Com o advento da internet e a difusão dos celulares, o acesso às telas ocorre cada vez mais cedo, dando origem à chamada geração de nativos digitais. O contato cada vez mais intenso de crianças com a tecnologia fez surgir a demanda pelo controle parental.

Na verdade, trata-se de um grupo de meios que dá aos pais a chance de ver e limitar as ações de crianças no meio digital. Esse tipo de recurso se torna vital, uma vez que, apesar de estarem cada vez mais hábeis de forma tecnológica, para os filhos ainda falta o senso ideal para se proteger dos riscos virtuais.
Neste guia completo, você acha dados sobre os perigos expotos pela internet e o valor de seguir a navegação de seus filhos. Veja!
O que é controle parental?
Trata-se de um meio cedido por sistemas operacionais — no caso de computadores e dispositivos móveis —, sites e apps, que dá aos pais a chance de ver e restringir as ações de seus filhos no meio digital.
É um grupo de meios que visa proteger a vida íntima e a segurança de crianças e jovens, de acordo com vários pontos. O objetivo é ver a navegação, controlar o acesso a sites e páginas e bloquear conteúdos ruins para a idade, tornando a internet mais segura para eles.
Diversas plataformas de conteúdo, como YouTube e Netflix, dão opções para crianças, e garantem que os vídeos sejam certos à idade deles. Já nas redes sociais, os pais podem denunciar publicações, mostrando que são ruins para crianças, de modo que tais conteúdos sejam tirados da linha do tempo.
Tanto os sistemas operacionais — Windows, Android, iOS etc. — quanto a maioria dos videogames são têm meios de controle parental, e dá aos pais o poder de controlar desde os jogos aos quais os filhos têm acesso até o tempo e o dinheiro gastos. Entre os controles possíveis temos:
- Optar por conteúdo com base nas faixas etárias;
- Controlar e ver compras digitais;
- Limitar o número de tempo de navegação, acesso aos jogos etc.;
- Bloquear o acesso a certos sites e páginas na internet, com a configuração de filtros;
- Ver os níveis de interação em chats e games, e a troca de mensagens e dados.
Qual é o valor do controle parental?
Que a internet é uma fonte de muito aprendizado e saber ninguém discute, mas também é um lugar onde há a réplica de todo tipo de conteúdo, sem filtros.
Sendo assim, dá para ter cuidado na hora de deixar os filhos olharem de forma livre na internet, pois eles terão acesso a muita coisa bacana e a muita ruim também, inclusive sendo expostos a alguns riscos.
Enfim, do mesmo modo que você não deixa o seu filho andar na rua sem o olhar de um adulto, não deve fazê-lo na internet, que é um local tão público quanto.
Vídeos ruins para a faixa etária, publicidade exagerada, cyberbullying e propagação de desafios graves são alguns dos riscos que existem no mundo on-line.
Portanto, até que eles tenham senso para ver essas ameaças, é bom que os pais olhem de perto os passos dados no mundo virtual. Na verdade, de acordo com o artigo 932 do Código Civil, essa vigilância é um dever dos pais, que podem responder por omissão se não o fizerem.
Além de dá a segurança dos filhos, a presença dos pais na educação dos pequenos é boa para a sua evolução e a harmonia familiar. Assim como é bom saber com quem seus filhos estão brincando na vida real, também é bom ver seus passos virtuais.
Parentalidade positiva
Dessa forma, além do apoio dado pelos meios de controle parental, o papo e a conexão ainda são os bons aliados. Por isso, exerça uma parentalidade positiva, converse com seus filhos sobre os riscos e combine regras a respeito do uso da internet e do tempo conectado.
Tão bom quanto definir normas de uso e controlar a navegação dos seus filhos é educar pelo exemplo. Se você passa o tempo todo ligado ao celular, vai ser bem mais difícil seu filho saber que não é legal ficar o dia todo em frente às telas. Por isso, lembre-se também de conter a si próprio e gastar tempo de qualidade com seus filhos, sem distrações tecnológicas por perto.
