A educação STEM é uma metodologia de ensino que trabalha o estudo prático e científico. Portanto, por meio desse modelo educacional, os alunos obtêm saberes matemáticos, científicos e tecnológicos. Eles são pensados para o caminho escolar e para o mercado de trabalho.

É uma atuação interdisciplinar que treina os educadores e insere um saber empírico. Dessa forma, esse sistema desperta a criatividade e o pensamento crítico durante a rotina escolar das crianças e dos jovens.
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Por isso, essa metodologia integrada em voga nos EUA está chegando cada vez mais entre pais, educadores e escolas brasileiras. O sistema está sendo usado nas escolas do Brasil e inspira mudanças no currículo escolar nacional.
Então veja aqui o que é STEM, como o sistema está sendo usado no Brasil e os principais benefícios para os alunos.
O que é STEM ou educação STEM?
O STEM é um sistema de ensino científico e prático. A sigla STEM vem da língua inglesa e significa Science, Technology, Engineering and Mathematics.
A tradução para o português é Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática, deixando claro, portanto, que o foco está nas técnicas e aptidões desses campos.
O contato entre alunos e professores difere do ensino comum nessa nova proposta de ensino. O modelo antigo trabalha teoria, tarefas e provas. O STEM, no entanto, propõe que os professores sejam mais ativos e parceiros com as outras disciplinas durante todo o processo de ensino.
Dessa forma, o aluno vai além da teoria, usa o que aprendeu em outra disciplina e aplica o saber em outros contextos. Todo o plano de aulas é pensado para a evolução prática do aluno.
O STEM adota mais atividades interdisciplinares que despertam o pensamento crítico, a criação de hipóteses, o aprendizado por meio de experiências, bem como o uso de meios tecnológicos na escola.
De modo breve, o STEM foi criado para as ciências, a tecnologia e a matemática. Contudo, o evolui na mesma proporção as técnicas de:
- Autocrítica;
- Inovação;
- Criatividade;
- Plano de vida;
- Trabalho em equipe;
Em sua tese de doutorado STEM education no contexto das reformas educacionais, publicada pela USP em 2022, Gustavo Pugliese frisa que o foco do STEM não afeta de forma direta outros saberes vitais.
Aptidões mais ligadas às ciências sociais ou ciências humanas, como a socialização, criatividade e a comunicação também estão presentes, embora não estejam na sigla, essas técnicas fazem parte dessa proposta.
As 4 áreas da educação STEM
Como já foi dito, o STEM tem quatro áreas principais e você pode ver abaixo como é feita essa divisão:
- Science (Ciências);
- Technology (Tecnologia);
- Engineering (Engenharia);
- Mathematics (Matemática).
Science (Ciências)
O campo Science é proposto ao estudo das ciências da natureza. Os professores de química, física e biologia serão incubidos pelas atividades STEM que exploram, comparam, bem como questionam e ensinam as ciências naturais na teoria e na prática.
Technology (Tecnologia)
Já o ponto de Technology está ligado aos estudos básico, intermediário e avançado dos meios tecnológicos. Nesse estudo, a escola ensina os conceitos da web, programação, tecnologia da informação, inteligência artificial, big data, bem como quaisquer outros temas que sejam do universo digital.
Engineering (Engenharia)
Já o estudo da Engenharia trabalha, por exemplo, o saber das engenharias elétrica, mecânica e civil. É um estudo voltado às tarefas que podem melhorar a vida da sociedade, criando meios, métodos e materiais práticos e eficazes.
Mathematics (Matemática)
Por último, a educação STEM dá uma grande mudança curricular quando o tema é o ensino da matemática. Pois, no novo método, o ensino dessa disciplina é muito mais aplicado e ligado às carências do dia a dia.
Até mesmo as teorias clássicas são vistas de forma prática e com novas experiências. Assim, a compreensão do aluno é ajudada e ele cria uma relação mais bacana com a matemática.

Como e quando surgiu a metodologia STEM?
O método STEM que sabemos hoje é guiado pelas políticas educacionais dos EUA. Eles puseram em prática essa educação por volta dos anos 2000, mas ela já era falada por lá nos anos 1990. Veja onde o ensino STEM já é adotado:
- EUA;
- Brasil;
- Coreia do Sul;
- Canadá;
- Austrália;
- França;
- Inglaterra.
O Brasil começou a aplicar esse novo método nos dias atuais. Mas os outros países citados já têm registros da educação STEM nos currículos escolares e tiveram bons frutos.
A adoção do sistema científico ocorreu quando esses países mudaram a forma como viam política econômica e educação. Os países viram que eles podiam educar os jovens e preparar a futura mão de obra com saber de qualidade.
