Entenda melhor sobre como ocorre o processo de alfabetização e letramento. Se exercidas com paciência e diversão, algumas das teorias e práticas tornam-se eficazes.

Como surgiu a escrita?
Ao longo do progresso das civilizações humanas, elas sentiram que tinham que expandir a sua comunicação entre grupos com dotes culturais e sociais distintos.
Então, esse meio que hoje chamamos de escrita se desenvolveu cada vez mais, tornando as sociedades grafocêntricas, ou seja, centradas na escrita.
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Mas por que essas informações são de valor e como isso influi na alfabetização do meu filho? Porque nos dias atuais as crianças lidam de forma simultânea com as demandas sociais e culturais com a língua escrita, falada e a leitura.
Partindo disso é que poderemos entender melhor o que é alfabetização (língua escrita e leitura) e o letramento (demanda sociocultural).
O que é a alfabetização?
Primeiro, vamos definir o que é a alfabetização baseada na ciência. De acordo com Magda Soares (2020), ela é a posse da “tecnologia da escrita”, isto é, o domínio da reprodução das letras, aptidões motoras de meios de escrita, como lápis, canetas e borracha.
Além da postura corporal ideal para escrever ou para ler, seguindo convenções da escrita, por exemplo, como: a direção correta da escrita da página (de cima para baixo, da esquerda para a direita). E também o manejo correto dos suportes que se escreve e lê, como jornal, revista, livro etc.
A alfabetização aqui no Brasil ocorre no final da Educação Infantil e termina no final do Ensino Fundamental I. Dessa forma, cada ano escolar durante esse período fica responsável por melhorar e evoluir nas crianças as aptidões ideais na alfabetização.
Não há uma data inicial para começar esse processo, visto que desde a primeira infância as crianças já têm contato com a língua falada, escutam diferentes sons e estímulos.
Em casa, desde sempre, escutam conversas, aprendem a falar as palavras que lhe são ensinadas e no ambiente escolar isso se amplia ainda mais.
Mas, então, vocês pais podem pensar: “fora do contexto escolar, meus filhos estarão sendo lesados por estarem em uma aula online?”. A resposta é não, visto que o ideal é as crianças fazerem a aula online de alfabetização pelo menos duas vezes na semana, respeitando os horários da aula e mantendo a frequência, o sucesso é garantido.
Como é garantido? Porque a aula particular está voltada para as carências e facetas de cada aluno, deixando que ele possa tirar suas dúvidas e focar mais por estar só ele e o professor na aula.
Afinal, como é o processo de alfabetização na educação infantil?

O processo de alfabetização na Educação Infantil ocorre desde a primeira hora que seu filho está na escola, mas a escolarização ocorre quando a criança está inserida no ambiente escolar. Portanto, isso quer dizer que todo aquele local é favorável à evolução do processo de aprendizagem.
Primeira infância
Em crianças de 1 a 3 anos, a alfabetização vai ser explorada com estímulos de coordenação motora grossa, leitura compartilhada, exposição do alfabeto e brinquedos pedagógicos.
Além disso, é ali que começa com convívio com diferentes crianças, tornando então a sala de aula um lugar com muitas culturas e costumes.
A partir dos 4 anos, no entanto, a alfabetização começa de modo mais concreto e dirigido aquilo que chamamos de consciência fonológica.
Sendo o conjunto de aptidões de consciência, indo desde o senso do tamanho das palavras até a poder de separar, manipular sílabas e fonemas (menor som da palavra). Mas é preciso sempre adequar as abordagens e tarefas segundo a faixa etária das crianças.
Os três tipos de consciência fonológica
Consciência sintática
É a aptidão de entender que as palavras são formadas por sílabas e que podem ser manejadas e mudadas em novas palavras.
Consciência silábica
É aprender a manipular as sílabas a fim de construir novas palavras. A criança precisa entender que as sílabas são formadas por sons.
Consciência fonêmica
É a aptidão de reconhecer, manipular e segmentar os fonemas. Mas mais à frente serão ilustrados exercícios que fomentam estas consciências e que podem ser feitas por pais e professores.
Além de ter que saber o nome das letras, saber reconhecer seus sons é vital para que a criança consiga de fato se apropriar da escrita e leitura.
Por muitas vezes, achamos que trabalhar a repetição do nome das letras ou iniciar de forma precoce a escrita vamos estar ajudando nossos filhos, mas é preciso atenção para respeitar cada fase de evolução das crianças.
