A infância é marcada por algumas fases e desafios, sendo alguns deles os transtornos de aprendizagem. Assim, essa é uma fase primordial para aprender a ler, fazer cálculos matemáticos e demais tarefas. No entanto, alguns alunos têm dificuldade nesse sentido, como a disgrafia.
Dessa maneira, é possível citar alguns transtornos que impedem a criança de aprender – os chamamos de transtornos de aprendizagem. Mas não há motivos para se preocupar, tendo em vista que, assim como a disgrafia, esses transtornos têm tratamento.

Sendo assim, o ideal é que os pais, em conjunto com os educadores da criança, já estejam atentos a todos os sinais necessários. Desse modo, será mais simples para você identificar se o seu filho precisa ou não ser acompanhado por um profissional – seja qual for a área.
Quanto mais cedo você procurar por um profissional, mais simples será introduzir e continuar com o tratamento. Dito isso, vamos entender melhor sobre o que é a disgrafia e demais informações acerca do tema.
O que é disgrafia?
Em um primeiro momento, é de suma importância explicar o que é a disgrafia. Então, saiba que esse é um transtorno de aprendizagem, em que o principal efeito é prejudicar a criança ou jovem a escrever. Falamos nesse público em especial pois, na maioria dos casos, é quando os pais percebem.
Mas nada impede que um adulto descubra em uma idade mais avançada que tem disgrafia. Nesse caso, então busque por ajuda e procure sanar o problema.
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Além da escrita, a disgrafia também pode prejudicar as suas habilidades motoras mais finas. A explicação para isso está justo no distúrbio neurológico junto à dificuldade em redigir as palavras e letras.
Nesse sentido, as crianças que possuem disgrafia, e que apresentam todos os seus sinais, têm a sua técnica de escrita lesada. Portanto, isso interfere dos demais aspectos do processo de escrita. Notamos, então, uma letra ilegível, ortografia afetada, sem noção de espaços e uma expressão inadequada.
Por esse motivo, podemos resumir a disgrafia como uma deficiência no que se refere a aprendizagem da escrita. Assim como ocorre nos outros transtornos de mesma natureza, ela se torna mais comum nas crianças que também têm TDAH.
As causas da disgrafia
A priori, é bom esclarecer que a disgrafia não tem nenhuma relação com a inteligência do seu filho. Afinal, esses desafios podem ser causados em decorrência de problemas com habilidades motoras. Dessa maneira, essas habilidades podem sim ser melhoradas, desde que tenha uma ajuda profissional e especializada.
Logo, ter algum problema em relação à habilidade motora não faz do seu filho menos inteligente do que os outros, e sim que ele é prejudicado na escrita. Percebemos que as crianças que passam por esse desafio costumam receber o diagnóstico com transtorno de coordenação do desenvolvimento (DCD).
Outro tempo também muito escutado, e você pode ouvir, é o dispraxia. No final das contas, o seu filho receberá da mesma forma o tratamento que precisa. Você só deve se preocupar de fato quando esse transtorno for confundido com outro, como TDAH, por exemplo.
O comum que ocorra é a disgrafia estar junta ao TDAH, e não serem confundidos, pois os dois interferem na aprendizagem. Mas esses são dois transtornos distintos, cada um com seus aspectos.
Dentre as dificuldades no aprendizado, podemos citar a dislexia, distúrbio de expressão escrita e distúrbio da linguagem expressiva. Logo, é bom que o seu filho passe por uma avaliação completa, a fim de entender o que está ocorrendo.

Sintomas da disgrafia
De modo geral, a disgrafia pode ser vista a partir do momento que o seu filho está no processo de aprendizagem da escrita. Contudo, é muito comum conhecer famílias que passam anos sem reconhecer esse distúrbio. Então, o ideal é que desde a fase escolar infantil o seu filho seja acompanhado.
Ao longo desse período inicial na escola vemos que a criança já demonstra se consegue ou não escrever. Por esse motivo vemos que o diagnóstico na fase infantil é muito importante, pois evita problemas maiores em um futuro próximo.