Além disso, os americanos viram que seus jovens não tinham bons resultados nessas áreas do saber. Esses dados começaram a surgir em relatórios, como a pesquisa de 2005 da National Academies of Sciences, Engineering, and Medicine, a academia científica dos EUA. Nesse estudo, eles viram os problemas nas áreas de exatas e científicas.
A partir disso, os EUA seguiram estudando e viram que era preciso fazer uma mudança para que o país não perdesse presença econômica e competitividade de mercado.
Por isso, eles mudaram as grades curriculares, em especial nos Ensino Fundamental e Médio, para diminuir esses problemas de aprendizado.
Portanto, é muito por causa de questões econômicas e o desejo da mudança do currículo escolar que os países investem nesse modelo de educação. Os saberes técnicos e práticos melhoraram o desempenho escolar e capacitaram profissionais de uma forma boa.
Após o sucesso nos EUA, então outros países adotaram esse modelo de escola para mudar a dinâmica entre educadores e alunos dentro da sala de aula. Por exemplo, o Brasil já trabalha a técnica em projetos da metodologia STEM em muitos estados.
Diferença entre STEM e STEAM
Além do STEM, outro termo chamado STEAM também vem ganhando espaço no contexto escolar, mas é bom frisar as diferenças entre eles para não gerar confusão.
Em resumo, o STEAM é a sigla para Science, Technology, Engineering, Arts and Mathematics. Como você pode ver, a principal diferença é que as Artes também fazem parte do plano de estudos.
A adição da Arte no acrônimo ajudou a resolver a falta das ciências humanas no plano de ensino. Assim, as escolas que adotam a metodologia STEAM têm uma visão que pega essa outra disciplina de forma central.
Isso não quer dizer que as humanidades não estão presentes no STEM. Quando bem feito, esse plano de ensino consegue atender todas as técnicas, já que ele é um ensino multidisciplinar.
É bom ver se as escolas que adotam o termo STEAM têm, de fato, um sistema de ensino que põe a Arte como um pilar da educação. Caso contrário, não estão seguindo a política educacional desse método.
Esse ensino não é só sobre ter alguma prática artística ou sobre estudar a História da Arte, porque a atividade artística é a construção de uma ideia, uma forma de ver o mundo e uma postura social.
Portanto, STEM e STEAM são metodologias que têm algumas diferenças, mas ambas inovam o ensino e trazem diferenciais em seus conceitos.
Quais são os objetivos da educação STEM
Além da inovação e do ensino prático, o STEM tem objetivos e metas que podem mudar o ganho de saber do aluno e, até mesmo, o rumo da evolução de um país. Veja aqui os principais objetivos:
Objetivos STEM para o aluno:
- Evolução avançada das competências e técnicas de ensino;
- Pensamento crítico;
- Incentivo à curiosidade;
- Perfil colaborativo;
- Aumento da motivação na sala de aula;
- Mudança de pensamento sobre as ciências;
- Amplo saber da tecnologia.
Objetivos STEM para o país:
- Capacitação de mão de obra qualificada;
- Evolução econômica;
- Desenvolvimento social e tecnológico;
- Busca pela inovação;
- Valorização profissional.
Seja para o aluno ou para o país, a metodologia STEM foi criada para combinar o ensino escolar e a sociedade. O que se aprende na escola pode compor os outros contextos do aluno, seja em casa ou no futuro trabalho.
Um novo fazer científico
Outro objetivo da educação STEM é entender as ciências exatas e da natureza por um novo olhar. Até hoje, essas disciplinas são tidas como difíceis por algumas pessoas.
Se elas forem dadas de forma teórica, prática e moderna, os alunos vão conseguir ver como a matemática, a física, a biologia e a química estão presentes em nossas vidas.
Do mesmo modo, a tecnologia e seus meios farão parte do trabalho e do dia a dia das pessoas, indo além das redes sociais e conhecimento básico do mundo digital.
Esse sistema é multidisciplinar e feito para mudar a sociedade, assim como a interação entre aluno e professor e entre os próprios alunos.
As vantagens da educação STEM
Entre as principais vantagens do STEM, estão a educação inovadora, o novo papel do professor dentro da escola e aportes nas políticas educacionais. Além disso, o STEM também serve para:
- Formar crianças que questionam, investigam e criam hipóteses;
- Educar pessoas autônomas e protagonistas;
- Capacitar professores para que sejam mentores.
Em sua tese de doutorado, Gustavo Pugliese também aponta um dos discursos do Nationales MINT FORUM, o Fórum Nacional STEM feito na Alemanha. A tradução do autor põe em destaque outras grandes vantagens do STEM, sendo elas:
- Evolução de importantes saberes do século XXI;
- Adoção de uma educação colaborativa e criativa;
- Uso de meios digitais e matemáticos;
- Evolução socioemocional;
- Experiências de autoeficácia.