Inclusive, esse é um fator de muito valor a ser respeitado na Educação Infantil. Trabalhar exercícios que são ideais ao seu filho irá ajudá-lo a passar pela alfabetização de forma mais tranquila.
Contudo, vamos relembrar que de forma biológica ainda não estamos preparados para receber todas as informações, competências e técnicas da alfabetização.
Não podemos dizer que ela ocorre de forma natural, mas sim incitando, evoluindo e aprendendo com os materiais e as didáticas certas.
Fases da escrita
As crianças têm suas próprias ideias sobre como escrever. No início elas formulam hipóteses, fazem todo um esforço mental para externar a escrita.
Nos primeiros testes elas não buscam fazer cópias, mas sim representar o que imaginam ser a escrita. Muitas vezes vemos crianças que ainda não estão em fase de alfabetização escrevendo em forma de rabiscos, mas isso deve ser saudado.
Quanto mais a criança for instigada e se envolver em práticas do dia a dia que tenham a escrita e leitura, mais chances ela terá de desenvolver a escrita convencional.
A profissional em educação, Emília Ferreiro, em 1979, criou uma das maiores teorias sobre a escrita da criança. Ela revela que toda criança passa por quatro fases:
Pré-silábica
Quando ainda não consegue relacionar as letras com os sons da língua falada;
- Sabe que a escrita é uma forma de reprodução da letra;
- Não entende que a escrita é a reprodução da fala;
- Variação de letras. Exemplo: OGKABLD (CASA);
- Une o tamanho da palavra com o tamanho do objeto (realismo nominal);
- Organiza as letras em quantidades;
- Pode usar letras, pseudoletras, números e garatujas (rabiscos).
Silábica
Quando interpreta do seu modo, dando valor a cada sílaba. Esta fase desdobra-se em duas:
Silábica sem valor sonoro:
Usa uma letra para representar cada sílaba, mas não se importa com o valor sonoro. A escrita não é tida como uma reprodução da fala. Além disso, não faz relação do som com a letra.
Exemplos:
- PAPAI – VBS
- SAPATO – ZTI
Silábica com valor sonoro:
Escreve uma letra para cada sílaba. Vê a relação do som com a grafia. A escrita começa a representar a fala.
Exemplos:
- SAPO – AO (valor sonoro nas vogais)
- SAPO – SP (valor sonoro nas consoantes)
Silábico-alfabética
Quando mistura a lógica da fase anterior e o reconhecer de cada sílaba. Às vezes escreve as sílabas completas e outras incompletas. Muda entre a escrita silábica e alfabética.
Exemplos:
- TOMATE – TOMT
- ESTOJO – STOJ
Alfabética
Quando já tem domínio sobre o valor das letras e sílabas. Faz relação entre as letras e seus sons. Faz correções do próprio texto. Expande seu saber sobre as regras ortográficas.
Exemplos:
- TOMATE – TUMATI
- ESTOJO – ESTOGO
O valor do lúdico e da brincadeira na Educação Infantil

Por muito achamos que o lúdico está só na Educação Infantil, nas brincadeiras pedagógicas e dentro da escola. Mas podemos levar em conta que o lúdico é tudo aquilo que se dá prazer, diversão onde aqueles que praticam conseguem aproveitar a hora que pode promover mudanças e novas aprendizagens. O conceito de atividades lúdicas está ligado com o ato de brincar e jogos. De acordo com Kishimoto (2014, p. 85):
“Povos de vários lugares do mundo usam o brincar como forma de resiliência, para empoderar as crianças e adultos que sofrem os impactos das guerras, de desastre naturais como terremotos e tsunamis, o abandono de crianças e mulheres ou de políticas sociais autoritárias que não focam o bem-estar do ser humano”.
Ou seja, o lúdico é capaz de resgatar o gosto por aprender, gerar afeição, ajudar as crianças, para o aprendizado se tornar mais prazeroso.
Além disso, também permite que a criança faça a exploração entre o corpo e o espaço, tendo também o poder de resolver problemas mais complexos.
Dentro do lúdico estão os jogos, algo que deve e tem que ser valorizado e reforçado na Educação Infantil e durante a alfabetização.
É por meio dela que podemos encorajar nossos filhos e alunos a perder a timidez, reconhecer seus limites de competir, assim como explorar e exercitar suas próprias ações.
Ademais, na Educação Infantil as crianças estão passando pelo momento único que é a primeira infância, isso deve ser ressaltado e respeitado pelas escolas.