Que pontos relativos à internet deve-se cuidar?
O acesso à internet é um lugar livre de barreiras, portanto, se não houver controle parental as crianças podem ter acesso a todo tipo de informação, próprio ou não, bom para a idade ou não.
Porém esse não é o único risco presente no mundo virtual. Assim como os adultos podem ser vítimas de golpes e fraudes, as crianças também ficam expostas ao contato com estranhos de mal-caráter.
Além disso, o grande uso da internet lesa na forma como o cérebro guarda informações e pode trazer danos, como distúrbios do sono, dependência, problemas para se socializar, entre outros.
Confira alguns dos riscos que a navegação confusa e sem controle podem trazer.
Conteúdo ruim
Tecla já batida, refere-se à exposição proposital ou acidental de menores a conteúdos ruins, como muito violentos ou sexuais, atuando na evolução infantil.
Despertar o consumismo
No Brasil, se proíbe a publicidade voltada a crianças, porém na internet não faltam vídeos que motivam muito o consumismo infantil. Inclusive, comprar on-line não é difícil, e sem o mínimo de controle até uma criança pode fazer compras com apenas alguns cliques.
Riscos e ameaças
Há muitas ameaças no meio virtual, incluindo abuso e exploração sexual via internet, além de tipos próprios da rede, como:
- Grooming — aproximação com o intuito de ganhar confiança para fins sexuais;
- Sexting — autoprodução e troca de imagens com conteúdo sexual;
- Sextorção — chantagem em troca de ameaça de divulgação de imagens sexuais da vítima.
Vale citar ainda as muitas formas de cyberbullying e os perigos dados por jogos virtuais, que, quanto feitos por crianças e jovens em casa, põem em risco sua saúde e integridade física.
Exposição excessiva
Outro grande risco refere-se às questões de privacidade e segurança, uma vez que a vazão de dados pessoais e a exposição de imagens íntimas estão entre as grandes denúncias obtidas.
É bom falar com os filhos quanto à exposição da rotina da família, como trajetos, horários, dados ligados ao trabalho e cargo dos pais e de viagens, bem como o cuidado com fotos de biquíni, uniforme escolar, portaria do prédio e outras.
Vício eletrônico
Por fim, mas não menos de valor, está o risco de dependência tecnológica. O excesso de horas em frente a telas pode remeter a um vício, levando ao baixo rendimento escolar e até à depressão. Alguns jovens passam tantas horas jogando que sequer param para comer.
Embora seja mais comum entre os maiores, crianças pequenas muitas vezes se tornam presas às telas, e precisam delas para comer e até dormir. Sendo assim, é bom limitar o uso e também motivar outras tarefas, como criar o hábito de ler.

Como controlar o que seu filho acessa?
Felizmente, a tecnologia dá uma série de meios que permite aos pais fazer o controle parental e tornar a internet um local mais seguro para seus filhos.
Na verdade, os recursos de segurança estão ao dispor de diversas formas, em sites, sistemas operacionais, roteadores, consoles de jogos e ainda por meio de apps especiais que podem ser instalados, incluindo opções grátis e pagas, o que dá proteção de dados e segurança da informação.
Veja abaixo algumas formas de ajustar o controle parental em dispositivos de uso da internet.
Sistemas operacionais
Os sistemas operacionais dão a opção de configurar a conta dos usuários, de forma a limitar o acesso a certos sites, a ação de apps e a comunicação com certos contatos.
Além disso, dá para definir limites como o tempo máximo de uso diário, horários e regras de acordo com o dia da semana, diferenciando dias úteis, sábado e domingo, impedir a troca de senhas e acessar o histórico de ações com a lista de sites vistos e apps usados.
O Windows, por exemplo, dá a função de controle parental desde a versão 10. Ao criar uma conta de usuário especial para criança por meio da Central de Ações, o próprio sistema faz, de forma automática, a configuração, que bloqueia sites ruins para menores, limites de tempo para o uso de jogos e assim por diante.