Além disso, de acordo com o fórum internacional, a escolha pela educação STEM desenvolverá pessoas com interesses nas áreas e temas STEM. A longo prazo, o sistema educacional e o mercado de trabalho serão beneficiados com essa metodologia inovadora.
Como funciona a educação STEM
De início, o STEM exige que seja feita uma reformulação do plano de aula. Esse é um passo vital para que os professores e a gestão escolar entendam quais são os novos rumos e técnicas que devem ser adotadas.
Em segundo lugar, o ideal é capacitar os professores para que eles consigam relacionar o saber técnico, a experiência nas salas de aula e o novo formato educacional para que as aulas sejam dinâmicas e pautadas nas quatro áreas do sistema. O ensino deve ser mais legal, trazendo o diálogo e novos meios para a sala de aula.
A estrutura da metodologia STEM na escola
A instituição deve seguir alguns bons passos para garantir o sucesso dessa metodologia. Por exemplo:
Capacitação continuada
Como o STEM está ligado à tecnologia e às práticas educativas, então é bom que o professor esteja atento aos novos conceitos e meios que podem fazer parte da sequência didática. A escola deve dar programas de formação e acessos que motivem os educadores.
Espaços tecnológicos e científicos
A escola tem que ter uma estrutura física que converse com o discurso STEM. Dessa forma, nesse caso, não são só os laboratórios de informática e química.
Aqui, estão os espaços que trabalham os campos de modo direto e indireto. Portanto, local de estudos, biblioteca, horta, jardim, sala de jogos, sala de robótica e outros lugares podem ensinar novos fazeres e o ensino prático.
A educação STEM no Brasil
A metodologia STEM chegou ao Brasil após o sucesso comprovado de sua adoção nos EUA. Mas, nos dias de hoje, o Brasil já tem uma organização chamada STEM Brasil que capacita educadores em mais de 16 estados brasileiros.
Para eles, esse método é bom para que os novos mentores sejam facilitadores e desenvolvam um ambiente escolar de resolução de problemas, comunicação e trabalho em equipe.
O ensino tradicional brasileiro, em especial das ciências exatas, ainda é construído com a apresentação oral da teoria, exemplo e aplicação de exercícios.
Contudo, nem sempre o aluno aprende o conteúdo nessa interação, muitas vezes ele pode estar só reproduzindo o que viu em sala de aula.
Por isso, o novo método está ganhando educadores. Ele é um sistema que integra o ensino entre prática e teoria. Além disso, ele é pensado para o ano escolar e para a evolução profissional do aluno.
O currículo brasileiro e STEM
Conforme os Parâmetros Curriculares Nacionais, o cenário da educação no Brasil está mudando. Hoje, sabemos que o aluno é o agente da construção do seu saber, já o professor não é só quem repassa o conteúdo, ele é um e mentor de sua turma.
Portanto, guiar o saber escolar para ações integradas com outras disciplinas, dá prática e relações com todos os contextos que o aluno convive.
Ou seja, o Brasil viu que tem que educar e capacitar os jovens do país, não só por uma questão econômica, mas por um princípio pedagógico que deseja formar cidadãos críticos, profissionais e atuantes.
As novas políticas públicas do Ensino Médio já trabalham o saber técnico e profissional. Inclusive, a reforma curricular definiu que o aluno vai sair formado e com um diploma técnico, de acordo com o que ele aprendeu nessas séries escolares.
STEM e as escolas regulares
Esse saber aplicado tem os ensino Fundamental e Médio como principais séries de atuação. Sendo assim, veja como cada formação escolar é complementada com o STEM:
STEM: Ensino Fundamental
De acordo com a Base Nacional Curricular (BNCC), é no Ensino Fundamental que o aluno vai ver a matemática de forma prática e aplicada à vida.
Portanto, ele consegue ver, investigar e achar soluções durante o aprendizado. O foco é a compreensão dos padrões e suas relações com a vida real.
O conhecimento STEM estará no seu nível de introdução, mas já vai motivar a invenção, as conexões e os principais desejos dos alunos. Adicionando o saber STEM ao currículo do Ensino Fundamental, o aluno vai poder:
- Fazer conexões entre as aulas;
- Ver disciplinas aplicadas no mundo real;
- Testar hipóteses;
- Achar interesses.
STEM: Ensino Médio
Já no Ensino Médio o STEM faz projetos de rotina escolar e projetos de vida. O plano de aula já é mais desafiador, motivando o pensamento crítico, as opiniões e a tomada de decisão.
