A educação inclusiva é um tema que gera muita discussão, não só por profissionais da área, mas também por pais que pensam na evolução escolar dos seus filhos.

Embora seja de muita valia para os pais ver de perto a vida escolar dos filhos, nem sempre eles têm tempo para fazer isso de modo eficaz.
O problema se torna ainda maior quando a criança ou jovem tem necessidades especiais. Por mais que se esforcem, muitas vezes os pais não acham boas soluções para os problemas escolares dos filhos.
Algumas crianças e jovens, no entanto, mostram problemas com as rotinas escolares comuns. Ou seja, se sentem sem proteção por parte da família e da escola, então precisam de ajuda para seus conflitos socioemocionais.
O problema da aprendizagem também é um dos muitos desafios que surgem para gerar uma educação inclusiva. Mas só com o um bom suporte os alunos podem ter mais clareza para tomar decisões e gerir suas tarefas.
Dessa forma, neste artigo vamos falar sobre o valor da educação inclusiva e como ela ajuda na evolução de todos os alunos, e não só aqueles com necessidades especiais.
Afinal, o que é educação inclusiva?
O conceito de inclusão tem a ver com adição, junção. Em educação, a inclusão gera amparo dos alunos especiais às rotinas escolares, respeitando os seus aspectos próprios e entendendo o conceito de diversidade.
Mais que respeitar os aspectos particulares, a educação inclusiva gera igualdade de chances por meio do estímulo à evolução das habilidades dos alunos.
Mas na educação inclusiva as diferenças humanas são levadas em conta e mudadas pela pluralidade intelectual, étnica, social, cultural, física, sensorial e de gênero.
Essa mudança na cultura do ensino, no entanto, contém ações de toda a sociedade, na adoção da diferença como um valor e, no setor público, por meio da inserção de políticas públicas que despertem a inclusão.
No ambiente escolar, essa mudança ocorre pelo treinamento de professores e demais profissionais da área da educação, bem como pela adoção de novos planos pedagógicos, que peguem toda essa diversidade.
Os 5 princípios da educação inclusiva
Os princípios da educação inclusiva devem guiar o plano pedagógico que requer ser inclusivo. Esses pontos devem ser levados em conta para impor as mudanças que sejam ideais. Além disso, também para avaliar se as práticas usadas respeitam o direito de todos à educação e promovem a diversidade.
- Toda pessoa tem o direito de acesso à educação;
- Toda pessoa aprende;
- O processo de aprendizagem de cada pessoa é singular;
- O convívio na escola comum ajuda todos;
- A educação inclusiva diz respeito a todos.
Toda pessoa tem o direito de acesso à educação
O direito à educação é garantido pela Constituição de 1988 e pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
Toda pessoa aprende
O que não quer dizer que todas as pessoas aprendam da mesma forma, com os mesmos recursos e a mesma rapidez.
O processo de aprendizagem de cada pessoa é singular
Justo porque as pessoas têm processos distintos de aprendizagem em que o método que ajuda no ensino de uma pessoa talvez não ajude o ensino do outro. As vivências, a música, os recursos audiovisuais e a literatura são recursos que ajudam no aprendizado de muitas formas.
O convívio na escola comum ajuda todos
As vantagens da educação inclusiva vão além da inserção entre as pessoas. Essa educação desperta a evolução das habilidades dos alunos, por meio dos desafios da convivência entre pessoas distintas. A pessoa, portanto, é motivada a usar todos os seus recursos.
A educação inclusiva diz respeito a todos
Uma sociedade inclusiva, que ensina as crianças a conviver com as diferenças, passa a ideia de que a diversidade é um valor, o que diminui os mais diversos tipos de preconceitos.
Qual o objetivo da educação inclusiva?
A educação inclusiva tem como principal objetivo definir a igualdade de chances no acesso à educação. Isso quer dizer validar de forma eficaz o direito que todos os alunos têm de ir às escolas, faculdades e cursos de modo inclusivo.
A ideia da educação inclusiva é saber que existe diversidade entre as pessoas na escola e entender o desejo de mudar a cultura e a estrutura física das escolas. Tudo isso para receber os alunos, apesar de seus aspectos pessoais.
Como as escolas têm um papel vital para a evolução humana, a educação inclusiva é, portanto, um bom modelo, que põe a diversidade dentro da educação regular e não à parte, como ocorre na educação especial.
Para gerar esse modelo, é vital adaptar não só a estrutura física, ajudando no seu acesso, mas investir na formação dos professores para que eles tenham planos de diversificar a forma de dar aula e os materiais usados, além de criar meios de empenho.
