Educar é um dos maiores desafios das pessoas, e por mais que se estude e se discuta a respeito, não tem jeito, filhos não vêm com manual. Nesse sentido, a parentalidade positiva não é mais um modismo, ou conjunto de regras para se criar filhos, mas sim uma filosofia a ser levada para além do contexto familiar.
De fato, os pais devem seguir a educação que acham mais útil e boa para os seus filhos. No entanto, com o avanço da tecnologia e acesso à informação, dá para buscar por outras formas de educar.

Não existe uma educação errada ou mais certa que a outra, e sim aquela que faz mais sentido para a família. É comum não concordar com o estilo de vida e visão do mundo do outro. Porém antes de decidir a linha de raciocínio que seguirá, entenda melhor sobre a parentalidade positiva.
O que é educação parental?
Com o passar do tempo, é comum ver que muitos pais e mães achavam saber o que era melhor para os seus filhos. Até porque eles eram os adultos dessa casa e tinham que estar sempre com a razão. Isso gera até hoje diversos conflitos e problemas que nunca têm uma solução de fato.
Nos dias atuais, se tornou ainda mais comum admitir quando dúvidas surgem ao longo da criação dos filhos. Sendo assim, enquanto alguns pais acham ter um dom natural para a educação e compreensão dos seus filhos, isso não ocorre com todos. Outros pais precisam de um certo apoio para ter certeza de que estão no caminho certo.
Dessa forma, é bom saber: o que é educação parental? É bem esse apoio, que serve como um norte para entender as crianças e enfrentar o grande desafio que é ser pai ou mãe.
Na educação parental, os pais costumam aprender acerca dos seguintes conceitos:
- As fases da evolução infantil e o que elas podem trazer;
- O que fazer no momento em que a evolução parece atrasada ou errada;
- Como ocorre a comunicação com a criança de forma eficaz;
- Qual seria a forma certa de criar um ambiente familiar positivo e cortês;
- De que modo é possível apoiar os gostos e talentos dos filhos;
- Como ensinar os filhos a falarem os seus desejos e emoções;
- Como lutar de forma ativa contra casos de abuso e descaso.
No geral, ainda dá para fazer um resumo do que seria a educação parental. Ela é, então, uma forma de procurar conselhos em todas as dúvidas possíveis que você pode ter como pai ou mãe.
Qual o papel de um educador parental?
Agora que você já tem uma noção sobre o que é educação parental, é bom citar que existe o educador parental. Isso indica o profissional dessa área, que traz a orientação, conselho e ajuda aos pais com suas dúvidas.
Dá para dizer que, no geral, o educador parental não tem uma função fixa. Ou seja, as ações profissionais serão guiadas de acordo com as carências que a família tem. Em certos casos, ele fará somente uma consulta, mas em outros, pode ser que precise de meses com o apoio devido.
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Sendo assim, o educador parental deverá se unir aos pais a fim de entender os principais problemas e questões que envolvem a criação dos filhos. Após isso, será criado um plano de ação fixado à família. Assim, ela poderá criar um clima propício para a evolução positiva das crianças.
Vale frisar que procurar um educador parental não deve ser motivo de vergonha. Na verdade, a busca por essa ajuda a fim de entender melhor a paternidade, bem como os seus desafios, não faz de você um pai ou uma mãe ruim.
É justo o contrário: esse cuidado em ser melhor como pai ou mãe mostra que você está fazendo o melhor que pode. Pedir essa ajuda é melhor do que ficar sem saber como resolver seus problemas em casa.

O que é parentalidade positiva?
Em sintonia com a chamada disciplina positiva, a parentalidade positiva se baseia na promoção do respeito mútuo na relação entre pais e filhos e na educação construtiva. Dessa forma, a educação parental é voltada em firmeza e empatia, focando sempre no melhor desejo da criança.
Dito de outra forma, trata-se de uma filosofia que dá aos pais olhar para seus filhos com mais humanidade, como pessoas em formação e que precisam de orientação e não apenas de um comando.
O objetivo é combinar firmeza e gentileza e promover a evolução da criança por meio do preparo e do reconhecimento, com fixação de limites e sem violência tanto física quanto verbal.
Nesse sentido, a prática da parentalidade positiva deixa de lado velhos padrões da educação, como o castigo, a punição e o poder, e se baseia na ajuda e no respeito.