Ele prepara os alunos para entender o mundo universitário e para entrar no mercado de trabalho. Ou seja, é uma dinâmica que dá aptidão e amadurecimento emocional que vão influir no currículo e na postura profissional. Esse sistema dá ao aluno do Ensino Médio:
- Autocrítica;
- Construção de repertório;
- Preparação para a vida profissional;
- Empreendedorismo;
- Suporte socioemocional.
Após o período de ensino regular, as vantagens do STEM continuam na vida universitária e trabalhista. Afinal, todo o plano foi pensado para que a formação seja contínua.
Uma vez que a escola conseguiu educar pessoas curiosas, questionadoras e colaborativas, a sociedade será afetada por essa nova postura coletiva.
Vemos que as ideias do STEM estão muito próximas das diretrizes curriculares do Brasil. O principal dilema está na evolução e na ampla aplicação do método.
STEM e o Novo Ensino Médio no Brasil
Dá para ver aspectos da educação STEM no currículo do Novo Ensino Médio. De acordo com o Ministério da Educação (MEC), o novo plano de ensino nacional segue a BNCC e tem a “oferta de diferentes possibilidades de escolhas aos estudantes, os itinerários formativos, com foco nas áreas de conhecimento e na formação técnica e profissional”.
Vemos que as bases do STEM são contempladas por esse novo regimento. Os objetivos da mudança foram para:
- Trazer o ensino para a realidade dos alunos;
- Acompanhar as demandas do mercado de trabalho;
- Explorar competências socioemocionais;
- Desenvolver habilidades da vida em sociedade.
Por isso, foram criadas disciplinas obrigatórias como o Projeto de Vida e espaços para disciplinas eletivas. Nessas aulas eletivas, os alunos escolhem o que querem estudar de acordo com seus desejos e carências.
Os itinerários formativos do Ensino Médio agora dividem o tempo de aula entre Formação Técnica e Profissional (FTP) e nas áreas de conhecimento. Já as áreas de saber são:
- Matemáticas e suas Tecnologias;
- Linguagens e suas Tecnologias;
- Ciências da Natureza e suas Tecnologias;
- Ciências Humanas e Sociais Aplicadas.
Diferente da STEM, o Ensino Médio ainda tem outras disciplinas centrais, mas, mesmo assim, as novas diretrizes já são trabalhadas em demandas educacionais e profissionais.
Outro grande avanço brasileiro é que cada instituição de Ensino Médio tem autonomia para escolher o seu itinerário formativo. É bom ainda que ela veja as carências da sua comunidade escolar, o que liga mais uma vez a educação das vivências e conhecimento prático.
A metodologia STEM funciona no Brasil?
Essa metodologia é, de fato, lúdica e pode mudar a educação, a economia e a formação profissional a longo prazo. Contudo, a sua aplicação no Brasil ainda não é tão difundida, o que dificulta a compreensão sobre a sua eficácia no cenário brasileiro.
A educação STEM inspirou algumas grandes mudanças curriculares, como o Ensino Médio, e veremos a médio e longo prazo esses frutos.
O bom é que a metodologia já tem um amplo lugar de discussão no país e espaços de aplicação. O STEM tem um futuro promissor e defensores nas escolas e universidades. Inclusive, temos muitos projetos STEM espalhados por todo o país.
No geral, pesquisas pedagógicas e sociais, como a tese de Gustavo Pugliese, apontam que o STEM tem que levar em conta a classe educadora em seu preparo. Professores do ensino regular, universidade e amplas pesquisas devem compor as referências da educação STEM no Brasil.
Assim, o novo currículo não será tecnicista e terá bases de ensino sólidas, que educam todas as competências e técnicas dos alunos.
Adotar um sistema de ensino como esse sem as devidas estruturas pode ser ruim para o “currículo e acentuar desigualdades do país”, de acordo com Pugliese.
Portanto, o STEM é um caminho promissor na era da tecnologia, mas é bom ter uma boa estrutura educacional e plano personalizado para cada série escolar, seja nas escolas privadas ou públicas.
O futuro da educação STEM
Esse método de ensino já está fixo em grandes países do mundo, como, por exemplo, EUA, Inglaterra e Coreia do Sul. As pesquisas sobre o tema seguem polindo as técnicas e meios vitais.
Mas para que ele se torne uma proposta nacional eficaz será preciso juntar a aptidão dos educadores e meios físicos para dar um novo ensino brasileiro, em especial nas escolas públicas.
Por fim, não dá para negar que o universo digital vai continuar influenciando as novas gerações e o mercado de trabalho. Por isso, a metodologia STEM chegou para mudar o ensino mundial, dando um currículo escolar das ciências, da matemática, das engenharias e da tecnologia.

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