Sendo assim, definir horários na rotina da criança para jogos é vital. O papel do professor nesse caso é fomentar o intelectual da criança de forma segura, afetiva e criativa.
Quais são os métodos de alfabetização
Os métodos de alfabetização são separados em dois grupos: métodos sintéticos e métodos analíticos.
Métodos sintéticos ou tradicionais
Método alfabético ou soletração
É tido como o mais antigo dos métodos. A proposta é que a criança aprenda o nome das letras, reconheça-as fora da ordem alfabética e, então, tente redescobri-las em palavras ou textos, partindo da soletração.
Método fônico ou fonético
Tem relação direta entre o fonema (som da letra) e o grafema (escrita da letra). Começa-se sempre dos sons mais simples para os mais complexos; das vogais para as consoantes. Formando-se, então, sílabas e palavras.
Método silábico
Tem como sílaba unidade linguística vital, porque, na prática, só se pode pronunciar a consoante junto com a vogal. Começa-se pelas sílabas formadas por uma consoante e uma vogal, até chegar às mais complexas.
Vantagens dos métodos sintéticos
Trabalham o reconhecimento das letras, deixando o aluno mais próximo dos fonemas e grafemas, abrindo caminhos para a codificação e decodificação dos textos. Assim como também enfatizam as unidades sonoras das palavras e sílabas, olhando cada parte da palavra.
Riscos dos métodos sintéticos
Por muitas vezes o ato de memorizar as letras e algumas sílabas pode afastar o aluno do sentido das palavras. Além disso, o alto foco nas unidades sonoras pode tirar as crianças do contato com textos reais, dotados de estrutura e função social.
Métodos analíticos ou construtivistas
Palavração
A unidade linguística é a palavra que deve ser conhecida de modo gráfico sem o dever de decompô-la em sílabas, letras ou mesmo fonemas e grafemas. É sugerido que se forme um repertório antes de construir frases e pequenos textos.
Setenciação
A partir de uma unidade de sentido mais completa que é a frase, o aluno deve reconhecer e entender o sentido de uma sentença para só depois ver as suas partes menores.
Método global
Parte-se de um texto, trabalhado por certo tempo, no qual o aluno memoriza e entende o sentido geral do que é “lido”. Só depois então se veem as sentenças e identificam as palavras, comparando as suas composições silábicas.
Vantagens dos métodos analíticos
O aluno aprende planos de leitura inteligente e liga a leitura com prazer e informação. Ademais, podem unir o significado do texto com frases maiores e gerar desde o início da aprendizagem contato com o texto.
Riscos dos métodos analíticos
Foca só no saber gráfico e dificuldade de decodificar textos novos por falta de análise mais detida nas unidades sonoras. O uso de textos para fins escolares não é positivo, por isso a criança precisa conviver com textos reais.
Notamos que o que não falta são métodos e formas de alfabetizar. Isso porque pode gerar uma dúvida muito grande entre os professores e até mesmo com os pais.
Como, por exemplo, “qual método usarei para alfabetizar meus alunos?” ou então “qual será o melhor método que meu filho vai aprender e desenvolver?”. Acreditem, essa é uma discussão antiga na educação brasileira e até hoje, nós educadores, não chegamos em uma decisão unânime.
Esse embate é chamado de “guerra dos métodos”, e um dos motivos de enfrentarmos déficits educacionais é a insistência de tentar achar o melhor método.
Mas é preciso deixar de lado a busca pelo método certo e começarmos a entender como a criança aprende. Dá para se usar de todos os métodos, aplicando de diversos exercícios que possam explorar cada uma das aptidões que ajudam as crianças a evoluir.
Qual a diferença entre alfabetização e letramento?
Antes de explicar a diferença de ambos, irei definir dois termos que dão origem às palavras alfabetização e letramento:
- Alfabetizar: é o processo de aprendizagem do sistema alfabético de que os alunos têm que se apoderar para que se tornem aptos a saber ler e escrever textos;
- Letrar: desenvolver atividades de leitura, interpretação e produção de textos.
Alfabetização
Como explicado no primeiro tópico, a alfabetização é o processo que permite o domínio do sistema de reprodução da escrita alfabética. Ou seja, é todo o saber técnico de aprender a decodificar nosso sistema de escrita de aprender a ler e a escrever.
Letramento
Já o letramento é um termo complexo e diverso. Uma de suas definições pode ser o poder de uso da escrita para inserir nas práticas sociais e pessoas que envolvem a língua escrita.
