O homeschooling (ensino domiciliar) é uma opção à educação formal seja privada ou pública. O ensino domiciliar é a prática de ensinar a criança em casa seja com professores particulares ou seja os próprios pais. Mas o que isso quer dizer na prática?

O homeschooling (ensino domiciliar) é nada mais que um modelo de educação na qual o aluno não vai em aulas regulares em uma escola, seja presencial ou online. Na maioria dos casos, a escolha por esse modelo se deve ao desejo dos pais a darem uma educação personalizada aos filhos. Desse modo, dá para explorar os pontos fortes e os talentos de cada aluno.
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Por analogia, o aluno que se sente desafiado e focado em seus pontos fortes mostra melhores desempenhos. No exterior, os alunos que usam o homeschooling (ensino domiciliar) têm resultados escolares melhores aos alunos de escolas regulares.
Ao estudar por meio do homeschooling (ensino domiciliar) o aluno está em sua zona de conforto, respeita seu processo de aprender e se sente mais confortável. Além disso, as pessoas responsáveis pelo ensino domiciliar valorizam a formação do estudante de forma geral. Para isso, os estudos não abordam somente conteúdos vistos na escola, mas também assuntos práticos, ensinando valores, virtudes, e tolerância política e religiosa.
Adapta-se o ritmo de estudo
É importante destacar que o ensino domiciliar promove a chance de o aluno aprender em seu próprio ritmo ao invés de se adaptar ao ritmo de aprendizado de uma sala de aula lotada. Além disso, por meio do ensino escolar, pode-se ter uma prática multidisciplinar. Ou seja, a junção de duas ou mais áreas. Podemos ilustrar isso por meio de um projeto do sistema solar em que o aluno realiza atividades junto das de ciências, artes e matemática, por exemplo.
Hoje, o homeschooling (ensino domiciliar) é regulamentado por mais de 60 países. Pesquisas mostram resultados positivos do ensino domiciliar. Essa maneira de abordar a educação do seu filho pode garantir um maior amadurecimento escolar, desenvolver a autonomia de aprendizado, e permitir, ainda, a curiosidade por novas formas e estratégias de aprender.
Vale ressaltar que a maioria dos países que permite o ensino domiciliar apresenta ótimos índices da educação na escala global. No Brasil, o homeschooling (ensino domiciliar) ainda não é tido como uma opção viável por muitas famílias. A falta de regulamentação no país ainda é um grande empecilho, além de muitas críticas e argumentos contra esse modelo de ensino.
Como funciona o homeschooling (ensino domiciliar)?
O homeschooling (ensino domiciliar) é muito mais que uma variação da educação apenas associada ao ensino em casa pelos membros da família. Cada família pode organizar a agenda do estudante da forma que melhor se adapte à realidade individual de cada estudante. Além disso, os alunos podem focar nas disciplinas que mais os interessa. E, ainda, ao invés de focar em livros didáticos, o estudante pode realizar outros projetos e pesquisas.
O homeschooling (ensino domiciliar) é apenas uma opção no método de ensino. Ou seja, o aluno deve ser exposto aos mesmos conceitos básicos que uma criança que participa de aulas regulares. Ao mesmo tempo, o ensino domiciliar não é apenas uma maneira de fazer com que o aluno memorize conteúdos obrigatórios, mas sim que seu filho seja capaz de aprender de forma efetiva. Ademais, as famílias podem optar pelo ensino domiciliar por questões religiosas, políticas ou até mesmo sociais.
Participação da família

Os pais que optam pelo ensino domiciliar estão empenhados em investir na formação intelectual de seus filhos. Desse modo, eles estão dispostos a se comprometer com maior tempo e participar de forma mais ativa no processo de educação dos filhos. Muitos pais que optam pela prática do ensino domiciliar têm o objetivo de acompanhar a vida escolar de perto. Sendo assim, direciona-se o ensino, focando 100% nas carências de cada indivíduo, da mesma forma que o aluno se sente mais à vontade de tirar dúvidas e interagir em cada etapa da aula.