Sites de pesquisa
Nem todo mundo sabe, mas os próprios sites de busca dão a definição de filtros de acordo com a divisão etária do conteúdo. Tanto o Google quanto o YouTube dão a opção de ativar uma busca mais segura, respectivamente SafeSearch e Modo Segurança.
Além de filtrar conteúdo adulto, esse recurso permite que o usuário avise a presença de material ofensivo para remoção.
Redes sociais
A lei brasileira distingue criança de adolescente. Muitos sites, portanto, são liberados apenas a partir dos 13 anos e é isso que ocorre com algumas redes sociais.
De toda forma, o ideal é pôr o perfil no modo particular e não público, o que diminui os riscos. Dá para restringir, por exemplo, quem pode enviar mensagem, adicionar e entrar em contato e bloquear estranhos.
Mas, em se tratando de redes sociais, para um controle mais eficaz vale a pena apostar em apps de controle. Eles enviam mensagens em tempo real de acordo com tarefas dos filhos em redes como Instagram, Facebook, WhatsApp e Twitter. Além disso, dá para ver a localização, o histórico de chamadas e mensagens de texto.
Plataformas de conteúdo
A maior parte delas dá a opção de criar contas especiais, cujas atividades são restritas e vistas. Na Netflix, por exemplo, cada conteúdo é avaliado e recebe uma classificação de acordo com a faixa etária liberada para assisti-lo.
Acessando a página de gerência de perfis, os pais podem definir o nível de controle parental — crianças pequenas, crianças mais velhas, jovens e adultos. A partir dessa definição, os conteúdos liberados para aquele perfil ficam restritos aos adequados àquela faixa etária.
Roteadores
Uma forma simples, porém pouco popular de usar o controle parental, é por meio do roteador. Assim, todos os dispositivos que se conectam àquela rede — computadores, celulares, tablets e videogames — ficam protegidos pela mesma configuração.
Visto que a maior parte dos roteadores dá essa função, basta ver no manual do produto como configurá-la. Alguns modelos vão além e deixam gerenciar o acesso à internet de forma mais especial para cada dispositivo conectado.
Assim, dá para definir velocidades diferentes de conexão e configurar o horário de acesso de acordo com o aparelho. Esse tipo de recurso pode ser muito útil para limitar o acesso de tablets, videogames e até o computador dos filhos.
Outra opção é a criação de mais de uma rede, com permissões distintas. Os adultos da casa usam a rede com acesso liberado, enquanto os filhos têm acesso apenas à rede restrita.
Aparelhos móveis
No caso dos dispositivos móveis, como celulares e tablets, uma das grandes anseios é quanto ao acesso às lojas de apps. Mais uma vez, há níveis de divisão por idade para a compra, download e instalação de apps.
No caso do sistema Android, deve-se criar uma conta ligada a dos pais. E, dessa forma, gerenciar o uso de apps, ver o tempo de uso e até bloquear o aparelho de forma remota.
Quanto ao iOS, deve ser configurado direto no dispositivo, que também dá opções de limitar e bloquear apps, limitar conteúdo explícito, compras e downloads na Apple Store e outras questões especiais de privacidade.
Videogames
Por fim, os videogames também dão formas de controle parental. Para saber como fazer e entender como o recurso funciona em cada modelo, é bom entrar no site da marca para se informar sobre como fazer a configuração de forma correta. Em geral, há limites comuns como por idade, tipos de jogos e, se for o caso, conteúdos de TV, filmes etc.
Em plena era digital, o controle parental se torna imperativo. Isso porque não há como impedir o acesso das crianças à tecnologia, nem seria bom tendo em vista todos as vantagens que ela traz.
No entanto, vale lembrar a ação da conduta dos pais na educação dos filhos e ter atenção aos hábitos de toda a família no que diz respeito ao uso da internet.

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