Como, por exemplo: interagir com outras pessoas, poder de saber ler e escrever para outros, para imergir no imaginário, ampliar seus saberes, se localizar e divertir-se.
Assim como habilidades de interpretar e produzir textos com gêneros diferentes, ações de inserção no mundo letrado, aprendendo a ter interesse em saber ler e escrever.
Portanto, alfabetização e letramento são processos linguísticos e cognitivos distintos. Ou seja, significa que o processo de aprendizagem de ambos é diferente.
Entretanto, estudos sobre a Educação Infantil e a Pedagogia nos mostram que eles ocorrem de forma conjunta e interdependentes.
A alfabetização não é tida como um pré-requisito para a obtenção do letramento, pelo contrário, seu filho aprende a ler a escrever se envolvendo em exercícios de letramento.
Para deixar o saber mais concreto, abaixo estão exercícios de letramento que podem ser feitos todos os dias por pais:
- Leitura de placas e outdoors;
- Ver ilustrações, fotos e gráficos;
- Ter o contato com a literatura infantil de distintos gêneros, como gibis, poemas, receitas culinárias, carta ao leitor, entre outros.
Citando uma das maiores referências em alfabetização, de acordo com Magda Soares (2020), para que a criança se aproprie do que é escrever e todo seu significado depende do que ela chama de camadas.
As camadas são processos distintos dentro da alfabetização, mas que são mútuos, sendo elas: aprender o sistema de escrita alfabética e saber ler e escrever textos dentro de contextos culturais e sociais.
Portanto, só alfabetizar não é o bastante para que o educando consiga alcançar todas as aptidões de comunicação que são necessárias no mundo letrado moderno.

Como trabalhar alfabetização e letramento?
Um dos principais eixos para trabalhar a alfabetização e o letramento são os textos. Eles ajudam as crianças a desenvolver aptidões de uso sociais, assim como o saber do sistema de escrita alfabética.
Alguns pontos que comprovam a obrigação de usar textos na alfabetização:
- Como o convívio com bebês e crianças pequenas mostra, a criança obtém a fala de modo natural, sem necessidade de ensino explícito, em contextos sociointerativos em que a chance de ouvir e falar palavras, frases e textos. É que a fala é, no ser humano, um poder inato, um instinto geneticamente programado (Soares, 2020, p. 34);
- A escrita é uma tecnologia criada há apenas 3 mil ou 4 mil anos, uma invenção cultural que, como todo artefato cultural, tem que ser aprendida (Soares, 2020, p. 34);
- Se fala e escrita se distinguem por a primeira ser obtém de forma natural e a segunda tem de ser aprendida, ambas, no entanto, se igualam em função interativa. […] Ouvindo textos ou falando textos em eventos de interação com outras pessoas […] em eventos de interação com material escrito, nos textos (Soares, 2020, p.35).
Como retratado o quebra-cabeça, as três partes da alfabetização só podem fazer sentido quando estão sendo trabalhadas juntas, ligando-se umas às outras. Apesar de trabalharem aptidões específicas, elas completam o processo de aprendizagem.
Qual é a cartilha de alfabetização do MEC?
O Ministério da Educação (MEC) fez um programa nacional chamado “Tempo de Aprender”. Um dos cursos é “Práticas de Alfabetização”. O curso é online e voltado para a formação de professores alfabetizadores da Educação Infantil.
Ele veio como um dos esforços de ajudar os professores na hora de alfabetizar os alunos. Pois como já foi citado acima, o número de métodos pode gerar confusão e indecisão nos professores durante os anos de alfabetização dos alunos, em especial no primeiro e no segundo ano do Ensino Fundamental.
O curso sobre alfabetização proposto pelo MEC sugere a volta das cartilhas, que são materiais prontos para serem usados nesse período.
Mas a grande questão de os professores voltarem a usar as cartilhas é que muitas das vezes esses materiais podem ser usados de forma desconexa com a realidade dos alunos.
Portanto, cabe uma análise do material, mas também com o complemento de outros materiais para que a alfabetização seja feita com integração com a realidade. Ademais, a cartilha sobre alfabetização do MEC pode se tornar um material engessado e escasso de atividades de letramento.
Outro ponto a ser frisado é que o curso está de acordo com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Para continuar falando sobre a cartilha de alfabetização do MEC, vamos explicar o que é a BNCC.