Gestores e professores que põem a inclusão como uma pauta de valor para a escola, respeitando os seus princípios e definindo tempo para se organizar, conseguem formas eficazes de gerar o avanço da educação e ensino.
Qual o valor da educação inclusiva?
Na educação inclusiva, o ensino formal de matérias é contextualizado dentro de um lugar diverso, ou seja, a diversidade faz parte do aprendizado, tanto dos alunos com necessidades especiais quanto dos alunos que não as têm.
A educação inclusiva entende que a escola deve refletir a diversidade que tem na sociedade. Assim, todos os alunos devem fazer parte do dia a dia e do aprendizado em uma escola regular.
Isso não quer dizer que não existem diferenças. A escola deve dar o suporte ideal à evolução dos alunos em suas particularidades.
A educação inclusiva une pontos da educação regular comum e da educação especial, o que traz vantagens para todos os alunos que frequentam escolas com esses valores, ajudando para que eles fiquem sem preconceitos.
A existência da educação inclusiva motiva gestores escolares, professores, sociedade e governo a pensar sobre as diferenças entre as pessoas e buscar um modelo de ensino que respeite essas diferenças, ajudando para a evolução dos alunos.

A diferença entre educação especial e educação inclusiva
Para entender as diferenças entre a educação especial e a inclusiva, é bom entender o que é a primeira. De acordo com o art. 58 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, nº 9394 de 20 de dezembro de 1996:
“Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade de educação escolar oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação.”
A educação especial se dedica a evoluir as habilidades das pessoas com deficiências. A educação inclusiva “inclui” a educação especial na escola regular.
Ou seja, mudando-a em um local em que todos os alunos possam aprender, levando em conta que qualquer um deles pode precisar de recursos diferentes no seu processo de ensino.
Por incluir a educação especial, a escola regular deve se preparar para, não só receber, mas se mudar em um local que possa gerar aos alunos condições ideais ao seu aprendizado.
Na educação especial, separa-se o sistema de ensino do regular, com dinâmica e metodologias cortadas. O foco da tarefa escolar está na deficiência do aluno.
A educação inclusiva entende que as diferenças fazem parte da condição humana. Por isso, compreende que a escola deve atender as necessidades de aprendizagem de todos os alunos, sem exceção, partindo do princípio de que todas as pessoas aprendem.
Isso quer dizer que as necessidades especiais de aprendizagem fazem parte da proposta pedagógica da escola. Por isso, a educação inclusiva trabalha com a transversalidade.
Na transversalidade, os conteúdos são contextualizados de acordo com a realidade dos alunos e professores, com reflexões sobre as questões sociais.
Como a educação inclusiva está pautada no modelo social, e não da detecção da deficiência, ela está ligada para a discussão sobre as barreiras dos alunos no acesso aos muitos locais.
A educação inclusiva respeita o direito à igualdade de chances, prevista na Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência da Organização das Nações Unidas (ONU), que foi promulgada no Brasil em 2009.
Qual o papel da escola na educação inclusiva?
Receber uma criança na escola nem sempre quer dizer atendê-la de forma certa. As crianças devem ser postas em sala de aula não só para se socializar, mas também para aprender.
Pôr as crianças em lugares sem acessibilidade, sem tecnologia assistiva, com professores sem a formação certa, não atende aos objetivos da educação inclusiva. Também tem que se lembrar que existem outras situações que interferem na aprendizagem das crianças e jovens.
Os transtornos de aprendizagem podem dificultar:
- Uso da linguagem falada ou escrita;
- Compreensão ou uso de números e raciocínio usando conceitos matemáticos;
- Coordenação dos movimentos;
- Foco e atenção em uma tarefa.
Os problemas de aprendizagem influenciam no poder de planejar das crianças, mas afetam ainda mais os jovens, que devem ter certa liberdade, mas acham dificuldades na sua evolução.
Com o passar do tempo, esses jovens tendem a ter mais problemas socioemocionais e problemas em tomar decisões sobre o seu futuro.
A escola que trabalha com a educação inclusiva deve ter todo o corpo de colaboradores, gestores, bem como professores cientes da demanda de adequação do ambiente escolar às muitas necessidades dos alunos.
Isso não quer dizer guiar as ações escolares de modo exclusivo para os alunos com necessidades especiais, mas para todos. Todas as crianças, não só as com deficiência, podem ter dificuldades para aprender.
Adequação física
A adequação das escolas não é uma tarefa simples e não existe uma escola pronta. A educação inclusiva requer que todos os que atuam na escola estejam em constante aprendizado e atenção.
