Você sabia que é muito bom estimular a educação financeira infantil para o seu filho? Isso porque, ao abordar esse tema de modo simples e natural durante a infância, será mais fácil para ele tornar-se um adulto consciente, capaz de controlar seus gastos e gerir bem sua vida financeira.

Muitos pais acham que esse tema é difícil demais para ser tratado com as crianças e acabam perdendo a chance de criar hábitos de compra saudáveis — o que ajuda para evitar o consumo assíduo e até o endividamento no futuro.
A nossa sociedade, por si só, já é bem consumista, o que exige escolhas lúcidas ao lidar com o dinheiro. Assim, esse é o intuito da educação financeira infantil: conscientizar os filhos sobre como eles devem lidar com o seu dinheiro.
O que é educação financeira e qual o seu valor?
Quando falamos em educação financeira, muitos logo a associam ao ato de economizar. Porém, a educação financeira vai muito além disso. Esse tipo de educação refere-se à compreensão do dinheiro e de todas as informações ligadas a ele.
Assim, uma pessoa educada financeiramente é mais lúcida para tomar decisões que envolvem dinheiro. Ou seja, ela entende todos os riscos e chances que estão ligados a uma transação e já está preparada para isso.
Uma pesquisa feita pelo Instituto Axxus em algumas capitais do país entrevistou 750 responsáveis, vendo quais eram as reações de crianças que recebiam educação financeira e as daquelas que não tinham contato com o assunto.
Primeiro, 93% dos adultos ouvidos nunca aprenderam a gerir o próprio dinheiro, nem em casa e nem na escola. A pesquisa também viu que 70% das crianças que passaram a ter acesso à educação financeira começaram a ajudar os pais nas compras.
Leia mais: Por que educar pelo exemplo é a melhor opção? Veja 5 dicas práticas!
Leia mais: Como incentivar o meu filho a gostar de estudar?
Além disso, 43% das crianças que não têm acesso à educação financeira reagem mal quando os pais negam a elas algum pedido. Nesse sentido, essa pesquisa reforça o quanto a educação financeira é vital.
Quando esses assuntos não são tratados em casa, a criança não entende de onde vem aquele “papel especial” que faz com que os pais possam pagar as contas, comprar comida e presenteá-la. Assim, sem a devida explicação, os pequenos podem crer que é fácil ganhar dinheiro, bastando ir ao caixa eletrônico para sacar mais.
É óbvio que os pais não devem falar de temas mais complexos e difíceis como dívidas, atuação de cartão de crédito ou financiamento, mas é bom pensar em formas de mudar isso em um momento lúdico.
Como ensinar educação financeira para os filhos?
Desde cedo, a partir dos 3 anos de idade, já dá para ensinar algumas lições de educação financeira para os filhos. Na sequência, confira algumas dicas de como fazer isso!
Dê o exemplo
Essa é uma dica muito boa e válida para qualquer ensinamento que você deseja passar para os seus filhos. Afinal, de nada adianta conversar sobre a importância dos gastos ou falar sobre preparação se seu cartão de crédito vive estourado e você está com dívidas.
A forma mais fácil de ensinar algo é pelo exemplo. Portanto, se você ainda não tem uma educação financeira ideal, busque ajuda e aprenda. Assim, você terá mais certeza para ensinar ao seu filho e poderá aprender junto com ele.
Incentive o cofrinho
Uma forma de inserir as crianças no mundo da educação financeira é por meio do cofrinho. Essa técnica pode ser usada a partir dos 3 anos de idade e é muito eficaz, pois ajuda a criança a ter noção da importância de juntar valores para conseguir comprar algo mais caro.
De fato, é dever dos pais suprir a criança com as carências básicas. Mas, caso ela queira comprar um brinquedo novo ou algo supérfluo, sugira que guarde os valores recebidos no cofrinho. Dessa forma, em um certo tempo, ela poderá quebrar ou tirar o dinheiro de lá. Essa ação mostra quanto tempo dá para esperar para alcançar objetivos.