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC)

De acordo com o próprio documento, a BNCC pode ser definida como “referência nacional para a formulação dos currículos dos sistemas e das redes escolares dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios e das propostas pedagógicas das instituições escolares. A BNCC integra a política nacional da Educação Básica e vai contribuir para a direção de outras políticas e ações em âmbito federal, estadual e municipal. É referente à formação de professores, à avaliação, à elaboração de conteúdos educacionais e aos critérios para a oferta de infraestrutura adequada para o pleno desenvolvimento da educação” (BNCC, 2017, p.7).
Ou seja, a BNCC veio para padronizar e guiar a forma de escolarização das crianças. É visto como um documento muito bem escrito e, de fato, serve como um guia norteador para o que as crianças precisam aprender e desenvolver em cada etapa do aprendizado.
Mas será que podemos ponderar que toda a educação no Brasil ocorre de forma igual? Ou que todas as crianças são iguais, aprendem de forma igual e têm as mesmas chances de estudo, crescimento e evolução?
A resposta está no próprio documento. “A BNCC por si só não alterará o quadro de desigualdade ainda presente na Educação Básica do Brasil. Porém é essencial para que a mudança tenha início porque, além dos currículos, influenciará a formação inicial e continuada dos educadores, a produção de materiais didáticos, as matrizes de avaliações e os exames nacionais que serão revistos à luz do texto homologado da Base” (BNCC, 2017, p.5).
Cartilha de alfabetização do MEC e BNCC
Mas o que isso significa no ensino do meu filho e nas cartilhas de alfabetização do MEC? Que todo e qualquer cronograma de atividades escolares têm que estar alinhadas à BNCC.
A cartilha de alfabetização do MEC veio também para ajudar os professores a contextualizar a BNCC, pois é um documento longo, distribuído em etapas do ensino.
Na Educação Infantil (EI) as etapas são chamadas de campos de experiência. Nota se que a Educação Infantil é a fase que a BNCC mais respeita o lúdico e todo evolução psicomotora da criança.
Os pilares da alfabetização do MEC
- Consciência fonêmica: dominar os fonemas e, em seguida, o princípio alfabético, para distinguir os sons;
- Instrução fônica sistemática: conhecer e reconhecer cada letra do alfabeto;
- Vocabulário: partindo de letras do alfabeto, mostrar, sugerir e instigar a formar palavras a fim de expandir seu vocabulário;
- Fluência em leitura oral: após entenderem o som das letras, iniciar a leitura e da escrita das letras, sílabas e palavras;
- Compreensão de textos: expandir o processo de leitura e da escrita, leitura compartilhada e reconto de histórias;
- Produções de escrita: Trabalhar a escrita sistematizada e ditada. Sugere que o aluno já tem todas as habilidades para gerar ideias, estruturar textos e escolher palavras.
Dá para realizar uma alfabetização online?

Essa é uma pauta delicada de tratarmos, mas sim dá para realizar uma alfabetização online. Contudo, é inegável que com a pandemia os professores tiveram que se adaptar e usar as tecnologias junto aos recursos que já eram usados no ensino presencial.
Mas existem alguns requisitos que têm que ser cumpridos para que a alfabetização ocorra de forma que inclua todas as questões que foram tratadas acima.
Não dá para falar de alfabetização online sem pensarmos que os alunos têm que ter o suporte adequado em suas casas. Assim como no ensino presencial, as crianças precisam ser pontuais para entrar na sala de aula, de preferência em um ambiente tranquilo e silencioso, com mesa de estudo e os materiais que serão usados na hora aula.
Além disso, um bom auxílio dos pais na hora aula ajudam as crianças, em especial as pequenas de 4 a 6 anos, e pode fazer toda diferença. Isso porque algumas vezes as crianças podem se distrair ou mexer no aparelho digital e acabarem saindo da aula.
Além do apoio familiar, o educador que está dando a aula online também tem que seguir alguns passos para que a alfabetização seja um sucesso. Veja abaixo:
- Usar os recursos digitais que a plataforma pode dar na sala virtual;
- Usar outros recursos digitais (sites de jogos pedagógicos, vídeos no YouTube, entre outros);
- Fazer a adaptação das exercícios presenciais para as aulas online;
- Realizar com precisão o cronograma das aulas;
- Ser pontual;
- Buscar o lúdico de outras formas. Jogos com massinha, contação de histórias, desenvolver em conjunto materiais concretos para auxílio na hora da aula;
- Criar um vínculo com família das crianças;
- Estar disposto a remanejar seus horários de trabalho.