Na parte física, a adequação das escolas demandam investimento em peças e tecnologias, além de edificações com acessibilidade. No projeto pedagógico, é vital melhorar gestores, o corpo docente e o time de apoio.
Quando gestores de outras áreas, além da escolar, estão aptos e cientes das necessidades que a educação inclusiva impõe, eles se tornam facilitadores das mudanças e buscam soluções dentro do orçamento das escolas para atender às necessidades de adequação.
Entre os gestores escolares, professores e time da área pedagógica, as reuniões são bons meios para fazer ações e promover mudanças que geram as adaptações de conteúdo e o diálogo com os pais.
É de grande valor definir uma relação de parceria com as famílias dos alunos, pois ela tem muitas informações sobre a criança. Isso tudo de acordo com os saberes adquiridos de como tratá-las e de quais os facilitadores para a sua adaptação.
Além disso, é bom ter na comunidade lideranças envolvidas com a difusão das vantagens da educação inclusiva para alunos, professores e toda a comunidade.
Ao observar esses pontos, a escola começa a trilhar o caminho para a evolução da educação inclusiva de qualidade e chegando ao seu objetivo de dar chances de aprendizado a todos os alunos.
Qual o papel da família na educação inclusiva?
Os pais de crianças especiais costumam ter experiências duras no esforço de obter educação inclusiva de qualidade para os seus filhos.
Desde a negativa de vagas, até exclusão de tarefas e tratamentos capacitistas, existe sempre uma experiência de frustração na busca de uma escola para as crianças especiais.
Além disso, é irreal pensar que os pais têm condições de se dedicar em tempo integral à educação dos filhos e quem sabe lidar com os seus problemas.
É preciso levar em conta que a rotina de trabalho define limites de tempo para que pais se dediquem aos filhos como eles gostariam.
Por essa razão, a escola tem um bom papel no suporte à educação parental, guiando os pais a lidarem de forma mais sensata com casos difíceis. A escola, dessa forma, ajuda para o bem-estar das crianças e jovens.
Apesar das barreiras, é bom que as famílias participem da organização e realização de tarefas escolares, pois a relação de parceria entre escolas e famílias é vital para a evolução dos alunos.
A família também tem uma presença vital na luta à discriminação que as crianças especiais ainda sofrem. A discriminação surge da não aceitação da diferença, que é tira por algumas pessoas como um defeito, um problema.
Isso ocorre por questões culturais, que põem a pessoa diferente numa esfera de inadequação ao local que foi tido como “normal”.
A educação inclusiva entende que a diferença é um valor que gera diversidade à sociedade e a família deve ser parceira da escola na tarefa de passar essa ideia.
Muitas escolas, mesmo as que tendem a ser inclusivas, ainda têm uma perspectiva normalizada, seja pela falta de estrutura, seja pela deficiência na formação do docente, dos gestores escolares e do time de apoio.
A educação inclusiva no Brasil
A discussão sobre a educação inclusiva é bem recente no Brasil. Em 1961, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) que fixava as diretrizes e bases da educação nacional, usava o termo “excepcional” e definia que a educação de “excepcionais” deve, no que fosse possível, enquadrar-se no sistema geral da educação.
Como já foi dito antes, a formação dos professores da educação infantil não pega a diversidade de forma certa. Isso acaba gerando um ciclo.
A sociedade não é motivada a lidar com a diversidade, não busca informações sobre a diversidade, a não ser quando se depara com ela.
Isso ocorre com os pais também. Até ter um filho com necessidades especiais, é difícil os pais se preocuparem em dar aos filhos uma educação onde haja atenção com a diversidade.
Linguagem Brasileira de Sinais
A Linguagem Brasileira de Sinais, por exemplo, é ensinada só aos surdos. Ou seja, os surdos se comunicam entre si, mas têm que aprender a ler os lábios para poder se comunicar com outras pessoas.
Esse problema se reflete também na área da saúde. Profissionais da área não são aptos para atender pacientes surdos, o que prejudica a anamnese e a detecção de doenças.
Uma educação básica não inclusiva também se traduz em arranjos escolares não inclusivos, porque os projetos são pensados por profissionais que também não foram formados para pensar a inclusão.
O processo similar ocorre com adaptações necessárias para os idosos. Só com o envelhecimento da população começaram a ser pensadas ações para esse público. Para que a escola desenvolva uma educação inclusiva eficaz para todos os alunos, ela tem que estar bem planejada.
Isso quer dizer que ela deve ter materiais que geram acessibilidade, piso para alunos com deficiência visual, pilastras marcadas para alunos com baixa visão, rampas para cadeirantes e pessoas com dificuldade de locomoção e demais medidas de acessibilidade.