Consiste em observar e conhecer a conduta infantil para então dar meios para a criança evoluir de forma positiva e aproveitar todo seu potencial de aprendizagem, com ternura, mas sem abertura.
Parentalidade positiva e psicologia positiva
A psicologia positiva pode ser definida como uma abordagem tanto de caráter filosófico quanto prático. Assim, é um modelo educativo que conta com a firmeza, afeto e empatia, que você, pai ou mãe, pode usar com os seus filhos.
Trata-se, portanto, de uma escolha na forma de conduzir a criação, além de colocar certos limites. Por fim, a psicologia positiva define diálogos e ajuda com a criança.
Ao contar com a psicologia positiva, você começará a:
- Entender o valor de conhecer os desejos por trás das condutas da criança;
- Desenvolver tanto o autocontrole como o autoconhecimento;
- Repensar certos padrões de condutas que são mais comuns;
- Ensinar às crianças as habilidades de vida sociais e intrapessoais a exemplo da empatia e segurança em si mesma;
- Atender às crianças de forma firme e amorosa.
Parentalidade positiva: crianças
Existem diversas formas de aplicar a parentalidade positiva nas crianças, isto é, ainda na fase da infância. Veremos a seguir algumas formas de fazer isso.
Na hora de dar uma bronca, por exemplo, evite ofensas. O simples fato de que uma criança fez algo que não te agrada não lhe dá o direito de xingá-la.
No entanto, o que deve ser feito é aplicar o diálogo na relação de vocês. Logo, explique ao seu filho o motivo da bronca e como ele não deve se portar.
Outro momento para aplicar esses conceitos é depois da bagunça, que as crianças fazem muito. Nesse momento, faça com que o seu filho entenda que você também vai ajudar a arrumar essa bagunça. No geral, os pais os mandam arrumarem sozinhos.
Por fim, troque a frase “pare de chorar” por algo que passe sentido de refúgio. Por exemplo, questiona os motivos para esse choro e ofereça ajuda de alguma forma.
Parentalidade positiva: jovens
Os jovens são mais crescidos que as crianças, logo, os cenários são distintos. Logo no início da adolescência, esses jovens costumam ficar questionadores.
Isso significa que a todo momento eles farão uma pergunta a você, e com a parentalidade positiva, você deverá instigá-lo. Em resumo, faça com que o seu filho busque o sentido das coisas, e não que somente pergunte.
Perguntar é bom, porém ser curioso ao ponto de ir em busca de uma resposta concreta é mais importante ainda. Junto a isso, você pode unir com outra dica, que são os elogios.
Elogie o seu filho sempre que dê, que a vitória não pareça tão grande. Ao passo que o elogio é vital, aceitar os erros também é. Por isso, explique ao seu filho que os erros e acertos são comuns e devemos nos orgulhar dos pequenos passos que damos.
Educação parental e o apego seguro
O apego seguro traz como ideia desenvolver crianças felizes e ajudar na sua evolução. Logo, elas têm que saber lidar com situações adversas da vida de forma pessoal. O apego seguro, por outro lado, preza por um olhar de respeito, empatia, carinho e gentil com os filhos. Isso ocorre com o intuito de passar segurança e atender às carências dos pequenos.
Educar os filhos com certeza não é uma tarefa fácil. Temos essa ânsia, porém, a realidade é muito diferente. Com todo amor por eles, é possível se ver muitas vezes perdidos, hostis, irritados, lutando por poder.
A criação com apego é um meio de educá-los de forma amorosa, com um olhar amplo para o adulto que essa criança se tornará, partindo de uma relação que preza a responsabilidade pessoal para que tenham, de modo verdadeiro, responsabilidade social.
Sabemos que alguns adultos têm certos receios em relação a criação com apego e, sobre isso, podemos observar nessa publicação.
O que levar em conta na hora de colocar esse conceito em prática?
Podemos dizer que a parentalidade positiva é o caminho do meio entre a ditadura e a abertura, uma linha em que o poder dos pais não é discutido, porém a criança deve ser entendida.
Na prática, é bom usar alguns macetes para aplicar essa filosofia no dia a dia. Entre elas, podemos destacar:
- Entender os aspectos de cada fase da evolução infantil;
- Conhecer a personalidade da criança;
- Respeitar seus sentimentos;
- Impor limites com empatia;
- Criar vínculos;
- Deixar que aprenda por meio dos frutos de suas escolhas;
- Disciplinar sem castigar.