Como fazer uma alfabetização online
Explicado no tópico anterior, um dos principais eixos da alfabetização é trabalhar textos, então é inegável que os exercícios sejam enviados para os responsáveis imprimirem. Mas quando isso não é possível, a atividade deve ser feita online com a criança respondendo no caderno.
Em crianças que estão no início da alfabetização, os jogos pedagógicos são mais cativantes, tendo uma alternância entre exercício de folhas com recursos online.
Crianças muito pequenas conseguem manter sua atenção por cerca de 15 minutos, então é sempre bom trazer outros recursos para que a aula seja atrativa para elas.
Outro ponto a ser falado é que a alfabetização tanto presencial quanto online é um aprendizado de paciência, persistência, bem como o uso do material correto.
Cada criança é única e, portanto, seu tempo de aprendizado também é diferente. Ademais, ainda podemos acrescentar o momento pandêmico que as crianças estão vivendo, que, de certa forma, estão afastando-os da fase tão importante que é alfabetização. Não dá para prever um tempo definido para que eles alcancem todas as aptidões com fluência.
Mas como foi citado acima, a frequência das aulas, os materiais prontos na hora da aula e o local adequado são capazes de complementar todo o processo da alfabetização.
Alfabetização online e as melhores atividades
Para definir os melhores exercícios de alfabetização online, temos que levar em conta fazer a junção dos exercícios trabalhados em aula presencial com os diversos conteúdos pedagógicos achados na internet. Alguns exemplos de recursos:
- Contação de história para aqueles que ainda não sabem ler;
- Leitura compartilhada para os que estão em processo de leitura;
- Apresentar diferentes gêneros textuais por meio das fichas de leituras;
- Trabalhar de forma adequada as regras de ortografia da Língua Portuguesa (para aqueles que já estão no Fundamental I);
- Trazer atividades para a realidade e o gosto de cada aluno;
- Jogos online de alfabetização: jogo da forca, jogo da memória, roleta de desafios (com letras, sílabas e palavras). Na parte de matemática achamos jogos de sequência numéricas, buscar a quantidade certa de cada objeto e entre outros;
- Para crianças muito pequenas o melhor é algo que trabalhe o corpo e o movimento. Se planeje para fazer uma pequena aula de ginástica ou alongamento logo no começo da aula.
As 5 melhores atividades para ajudar na alfabetização
- Jogo da memória das letras;
- Jogo das sílabas;
- Qual é a palavra;
- Pescaria dentro da palavra;
- Ortografia.
Pré-silábicas
- Desenhar e escrever o que desenhou;
- Ter contato e manipulação do alfabeto móvel;
- Contar o número de letra ou palavras das frases.
Sugestão de jogo: jogo da memória das letras.
Material: cartas com letras do alfabeto – dá para montá-lo no computador e imprimi-lo ou utilizar letras do alfabeto móvel.
Como brincar: deixar todas as letras para baixo e procurar seus pares. O objetivo, dessa forma, é desenvolver a memória e identificar as letras que compõem o alfabeto, relacionando-as com o fonema inicial de cada palavra.
Silábica
- Cruzadinhas e caça-palavras;
- Completar palavras para evidenciar o som. Exemplo: T___M___T ou ___O__A___E;
- Fazer lista de palavras que começam com o mesmo som e letra.
Sugestão de jogo: jogo das sílabas.
Material: palavras em revistas e livros não utilizadas.
Procedimento: recortar as sílabas das palavras e colar em papeis coloridos.
Como brincar: as sílabas devem estar espalhadas e a criança deve ir juntando para formar as palavras.
Silábico-alfabética
- Separar palavras de um texto;
- Formar frases;
- Produção de textos, ditados e listas.
Sugestão de jogo: qual é a palavra.
Material: envelope colorido e cartão com palavra e figura correspondente – palavras do cotidiano da criança. O objetivo do jogo é reconhecer a escrita de palavras, refletindo a junção de vogais e consoantes formando sílabas.
Como brincar: tire de forma lenta a palavra do envelope para a criança tentar ler a palavra. Vence aquele que acertar mais palavras.
Alfabética
- Todas as atividades anteriores;
- Produção coletiva e individual de textos;
- Leituras diversas.
Sugestão de jogo: pescaria dentro da palavra.
Material: uma caixa de papelão ou sapato sem a tampa; um dado; prendedores de roupa; fichas com palavras dentro da caixa – o ideal é que sejam palavras ligadas por grupos, assim logo no início você pode dizer “nesta caixa há vários nomes de animais”.