Outro ponto de valor é a presença de um profissional especializado apoiando o aluno todos os dias para gerar a união entre professor e colegas.
Sabemos que essas condições nem sempre são atendidas, em especial em escolas públicas, que muitas vezes não têm sequer a estrutura padrão.
Como ainda existem poucos profissionais com essas habilidades, eles ficam sobrecarregados, seja pelo número de alunos que precisam atender, seja por dar suporte aos professores que não têm preparo necessário para a condução desses alunos.
As pessoas com deficiência ainda têm pouca visibilidade no Brasil, o que ajuda a reforçar o preconceito. A falta de saber sobre o seu potencial e de reconhecimento das pessoas com deficiência como iguais em direitos e chances leva a ações que segregam.
Capacitismo
O capacitismo e o bullying escolar são ações mais recorrentes de segregação que são ruins para a sociedade como um todo e precisam da atuação pública, das escolas e das famílias para combatê-las. Sendo assim, a educação inclusiva é uma arma vital para vencer o preconceito.
O desenvolvimento das competências socioemocionais das crianças também é um outro desafio. Mesmo as crianças e jovens que não têm necessidades especiais podem ter dificuldades de socialização e aprendizado.
Muitos jovens buscam um propósito, como motivação para os estudos, e têm problemas para se concentrar. Portanto, precisam de suporte, formas e métodos para gerir suas rotinas de tarefas.
Adotar a educação inclusiva dá às escolas esse diferencial na condução das rotinas escolares e no trato aos alunos.
Mas, para isso, voltamos à questão da formação profissional de professores e gestores escolares. A identificação de problemas de aprendizagem precisa de professores capacitados para sinalizar quando é bom a ajuda médica e psicológica.
Ainda existem muitos desafios na inserção da educação inclusiva nas escolas do Brasil. Embora as suas vantagens sejam cada vez mais nítidas, a concretização das ações ainda é inicial.
É preciso que a educação inclusiva seja pensada para além do ambiente escolar, não só para os alunos, professores, coordenadores, diretores e funcionários, mas também para a sociedade.
Dicas de práticas inclusivas
Entender os desafios da educação inclusiva no Brasil é o primeiro passo para pôr em prática ações necessárias. Mas como saber quais são as ações necessárias?
As práticas inclusivas são ações que visam a inclusão dos alunos especiais no processo de aprendizagem. Essas ações vão desde a mudança de postura de professores, gestores escolares e colaboradores, até a adoção de uma estrutura que atenda esses alunos.
Já sabemos que uma das ações inclusivas mais importantes é a capacitação dos profissionais de educação. Mas existem outras ações que podem e devem ser adotadas.
Estrutura física:
- Lugares com acessibilidade com rampas, sinalização e piso tátil;
- Salas multifuncionais com lugares adaptados aos diversos tipos de necessidades.
Gestão escolar:
- Time multidisciplinar feita por profissionais de diversas formações para ajudar no processo de aprendizagem dos alunos;
- Adaptação ao currículo escolar com tarefas que geram melhorias na aprendizagem de acordo com as necessidades dos alunos;
- Provas e tarefas diferenciadas que levem em conta competências obtidas além do conteúdo aprendido.
Sala de aula:
- Respeito aos diferentes ritmos de aprendizado, levando em conta as particularidades de aprendizagem de cada aluno;
- Foco nas competências e não nos problemas dos alunos, com a adoção de conteúdo motivacional e de qualidade para ajudar nas decisões;
- Tarefas que promovam interação, ajuda e cooperação de todos os envolvidos;
- Uso de recursos e tecnologias especializadas disponíveis, pois o uso da tecnologia pode ser muito inclusivo.
Os recursos tecnológicos podem ser muito vantajosos, não só para alunos com necessidades especiais, mas também para seus pais.
Para os alunos, existem programas adaptados para que pessoas com deficiências visual, motora ou auditiva consigam estudar com mais autonomia.
A tecnologia também ajuda a comunicação entre os alunos e seus professores. As redes sociais e apps, por exemplo, são valiosos meios de comunicação usados para dar informações e conteúdos. Ademais, para melhorar as habilidades socioemocionais por meio de saberes técnicos.
Para os pais, a tecnologia pode ser usada para gerar conteúdos importantes sobre a educação dos alunos, ajudando-os a obter boas práticas para a educação parental.
É bom que a inclusão seja vivida no dia a dia, não só nas escolas, mas também em todos os casos. Ações que ajudem na inclusão em todos os pontos são vitais para uma educação inclusiva de forma geral.

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