Todas essas atitudes têm em comum alguns alicerces que sustentam a parentalidade positiva e precisam ser destacados.
Segurança
Um dos principais objetivos da parentalidade positiva está ligado à carência de combater e prevenir os maus tratos infantis. Dessa forma, promover a segurança da criança é um dos pilares da filosofia.
Há um compreensão de que a violência, de qualquer ordem, não ensina e nem promove condutas mais adequadas, apenas educa pelo medo da reação dos pais.
Felicidade
Essa abordagem ressalta o reforço positivo como o caminho para a construção de aptidões, como a resiliência e a resistência. Nesse sentido, é importante que os pais valorizem as emoções positivas, como a felicidade, apostando na criação de vínculo, no incentivo da relação pessoal e na promoção dos interesses e pontos fortes individuais.
Comunicação
Outro ponto primordial é o diálogo positivo, tanto na forma quanto no conteúdo, o que significa abolir gritos, ameaças e ofensas. Trata-se de entender que é muito mais fácil quando a criança colabora e que isso não se conquista sem respeito.
Quando os pais perdem o controle, só deixam a criança mais nervosa e agitada, criando uma bola de neve. Qualquer relação respeitosa pressupõe um diálogo positivo, e entre pais e filhos não é diferente.

Limites
Ao contrário do que muitos acham, a parentalidade positiva não tem nada a ver com deixar os filhos fazerem o que quiserem, mas sim com entender suas carências e ensiná-los a lidar com o que pode e o que não pode.
Impor limites — inclusive rígidos, como aqueles que envolvem a segurança e a integridade física — é essencial. No entanto, é preciso usar a empatia, sempre explicando as razões e os efeitos à criança e deixando as regras bem claras.
Carências físicas
Assim como a segurança é um dos grandes receios da parentalidade positiva, a ajuda às carências físicas também é. Nesse caso, é vital compreender as demandas de cada criança de forma particular e entender que ela não tem maturidade para lidar com certas carências.
Assim, a conduta de uma criança de 2 anos, por exemplo, é muito afetada por suas carências físicas, como fome, sono, calor etc. Logo, atendê-la em suas vontades é primordial.
Fase de evolução
Nesse sentido, também é bom compreender a fase de evolução da criança, sem esperar dela aptidões que vão além da sua maturidade. Por exemplo, até mais ou menos os 3 anos, a criança ainda se vê como o centro do universo, sendo para ela difícil entender conceitos como compartilhar, emprestar etc. Então, é preciso ensiná-la com empatia.
As crianças passam por diversas fases de evolução, e é preciso ter um olhar carinhoso para isso. Portanto, você deve respeitar a evolução do seu filho e como isso ocorre.
Emoções
Por fim, a parentalidade positiva enfoca as emoções, sendo importante legitimar e acolher os sentimentos infantis. Não é porque uma vontade não será atendida que os pais não devam compreender a frustração de seu filho e tentar amenizá-la com afeto.
Outro ponto crucial é nomear as emoções, apontando para a criança aquilo que ela está sentindo e ensinando-a a lidar com a situação.
Em resumo, podemos dizer que há três caminhos a se tomar ao educar:
- Autoritarismo;
- Permissividade;
- Equilíbrio entre eles, que é o que prega a disciplina positiva.
Enquanto o primeiro pode interferir de forma direta na construção da autoestima e na autonomia do indivíduo, o segundo tende a criar adultos que não sabem lidar com frustrações e nem resolver problemas.
Conclusão
Ao passo que a parentalidade positiva visa promover a inteligência emocional, criando adultos saudáveis, felizes e íntegros. A criança educada dessa forma é aquela que entende e integra os limites existentes em seu dia a dia, agindo da mesma maneira na presença ou na ausência dos pais.
Ela é motivada a pensar e cresce com o poder de escutar o outro, já que sempre foi escutada. Além disso, tem uma boa autoimagem e lida com suas próprias fraquezas sem culpa.

Agora que você já conheceu as ideias da parentalidade positiva, que tal dividir com outros pais colocando este post nas suas redes sociais? Aproveite a chance! Mas qualquer dúvida, entre em contato com a LUMA Ensino.