Como brincar: jogue o dado e a quantidade que sair será correspondente a quantidade de palavras que a criança poderá pescar com o grampo de roupa. Estimule a criança a ler a palavra que pescou, pois ganha o jogo aquele que tiver pescado mais palavras.
- Uma caixa de papelão ou sapato sem a tampa
- Um dado
- Prendedores de roupa
- Fichas com palavras dentro da caixa.
Sugestão de jogo: ortografia.
Material: balões; fichas de palavras contendo erros ortográfico; dicionário.
Como brincar: em cada balão cheio ponha uma ficha, leve a criança para um lugar amplo e então jogue os balões para o alto. A criança, portanto, deve estourar o balão, achar o erro ortográfico e usar o dicionário para encontrar a palavra com a escrita correta. É vital guiar a criança na forma certa de usar o dicionário.
É bom frisar que esses exercícios podem ser feitos nas aulas online também, ou seja, construir jogos e materiais concretos para serem usados na hora da aula podem se tornar momentos prazerosos entre pais e filhos.
Os jogos e recursos podem e devem ser usados em situações fora da aula, pois são essas pequenas diferenças que tornam a alfabetização mais concreta e divertida para os pequenos.

Como é o processo de alfabetização de crianças com TDAH?
Antes de falarmos sobre a alfabetização em crianças com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), é preciso entender o que é esse transtorno.
Alguns psicólogos e psiquiatras defendem que pode ser de origem orgânica, socioeconômica ou condição, enquanto outra parcela defende ser de origem biológica. O TDAH é tido como um transtorno de “alta incidência”, mostrando-se em especial em meninos.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde, o TDAH é caracterizado por desatenção e hiperatividade. Esses aspectos irão afetar de forma direta o processo de aprendizagem, podendo dificultar o domínio da atenção, controle das emoções e assim não conseguir se concentrar numa atividade, agindo antes de pensar e resultando em frustrações.
Existem subtipos de TDAH, mas é bom ressaltar que não cabe ao professor diagnosticar se a criança tem ou não tem o transtorno.
O papel do professor nesse caso é conversar com a família caso haja alguma discrepância no processo de aprendizagem desse aluno e orientar que procure o profissional para que tenha um norte de como prosseguir a alfabetização.
Além disso, cabe ao professor prosseguir com a sua formação, o que é chamado de formação continuada, para que ele consiga alfabetizar esse aluno com sucesso. O despreparo, formações incompletas, modelos tradicionais de alfabetização vão interferir na evolução desse aluno.
O normal quando a criança inicia seu processo de escolarização (aos 6 anos) é que os sintomas do TDAH ficam em evidência e são confrontados na sala de aula. Existem vários tratamentos que vão auxiliar nessa fase de alfabetização:
Psicoterapia
Acompanhamento profissional. Tido como um dos tratamentos com maior eficácia, já que inclui a criança e a família.
Tratamento farmacológico
É um tratamento controverso. Por isso, a sua realização é sob intervenção médica adequada.
Psicopedagógico
Orientação profissional. Os professores têm papel vital no tratamento da criança: aumentar a autoestima, não constranger, considerar os problemas de forma serena e objetiva, exaltar suas qualidades e sucessos, para que não fiquem taxadas como preguiçosas ou estúpidas.
Assim como em crianças que não têm o TDAH, crianças portadoras do transtorno também passam pelos processos de escrita (pré-silábica, silábica, silábica-alfabética e alfabética).
A diferença é que cada “fase” pode ocorrer com mais lentidão já que algumas crianças com TDAH têm a coordenação motora (em especial a fina) lesada, ou seja, escrevem devagar e o traçado é de má qualidade (disgrafia).
Mas, uma coisa é certa, todas as crianças aprendem e aprendem como aprender. Mas se a criança não está aprendendo, o educador tem que rever seus processos de ensino e procurar entender quais são as limitações especiais que demandam processos de aprendizagem próprios.
Além dos saberes da turma, ressaltar os problemas do aluno e ignorar que a criança não consegue superar seus problemas.
As crianças com TDAH estão sujeitas ao fracasso escolar, mas reconhecer de forma precoce o problema, seguido de tratamento adequado, tem demonstrado que essas crianças podem superar e vencer seus obstáculos.