Ensine sobre o valor das coisas
Por imaturidade e falta de experiência, as crianças não sabem distinguir muito bem valores. Então, para elas, R$ 100 ou R$ 1.000 podem ser obtidos de forma fácil. Para ajudar nessa compreensão, comece a mostrar o valor de cada produto e distinguir o que é carência e o que é só vontade.
Por exemplo, ao ir fazer compras de material escolar, os pais devem mostrar quais itens são vitais — como uniforme, livros, cadernos e lápis — e quais são supérfluos — canetas coloridas e estojo de personagem de desenho, por exemplo.
Além disso, depois que as crianças já tiverem juntado algum dinheiro, oriente-as na hora de gastar: “Olha, filho, com esse dinheiro você consegue comprar uma bola ou um carrinho. O que você prefere?”. Isso, com certeza, o ajudará a entender que ele também não pode ter tudo.
Defina mesadas de acordo com as idades
Dar mesada também é uma boa forma de ensinar sobre periodicidade de ganho e mérito. Combine com seu filho uma lista de metas que devem ser cumpridas e qual o valor recebido por ela. Dessa forma, ele vai se esforçar para ganhar a quantia total.
Outro ponto é definir as periodicidades de acordo com a idade. Até os 5 anos, o ideal é dar dinheiro de forma eventual. A partir dos 6 até os 8, o pagamento pode ser semanal. Depois disso, quando as crianças estiverem mais maduras e com maior compreensão temporal, a mesada pode ser quinzenal ou mensal.

Como educar financeiramente de forma natural?
Falar sobre dinheiro não deve ser um tabu na sua família. Por isso, de forma natural, tente inserir temas financeiros nos assuntos da casa.
Os pais não devem apavorar os filhos caso a situação não esteja muito boa, mas diálogos como: “eu e o papai estamos economizando para comprar um carro novo para a família” ou então “as coisas no emprego não estão indo muito bem, por isso, a partir de agora, vamos almoçar mais vezes em casa e menos em restaurantes” são bons para incutir uma educação financeira.
Essa franqueza é vital, pois a criança entende, desde cedo, que é preciso preparação para que as coisas fluam bem. Ainda assim, há reveses na vida que podem acabar adiando alguns planos.
Outra forma de inseri-la nessa vivência é pedindo ajuda da criança na hora de fazer as contas. Ao mudar esse momento para algo lúdico, seu filho ficará mais engajado e terá uma maior sensação de participação ativa na família.
Portanto, pensar na educação financeira infantil é vital para criar filhos mais seguros para fazerem boas escolhas no futuro. Os pais podem ajudar com esse saber de várias formas: dando mesada, incentivando o cofrinho e falando sobre o valor das coisas.
Quais são os impactos?
A educação financeira livra a criança de um analfabetismo financeiro, que é o primeiro ponto de destaque. Ademais, é dar clareza do que o dinheiro pode gerar para ela, mostrar um caminho.
Crescer com a mente restrita, sem o artifício de saber as vantagens que o dinheiro pode gerar, deixa a questão com uma pitada de aflição. Dessa forma, as opções da criança, no futuro, ficam limitadas, gerando possíveis problemas.
Portanto, é bom que os pais se eduquem financeiramente. Por causa dessa falha comum, muitas famílias têm tido o tema como um tabu. Quando os pais não passam esse saber para os filhos, eles não se instruem. Ou se instruem fora de casa, o que pode vir a ser um problema, também.
As vantagens do seu filho ter uma educação financeira desde pequenos
Quando falamos que a educação financeira deve ser ensinada aos filhos desde pequenos, muitos pais se perguntam sobre a idade apropriada. Sendo assim, saiba que essa conversa deve começar entre os 3 e 6 anos de vida. Isso porque é nessa hora que as crianças começam a criar noção de espaço, valor e coisas.
Nesse momento, você não deve dar ainda uma mesada, com período fixo e valor muito alto. Troque isso por um pote transparente, e motive a criança a completar esse cofre com os seus ganhos na semana. Esse é o momento ideal para conversar sobre o uso consciente e coletivo do dinheiro.