No entanto, pode surgir receio acerca da interação de seu filho com pessoas da mesma idade. Mas ao contrário do que se pensa, o estudante que realiza o homeschool ainda tem a chance de socializar de forma normal em outros ambientes além do escolar. Como, por exemplo, em igrejas, escolas de idioma, grupos de estudo, aulas de música, entre outros.
Na prática do homeschooling (ensino domiciliar), em muitos casos, são os próprios pais que aplicam atividades que seriam estudas em uma instituição, mas ocorrem no próprio domicílio. Acima de tudo, familiares que realizam o homeschooling tendem a ter contato e encontros regulares com quem opta por essa prática. Desse modo, os estudantes podem se encontrar periodicamente, trocar experiências e interagir com seus pares. Nesse modelo de educação, a criança é estimulada de diversas as formas: intelectual, artística ou acadêmica.
Família x organização dos estudos
A organização das atividades escolares no ensino domiciliar fica a critério de cada família. Os responsáveis por esse ensino podem definir horários de estudo, pausas, realizações de projetos de acordo com as carências de cada estudante.
Os alunos são mais autodidatas, ou seja, preparados para pesquisar, estudar, questionar, interpretar e encontrar respostas lógicas em seus estudos. No ensino domiciliar é possível uma gama de recursos no processo de aprendizagem. Por exemplo, o uso de livros didáticos completos, apoio de sites e apps, plataformas de ensino, auxílio de professores particulares, entre outros.
Mesmo que tenha flexibilidade na organização do ensino escolar de acordo com cada caso, alguns pontos devem ser decididos no início dessa prática. Existem muitos grupos para auxiliar as famílias que optam pelo homeschooling (ensino domiciliar) com dicas e conselhos. Ainda, é preciso definir o responsável pelo ensino, a escolha do material didático, definição do local de estudo, cronograma com horário e intervalos de estudo.
Outro ponto importante no homeschooling (ensino domiciliar) está ligado ao tempo de estudo diário. Ou seja, uma carga horária reduzida se comparada a de uma escola regular. Além disso, os estudantes são levados a realizar outros trabalhos, atividades físicas e aplicações práticas do que foi estudado na teoria.
É preciso, no entanto, adaptar cronograma de acordo com a necessidade de cada criança e seu avanço nos estudos. Para isso, existem diversos autores que abordam o tema e auxiliam os pais por aulas do homeschooling (ensino domiciliar) a escolher a melhor abordagem para as aulas de acordo com cada aluno.
Quando e onde surgiu o homeschooling (ensino domiciliar)?
O ensino domiciliar pode até soar como uma prática nova, porém o homeschooling (ensino domiciliar) não é um conceito novo na formação acadêmica, sendo utilizado por famílias com maior poder aquisitivo no passado. Podemos tomar como exemplo grandes nomes da história que estudaram por meio do ensino domiciliar, entre eles estão Thomas Edson, Alexander Graham Bell e C.S. Lewis.
O homeschooling (ensino domiciliar) moderno ganhou força por volta dos anos 1970 com John Holt, Dorothy e Raymond Moore nos Estados Unidos da América. A prática do ensino escolar foi idealizada para tratar a educação das crianças de maneira mais humanizada e orgânica, seguindo a tradição familiar. Isso significa que o principal objetivo do ensino domiciliar era fazer com que a criança aprendesse em seu tempo, com curiosidade e com experiências naturais.
A partir disso, estabeleceu-se a Fórmula Moore. Essa formula consiste em três passos: 1) voltado para o estudo adaptado à maturidade da criança, seja estudando alguns minutos ou várias horas por dia; 2) o desenvolvimento de trabalhos manuais com a mesma quantidade de tempo dedicada aos estudos; 3) como a realização de trabalhos domésticos e comunitários por entorno de uma hora por dia.
Após isso, as famílias norte-americanas chateadas com a educação privada e pública aderiram o homeschooling (ensino domiciliar). Ao decorrer dos anos, a prática ganhou força no mundo, sendo permitido em mais de 60 países.

Como é o homeschooling (ensino domiciliar) em outros países?
Como já abordado antes, o homeschooling (ensino domiciliar) não é uma prática nova, mas tem ganhado força desde 1970. Já são mais de 60 países que permitem essa prática ao redor do mundo. Estados Unidos, França, Noruega, Austrália, Portugal, Rússia e Nova Zelândia, por exemplo, legalizaram o homeschooling (ensino domiciliar).