Enfim, após o diagnóstico do TDAH, os educadores devem tomar algumas medidas:
- Ser afetuoso com frequência;
- Dar obrigações que ela possa cumprir;
- Nunca constranger ou menosprezar a criança;
- Gerar rotina dentro da sala de aula;
- Aproximá-la dos colegas de classe;
- Comunicar-se sempre com os pais;
- Pôr limites e objetivos;
- Recompensar os esforços, a conduta bem sucedida e a persistência;
- Ter um contato próximo entre professor-aluno, permitindo um controle sobre a criança com TDAH.
7 melhores sugestões de atividades de alfabetização e letramento para crianças com TDAH
Antes das atividades escolares ou depois da atividade física, a hora do relaxamento é importante. Portanto, escutar uma música tranquila, fechar os olhos e ensiná-las a respirar de forma calma são boas técnicas. Além disso, tem as atividades listadas abaixo:
- Jogos de memória’;
- Quebra-cabeça;
- Palavras cruzadas;
- Xadrez ou dama;
- Atividades físicas que envolvam ordem e sequência. Exemplo: pular três vezes e pegar a bolinha do chão;
- Jogos educativos;
- Todas as atividades citadas e exemplificadas ao longo do artigo.
3 atividades que ajudam na alfabetização e desaceleram a criança com TDAH
- Pintura;
- Montar blocos;
- Livros para colorir.
Como é feito um diagnóstico para as aulas de alfabetização do seu filho?
A relação da medicina com a escola em relação a diagnosticar crianças com TDAH é recente. Foi só em 2011 que a Academia Americana de Pediatria atualizou sua diretriz para incluir diagnóstico e tratamento de crianças em idade pré-escolar (4 e 5 anos). Anterior a 2011 tínhamos só orientações para crianças de 6 a 12 anos.
Podemos ver, portanto, que hoje temos maior arcabouço de pesquisas e tratamentos que ajudam as crianças pequenas. Mas é sempre bom lembrar que quem pode diagnosticar seu filho é só o médico.
Ao notar ações diferentes em seu filho, é bom escrevê-los sempre que perceber, entrar em diálogo com a escola para perceber se, de fato, existe a discrepância de ação e, muito importante, levá-lo ao médico.
Como é a dinâmica das aulas com os pedagogos LUMA?
Para dar início a aulas de alfabetização na LUMA é dado na plataforma a chance de uma aula experimental de trinta minutos. Dentro da plataforma os professores aceitam a demanda ou em alguns casos a demanda do aluno é dada a algum tutor específico.
A primeira aula também significa o primeiro contato com o aluno, portanto é a aula para entender as dificuldades e facilidades do aluno. Recomenda-se antes conversar com o responsável pelo aluno para confirmar a aula e o horário marcado.
Além disso, por meio desse contato prévio com o responsável é possível entender um pouco melhor quais serão os principais desafios que o professor precisará trabalhar com o estudante.
Durante a primeira aula é bom conversar como funciona as aulas particulares e como funciona ter uma aula online. Também é bom indagar suas preferências de desenhos, músicas e jogos, pois dessa forma a aula pode se tornar mais personalizada e a hora da aula mais divertida.
Apesar das aulas serem online, dá para criar vínculos com os alunos, entender seu jeito de ser, de pensar e de agir nas aulas. O professor tem que ser dinâmico e ter muita resiliência no início das aulas, pois também é uma hora de adaptação para a família e o aluno.
Um dos diferenciais da LUMA é a liberdade dos tutores e dos alunos. O tutor pode desejar passar o aluno para outro professor, assim como o aluno e os responsáveis também podem trocar de tutor. Outra expectativa que a LUMA cumpre é a flexibilidade de horário.
Professor e aluno podem, sempre que desejarem, remanejar o horário e o dia da aula. Mas como já foi dito acima, ter a disciplina a dar continuidade às aulas são uns dos fatores importantes para garantir o sucesso na alfabetização.
Como funciona o plano de sucesso da LUMA para alfabetização
O plano de sucesso da LUMA na alfabetização é uma ferramenta feita para os tutores. Ele consiste em um questionário com base nas competências e habilidades na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), levando em conta as primeiras percepções que o tutor teve na primeira aula com o aluno.
No questionário, as competências e habilidades que o aluno já conquistou são marcadas, e aquelas que ainda não adquiriu ou ainda está em processo de construção ficam em aberto para o responsável entender o que vai ser desenvolvido nas aulas.
Dentro do plano de sucesso também existe a abertura para o tutor deixar sua primeira impressão do aluno, pondo alguns aspectos do aluno e como poderá trabalhar com ele.

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Gostei muito das sugestões de atividades de alfabetização.