De 7 a 13 anos, as crianças entendem melhor a sua relação com o dinheiro, e agora já é mais apropriado estipular uma mesada, tanto com valor como período definido. Mas converse que a mesada será entregue após alguma meta, como passar nas matérias da escola ou arrumar algum cômodo da casa.
A partir dos 14 anos, você já pode criar uma conta bancária para o seu filho, pois agora eles não vão lidar apenas com a educação, mas também com a liberdade financeira.
Como ensinar educação financeira para o seu filho de forma eficaz
O primeiro passo para ensinar educação financeira para o seu filho de forma eficaz é despertar a consciência sobre valores. Não adianta dar ao seu filho uma certa quantia todo mês ou semana. Ele deve entender o motivo de estar ganhando, pois vai despertar consciência.
Dessa forma, o ideal é que você faça uma relação entre recompensa e esforço, pois assim ele agregará valor às coisas. Além disso, explique ao seu filho que o dinheiro deve ser gasto primeiro com as coisas úteis. Isso será vital quando ele morar sozinho.
Na fase da infância, é muito comum vermos propagandas que motivam a compra de itens supérfluos. Mas com a educação financeira desde pequeno o seu filho vai entender que nem tudo é necessário comprar.
Outra forma de ensinar educação financeira de forma eficaz é por meio da inclusão do seu filho nas decisões financeiras da casa. Lembre-se de que essa criança vai ter que tomar decisões sozinha em algum momento da vida. E se você oferecer essa ajuda desde pequeno, com certeza será muito mais fácil.
O papel dos pais na educação financeira infantil
Os pais são, na verdade, o eixo da educação financeira infantil. Isso porque a escola é sim vital, mas é no seio familiar que a criança poderá entender como tomar decisões.
Com isso, os pais devem incluir a criança em suas decisões diárias e explicar, por exemplo, as contas básicas de água, luz e internet. Ao contrário do que muitos pensam, os adultos são os primeiros a dificultarem essa educação infantil.
A explicação para isso é que os adultos costumam crer que as crianças não estão prontas para essa conversa. Porém não existe idade certa para falar sobre dinheiro.
Como as escolas podem ajudar para a educação financeira de seus alunos
As escolas, por outro lado, também podem (e devem) ajudar com a educação financeira infantil. Um bom início para essa discussão é por meio de jogos que envolvam dinheiro (mesmo que falsos). Vamos conferir a seguir algumas dicas nesse sentido.
Dicas de livros que introduzem educação financeira
Alguns livros podem ajudar a introduzir a educação financeira, e falaremos sobre alguns deles abaixo.
Almanaque maluquinho: pra que dinheiro?
Essa HQ, do popular Ziraldo, traz uma história em que a turma precisa administrar as despesas, cofrinhos e a mesada. Assim, ao longo das histórias, a criança poderá criar uma consciência de como lidar com o dinheiro que ganha.
Dinheiro compra tudo? Educação financeira para crianças
Esse livro de Cássia D’Aquino traz algumas curiosidades acerca do tema educação financeira que cativam as crianças. Dentre essas informações, podemos citar o local de fabricação do dinheiro, maior cédula, formato das moedas etc. Por fim, a autora traz uma reflexão: dinheiro compra felicidade?
Meu dinheirinho
Os autores Carlos Eduardo Freitas Costas e Fabrício Pereira Soares trazem alguns assuntos valiosos, como o planejamento financeiro desde a fase da alfabetização. Assim, o livro é composto por quatro histórias que ajudam os pais e educadores sobre o assunto.
Crise financeira na floresta
Por fim, trouxemos o livro de Ana Paula Hornos, que aborda, de modo bacana, como o trabalho é importante, além de poupar e investir. Dessa forma, o livro ainda conta com alguns alertas, como o impacto do consumismo e das dívidas. Essa é uma obra incrível para que as crianças entendam sobre a crise financeira.

Gostou do nosso texto sobre educação financeira e não quer perder nenhuma novidade? Então, siga-nos no Facebook e no Instagram.