Estados Unidos
Podemos tomar os EUA como principal exemplo em que o homeschooling (ensino domiciliar) é visto como um movimento social. Cada estado norte-americano prevê regulamentações diferentes acerca do assunto, porém a prática é legal no país todo. Nesse sentido, a educação domiciliar é uma prática que garante a educação das crianças, e não um movimento que as segregue da sociedade.
América do Sul
Da mesma forma, há na América do Sul outros países em que o ensino domiciliar já é uma prática regulamentada. Enquanto o Chile está ao mesmo passo do Brasil no processo de regulamentar o homeschooling (ensino domiciliar), o Equador já tem leis para o ensino domiciliar. Em outros países como, por exemplo, a Argentina, o ensino domiciliar não tem um grande debate. No entanto, os alunos que utilizam esse modelo de estudo podem fazer vestibular e estudar em faculdades normalmente.
Europa
Na Europa, cada país tem seus próprios ideias com relação ao homeschooling (ensino domiciliar). Mas é necessário salientar que desde 2000, de acordo com a Carta de Direitos Fundamentais da União Europeia, há uma liberdade na escolha da educação dos filhos por parte dos pais. Isso significa que as famílias têm a opção de escolher a modalidade pedagógica para o processo educacional dos estudantes de acordo com seus valores e crenças.
Nesse sentido, há países que são mais ou menos flexíveis com relação ao ensino domiciliar. Temos como exemplo a França, que possui uma ampla fiscalização acerca do homeschooling (ensino domiciliar), de modo a garantir a educação das crianças de 6 a 16 anos de idade. No entanto, a Alemanha e a Suécia são contra a prática e consideram o homeschooling um crime. Nesses países, a falta do cumprimento da lei de matricular a criança na escola formal pode acarretar na perda da guarda dos filhos.
Ademais, ainda há muitas questões sobre o assunto. Mas é importante mostrar que, segundo pesquisa feita pela Home School Legal Defense Association (HSLDA) – tradução livre: Associação de Defensa Legal ao Ensino Domiciliar -, os resultados dos alunos que estudam em casa são melhores. Em países que o ensino domiciliar é aplicado por um longo período, os estudantes que fazem o homeschool tendem a ser aprovados com notas mais altas e a ter uma maior gama de conhecimentos ao entrarem em universidades.
Permite-se o homeschooling (ensino domiciliar) no Brasil?
O homeschooling (ensino domiciliar) no Brasil ainda é um assunto delicado e há mais de 30 anos existe um debate acerca do assunto. Em 2018, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que a prática do ensino domiciliar não é inconstitucional, mas ainda há uma falta de regulamentação. Por isso, não permite-se o ensino domiciliar até hoje em muitos países.
Os pais que escolhem educar seus filhos sem o apoio de uma instituição escolar podem sofrer com as leis atuais. O Código Penal Brasileiro define a prática do homeschooling (ensino domiciliar) como abandono intelectual. Ainda, segundo as leis, é prevista a detenção de 15 dias ou multa aos pais que optam por esse modelo de ensino em quase todo o território nacional. Apesar de não proibir a prática do ensino domiciliar, a constituição brasileira ainda não garante esse direito aos pais por meio de legislações próprias da modalidade.
No entanto, em 2020, alguns estados brasileiros permitiram a prática do homeschooling (ensino domiciliar) na educação escolar. Sendo assim, havia uma previsão de regulamentação para o ensino domiciliar concreta até a metade do ano de 2021. Desse modo, os pais escolhem se matriculam seus filhos em instituições formais (privadas ou públicas).
Em maio de 2021, o Ministério da Educação (MEC) lançou uma cartilha “Educação domiciliar: um direito humano tanto dos pais quanto dos filhos” como aporte para as famílias que optam pelo ensino domiciliar.
Normas previstas para o homeschooling (ensino domiciliar) no Brasil:
- Ao menos um dos responsáveis pelo ensino tenha ensino superior completo;
- Alunos deverão ter vínculos com uma instituição para a monitorar as atividades;
- Conteúdos aplicados devem seguir documentos como a Base Nacional Comum Curricular (BNCC);
- Estudantes devem ter garantia de alguma socialização com outras crianças;
- Deverão acontecer avaliações periódicas de acordo com a faixa etária do aluno.