Com isso, vemos que um dos principais sintomas da disgrafia é a confusão na caligrafia. Com base nos dados divulgados pelo National Center for Learning Disabilities (NCLD), os principais sintomas são:
- Problemas ao formas as letras;
- Ter uma pegada muito firme, dolorosa e desajeitada do lápis ou caneta;
- Dificuldade em seguir uma linha ou se manter dentro da margem do papel;
- Problema em construir a estrutura de uma frase ou com quais regras gramaticais seguir;
- Problema na organização ou articulação dos pensamentos ao passar para um papel;
- Diferença pronunciada da compreensão falada e da escrita.
Os sintomas são sempre os mesmos?
A disgrafia é marcada por seus sintomas, claro, e por meio deles que podemos identificar o transtorno em questão. No entanto, esses sintomas podem mudar de acordo com a idade do seu filho. No geral, as crianças têm dificuldade logo na sua mecânica de escrita.
Mas também podemos perceber outras deficiências motoras nessa fase infantil. A disgrafia nos adultos e nos jovens, entretanto, pode se manifestar com a dificuldade na gramática. Outros pontos de dificuldade são a sintaxe, compreensão e os pensamentos colocados em um papel.
Por outro lado, essas pessoas que possuem disgrafia costumam escrever bem mais devagar do que pessoas que não têm. Dessa maneira, isso afeta o modo que você está se expressando por escrito.
Outro problema muito comum é na ortografia, afinal, esse processo de formar palavras acaba sendo mais difícil.
Tratamento para esse transtorno de aprendizagem
Infelizmente, o termo de “disgrafia” ainda não possui nenhum reconhecimento pela American Psychological Association (APA) no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais. Mas esse é um dos termos presente no DSM-5, que traz diversos problemas de escrita, leitura e matemática.
Assim, tratam a disgrafia como um certo transtorno de aprendizagem. É muito comum que o sue diagnóstico seja feito por um profissional da área de psicologia e com a devida licença média. Entretanto, esse profissional deve ser especializado em distúrbios de aprendizagem para o melhor diagnóstico do seu filho.
Apesar de exigir um profissional especializado, existe uma equipe enorme de especialistas por traz de um único tratamento. Encontramos, então, terapeutas ocupacionais, psicólogos educacionais e professores de educação especial.
Com isso, o tratamento costuma ser feito com a ajuda de profissionais de educação e de psicologia. Mas se o seu filho já estiver sendo acompanhado, maiores são as chances de reduzir os sintomas desse transtorno de aprendizagem.
A disgrafia tem cura?
Devemos destacar que a disgrafia e a cura não têm uma relação absoluta, ou seja, não há como afirmar que é possível curar esse transtorno. Isso porque é muito difícil uma criança ou adulto superar a disgrafia, mesmo atingindo uma idade mais avançada.
Mesmo com a redução de sintomas, a pessoa ainda tem resquícios desse transtorno. Portanto, o mais seguro a ser dito é que há tratamento para a disgrafia, o que torna a letra do seu filho legível. Isso tudo sem prejudicar o dia a dia da criança, o que facilita a execução das tarefas escolares.
Nesse sentido, entenda por letra legível aquela que conseguimos compreender, e não uma letra bonita. Isso porque a pessoa que tem disgrafia não costuma ter uma letra “redonda”, e sim aquela que todos os leitores podem compreender.
Nesse momento de tratamento, é de suma importância que a família e o conjunto pedagógico aja em harmonia, como:
- Explicar à pessoas sobre o problema que enfrenta;
- Estimular, de modo positivo, a cada melhora;
- Evitar usar caneta vermelha ao corrigir uma tarefa;
- Preocupar-se com a autoestima da pessoa;
- Incentivar que a pessoa leia e escreva todos os dias;
- Usar caderno de caligrafia;
- Tarefas que estimulem cada vez mais a coordenação motora.
Tipos de disgrafia
Agora que você já entendeu de um modo geral o que significa a disgrafia, saiba que existem dois tipos desse transtorno. Até porque quem possui disgrafia não tem, normalmente, dificuldades visuais ou motoras. Na verdade, o que ocorre é que o sistema motor do seu filho não responde às informações que está vendo.
