seja, uma pessoa que tenha aritmofobia não deve conseguir explicar a origem de seu receio, ela simplesmente tem o medo e a ansiedade toda vez que tem que lidar com a aritmética.
Além de ser desproporcional e irracional, esse medo também acaba levando as pessoas a evitarem casos que envolvam contas, números e outros elementos. Ao ver esse aspecto, dá para notar o quão incapacitante pode ser a aritmofobia.
No mais, o medo experimentado deve ser tido como contínuo e não transitório. Bem como outros tipos de fobia, a dos números e aritmética só some quando é tratada de modo certo. Dito isso, é bom frisar que a detecção da aritmofobia deve ser feita por um profissional de saúde mental.
Diagnóstico é feito com base em alguns pontos:
- Medo ou ansiedade intensa frente casos que envolvam aritmética ou números;
- A reação, ou seja, a sensação de medo e de ansiedade, sempre surge de modo imediato;
- Evita-se os objetos que causam a fobia;
- O fato de se evitar ou de se resistir aos objetos da fobia levam a consequências sociais ou ocupacionais;
- Não se explica a fobia por outros tipos de transtornos psicológicos ou casos antes vistos.
Tratamento para aritmofobia
São muitas as influências da aritmofobia no dia a dia das pessoas. Por isso, ao detectá-la, é vital que o tratamento seja iniciado logo.
Muitos sinais científicos apontam tratamentos eficazes para a fobia, sendo o principal deles a terapia cognitiva-comportamental, que, a propósito, tem uma alta taxa de recuperação.
Nesse tipo de psicoterapia, são abordadas questões comportamentais, psicológicas e fisiológicas. No geral, o paciente é exposto à chamada dessensibilização sistemática.
Nela, ele enfrenta seu medo de forma gradativa, para que ele seja tratado de modo certo. Além disso, também conta com técnicas de relaxamento para lidar com casos de pânico e ansiedade.
Fora a terapia cognitiva-comportamental, outras abordagens que têm eficácia são: terapia baseada na plena atenção e terapia de aceitação e compromisso.
O papel dos pais na vida escolar dos filhos com essa fobia
De acordo com profissionais da área, a aritmofobia pode surgir ou ser acentuada em diferentes horas da vida escolar de crianças e jovens.
Só para mostrar, alguns pontos altos são: ter que decorar a tabuada, a inserção das frações e o cálculo do “x” em equações.
No ponto cultural, as pessoas passam pelo período escolar e atingem a vida adulta mantendo a ideia de que a aritmética é uma grande vilã.
Sendo assim, é comum ver os próprios pais passando esse pânico da matemática para os filhos. Isso acaba fomentando uma aversão ou uma relação ruim com a disciplina.
Nesse sentido, é bom que os pais comecem a mudar a abordagem acerca da matemática a fim de normalizá-la ao máximo. O ideal é que a disciplina seja tratada como qualquer outra logo no início da vida escolar da criança.
Além disso, junto ao tratamento da fobia, os pais devem criar formas de unir a criança ou jovem dos temas propostos pela matemática. Alguns bons planos são:
Usar plataformas virtuais
Essas plataformas contam com recursos que costumam chamar atenção do público infantojuvenil. Por isso, acabam ajudando o aprendizado.
Os jogos também são grandes aliados do ensino da matemática, já que conseguem simplificar a explicação e tornar a assimilação mais fácil.
Acompanhar a vida escolar
Com a correria do dia a dia, é comum que alguns pais não tenham muito tempo para acompanhar de forma assídua a vida escolar do filho.
Contudo, saber o que a criança ou jovem está aprendendo e conhecer suas dificuldades pode fazer toda diferença para evitar a aritmofobia.
Inserir a matemática no ritmo próprio
Outro plano é mostrar o quão presente a matemática está no dia a dia. Para isso, os pais podem fomentar a realização de contas em tarefas diárias.
Fomentar a aprendizagem no ritmo próprio
Uma das causas da fobia dos números e da aritmética é se sentir atrasado em relação aos colegas de turma. Os pais e os professores devem fomentar o aprendizado sem deixar de lado que cada um aprende no seu próprio ritmo.

A escola e os alunos com aritmofobia
Muitas das vezes, a origem da aritmofobia pode ter relação com o tipo de ensino passado para os alunos. Não é incomum ver casos em que os próprios professores acabam tirando a motivação dos alunos, mesmo que sem querer.
Ademais, os próprio sistema educacional acaba não provendo formas de ajudar o aprendizado da matemática, tornando a experiência dos alunos massante. Para evitar que isso ocorra, precisa-se reformular o modo como o saber é ministrado, com base em um plano mais eficaz.
Um plano já adotado por muitas escolas é a de mudar o ensino da matemática em algo legal e divertido. Isso evita que o aluno perca o desejo pela disciplina e faz com que ele direcione cada vez mais a sua atenção para o aprendizado.
Em escolas que há incidência da aritmofobia, é bom tratar a origem do distúrbio para evitar que novos alunos sejam detectados e para ajudar aqueles que já estão em tratamento.
De acordo com especialistas, uma das melhores formas de se combater essa fobia é incidir sobre um ensino mais eficaz da matemática e dar uma atenção maior para a resolução dos exercícios.
Portanto, as escolas devem procurar meios de repassar o saber matemática de modos mais leves. Sendo assim, os planos atuais que têm mais resultados positivos são:
Gamificação
Os jogos influenciam de modo positivo na atenção dos alunos. Por isso, a gamificação pode ser útil para ajudar no aprendizado de crianças e jovens de diferentes faixas etárias.
Uso de softwares
A tecnologia, em geral, é muito boa para o ensino das competências matemáticas, uma vez que consegue aguçar a curiosidade dos alunos. Ademais, são boas formas de ministrar o conteúdo de uma forma mais simples.
Implementação de aulas de artesanato
Em especial para crianças, despertar as atividades manuais traz muitas vantagens para a evolução cognitiva e pode ser uma grande aliada para o ensino da matemática.
A criação de objetos lúdicos desenvolve a noção de espaço e memória. Os origamis, por exemplo, são boas formas de motivar a percepção de elementos da geometria.
Incentivo das competências socioemocionais
Bem como a parte técnica, também trabalha-se a área socioemocional com os alunos. Portanto, as instituições educacionais devem incentivar habilidades, como:
- Comunicação;
- Colaborativismo;
- Abertura ao novo;
- Resiliência.
Tudo isso impacta de modo positivo o aprendizado, a tomada de decisões, a resolução de problemas e o enfrentamento de situações.
Análise de métricas e resultados
Por fim, as escolas também podem usar o rendimento escolar de cada aluno para ver onde estão as maiores dificuldades. Assim, podem investir em soluções mais direcionadas.
A aritmofobia não configura um distúrbio que atinge, em especial, crianças e jovens, tendo influências diretas nos âmbitos pessoal e escolar, que podem ser esticadas até a vida adulta.
Bem como todas as psicopatologias, merece atenção e deve ser tratada de modo certo, unindo forças de profissionais da área de saúde mental, dos pais e da escola.

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