De acordo com as regulamentações previstas, é provável que haja um apoio com profissionais para a manutenção e organização dos estudos de cada estudante. Desse modo, a educação domiciliar teria a base de parâmetros comuns a todas as crianças, mas a modalidade de ensino seria em ambientes não formais.
Atualmente, de acordo com o artigo 26 da Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH) assinado pelo Brasil, garante-se por lei aos pais a prioridade de escolha do gênero de educação das quais os filhos participam. Mesmo não tendo regulamentações definitivas, o homeschooling (ensino domiciliar) tem ganhado cada vez mais força na vida dos brasileiros.
De certo, o homeschooling (ensino domiciliar) no Brasil é uma prática cada vez mais crescente. Apesar da falta de regulamentação no país, alunos que utilizaram o ensino escolar durante sua educação apresentaram resultados ótimos até agora. Esses estudantes têm 100% de aprovação em exames nacionais, como Enem e Encceja.
De acordo com a Associação Nacional de Educação Domiciliar (ANED), atualmente são mais de 7500 famílias praticando o homeschooling (ensino domiciliar) no Brasil todo. Desses, entorno de 15000 estudantes estão entre 4 e 17 anos. Porém esse número teve um aumento enorme durante a pandemia em 2020.
Como está a questão do homeschooling no Brasil durante a pandemia?
Diferente do ensino remoto, medida abordada durante a pandemia do coronavírus, o homeschooling (ensino domiciliar) é a escolha dos pais por não matricular seus filhos em escolas regulares. Durante a pandemia, houve diversos problemas no ensino formal. No início, o Brasil se deparou com um aumento da evasão escolar e situações em que a educação remota não era uma realidade.
Ao longo desse período, a educação domiciliar ganhou mais espaço e mais famílias pensaram nessa prática. No entanto, pela falta de regulamentação do homeschooling (ensino domiciliar), o Brasil não apresentou essa chance para as famílias. Apesar de muitas incertezas durante a pandemia, situações de crianças que não tinham acesso aos materiais didáticos – ou o ensino a distancia muitas vezes não era possível -, era comum em todo o território nacional.
Sob o mesmo ponto de vista, os pais tiveram que ser responsáveis pelo ensino. O ensino remoto, entretanto, se diferencia do homeschooling (ensino domiciliar), pois se trata da orientação às crianças das atividades pré-programadas por uma instituição formal. Nesses casos, os pais auxiliam os filhos na realização das atividades que a escola elaborou para suprir a lacuna dos alunos nesse período.
O ensino domiciliar não se encaixa nessa prática adotada durante a pandemia por se tratar de uma escolha dos pais em retirar seus filhos da escola. No homeschooling (ensino domiciliar), a família escolhe o método e o conteúdo aplicado para as crianças. Nesse caso, a escola não é a principal fonte das atividades feitas com os estudantes.
Com os problemas encontrados no ensino durante a pandemia, a prática do homeschooling (ensino domiciliar) ganhou força. Após esse período, os responsáveis começaram a perceber que é possível educar seus filhos em casa. Diante desse cenário, a prática do homeschooling (ensino domiciliar) ganhou prioridade para a sua regulamentação no Brasil.
Quais as diferenças entre homeschooling (ensino domiciliar), aula particular e reforço escolar?
O homeschooling (ensino domiciliar) tem uma característica de ensino muito específica. A diferença dessa prática para aula particular e reforço escolar é fácil de perceber. Mesmo que todos os conceitos podem estar ligados, devem ser vistos como práticas muito específicas e independentes. Mas como?
Em primeiro lugar, o ensino domiciliar, como a próprio nome indica, é quando os pais optam pela educação em casa. Desse modo, retira-se o estudante de um ambiente formal de educação e seu processo de aprendizagem passa a ser obrigação da família. O apoio no seu desempenho pode ser feito pelos próprios pais ou por um professor particular.