Por esse motivo, o déficit pode ser classificado e dividido em dois tipos: a disgrafia motora e a disléxica.
Motora
A disgrafia motora é aquela muito conhecida como discaligrafia, e aqui ela está ligada à coordenação motora fina da pessoa. Ou seja, o seu filho não vai conseguir, ou vai com muita dificuldade, reproduzir o que está sendo visto.
Em outras palavras, o seu filho vai ler e falar muito bem, porém será bem mais difícil colocar tudo isso por escrito em um papel.
Disléxica
Por outro lado, também temos a disgrafia disléxica, chamada por muitos de disgrafia perceptiva. Esse é o tipo de disgrafia em que a criança não consegue assimilar a relação entre o alfabeto e os sons/frases. Entretanto isso não é dislexia, uma vez que esse transtorno está atrelado à leitura.
O impacto da disgrafia no processo de aprendizagem
Como a própria definição de disgrafia já nos revela, esse é um transtorno de aprendizagem, logo, interfere nesse processo. Mas vemos que o seu impacto não é tão grande como imaginamos. Isso porque a criança ou adulto com disgrafia consegue ler e entender.
A dificuldade mesmo está quando essa pessoa tenta passar tudo para um papel por meio da escrita. Sendo assim, você vai perceber também que a fala é muito presente nessas pessoas, e é necessário usar esses atributos ao seu favor.
Nesse momento, a ajuda da escola se torna importante, devendo explorar ao máximo esse fator. Não existe um único método de aprendizagem, e vemos que as escolas estão explorando isso cada vez mais.
Como a disgrafia possui uma relação íntima com a escrita, os pais e educadores precisam agir sobre as facilidades e habilidades da criança. Ou seja, incentivar a leitura e a comunicação falada.

A importância de um professor particular para alunos com disgrafia
A partir do momento que você perceber que o seu filho possui uma dificuldade nesse sentido, busque por um professor particular. Além disso, é de suma importância que você confira a metodologia da escola que a criança já estude hoje em dia. Alguma medida precisa ser colocada em prática.
Com isso, um professor particular se torna essencial, tendo em vista que os professores não podem tratar o aluno diferente. Deve sim haver um método de aprendizagem mais inclusivo, mas isso não indica de certeza que o seu filho vai aprender.
Por esse motivo é essencial que você busque um professor particular. Ele vai acompanhar o seu filho e definir qual método se aplica melhor. O que ocorre nas escolas é que a instituição segue uma metodologia única, e nem sempre isso é benéfico para quem tem disgrafia.
Aliado a isso, você deve unir a ajuda do professor particular com o acompanhamento psicológico. Toda ajuda nesse momento será de grande valia para o seu filho.
Em casa, seja amigo do seu filho, deixando claro que você o apoiará em qualquer momento. Isso porque as crianças podem se sentir frustradas por não conseguir escrever. Você vai demonstrar, no entanto, o apoio e ajuda sempre que ele quiser.
As diferenças entre disgrafia e disortografia
Em uma visão mais geral, os transtornos de aprendizagem costumam ser confundidos entre eles, devido a similaridade do contexto geral. No entanto, cada transtorno ou distúrbio têm as suas particularidades. E com a disgrafia e a disortografia isso não seria dificuldade, uma vez que as pessoas sempre confundem os dois.
Assim, sabemos que ambos os distúrbios dizem respeito a uma expressão escrita, mas confira qual a diferença entre os dois.
No caso da disortografia, esse é um distúrbio mais incomum no nosso dia a dia. A sua principal característica é a dificuldade em formar palavras, frases e textos. Além disso, percebemos que os erros de pontuação são mais comuns na disortografia, assim como os erros ortográficos e gramaticais.

No entanto, na disgrafia a dificuldade principal é na coordenação motora fina. Por isso é importante entender a diferença entre os distúrbios, a fim de obter um diagnóstico mais correto para a situação.
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