No segundo plano, o reforço escolar já é uma prática mais específica para auxiliar o que se aprende em momentos regulares de aula. O reforço pode acontecer por problema em entender um conteúdo ou falta de uma prática extra ao que o aluno já estudou antes. Esse pode ocorrer tanto na própria escola do aluno ou com professores particulares com objetivo de mostrar uma nova visão do que já foi estudado pelo estudante.
Em último lugar, o professor particular pode ser contratado por diversos motivos e é um apoio geral. Desde o ensino de línguas, reforço escolar, aprimoramento de uma disciplina ou mesmo como um recurso extra de ensino. O professor particular pode acompanhar o estudante tanto em períodos contraturno da escola, periodicamente ou semanalmente. Esse profissional pode atuar como auxílio aos alunos de homeschooling (ensino domiciliar) ou regulares, de acordo com a necessidade de cada família.
As principais vantagens do homeschooling
Com a liberdade de ensino, a prática de estudo familiar permite abusar da criatividade na hora de aplicar as atividades. No homeschooling (ensino domiciliar), a estrutura pode seguir os anos e assuntos de uma escola tradicional, mas também podem variar de acordo com a necessidade individual dos alunos.
Desse modo, podemos listar algumas entre as diversas vantagens do ensino domiciliar:
- Flexibilidade e conforto;
- Qualidade;
- Ensino individualizado;
- Convivência familiar;
- Autonomia;
- Melhor desempenho acadêmico;
- Supervisão dos pais;
Flexibilidade e conforto
Uma das principais vantagens do homeschooling (ensino domiciliar) para aqueles que moram longe de um centro urbano é a flexibilidade. O ensino domiciliar é opção muito viável para as crianças que precisam percorrer longos trajetos para chegar em uma escola. Da mesma forma, as famílias não têm um vínculo e, portanto, podem ter uma maior flexibilidade. Podendo, assim, realizar viagens ou rever o melhor curso de estudo para as crianças. Nesse sentido, as famílias que optam pelo homeschooling tem a chance de adaptar o local de estudo de seus filhos, o horário e a melhor abordagem para cada criança.
Qualidade
Outro ponto importante a ser destacado no homeschooling (ensino domiciliar) é a qualidade de ensino-aprendizagem do aluno. Garantir um ensino de qualidade em uma sala lotada com apenas um professor é uma tarefa quase impossível. Muitas famílias estão frustradas com a educação e o homeschooling (ensino domiciliar) é uma saída. Com o ensino domiciliar, é possível ter mais controle sobre o que o seu filho está estudando e garantir que a qualidade de ensino seja o foco do aprendizado. Assim, pelo fato de os pais serem responsáveis por esse processo, ou pela supervisão do ensino, eles estão mais cientes do desempenho de seus filhos.
Ensino individualizado
Como afirmado antes, uma das maiores vantagens do homeschooling (ensino domiciliar) é a individualidade do processo de ensino. Isso significa que a criança pode focar seus estudos no que é realmente relevante para ela. No entanto, ainda há o desejo de abranger todos os assuntos para garantir um ensino de qualidade. Mas para que focar em atividades artísticas quando seu filho tem maior aptidão lógica? É importante encontrar uma balança, mas no ensino domiciliar há uma abordagem mais naturalista e orgânica nesse processo. Com o foco no individuo, o estimulando com atividades do dia a dia.
Convivência familiar
Outro ponto positivo na prática do homeschooling (ensino domiciliar) é a convivência familiar. Pelo fato de os pais serem responsáveis por esse ensino, há um maior contato entre as gerações. O acompanhamento escolar das crianças é realizado de forma direta, garantindo que os pais estejam cientes do progresso de seus filhos. Essa relação pode ser muito importante para a evolução acadêmica das crianças, de modo a se sentirem estimuladas.
Autonomia
Mesmo que o estudante tenha que ser auxiliado durante seus estudos no ensino domiciliar, não é necessário que todas as suas atividades tenham que ser acompanhadas. O homeschooling (ensino domiciliar) promove a autonomia e a autoaprendizagem de forma que estimula a evolução da capacidade intelectual dos estudantes. Nesse sentido, a educação está mais voltada à aprendizagem e à capacidade de autoformação.
Melhor desempenho acadêmico
Pelo fato de o aluno ter uma maior oportunidade de aprender e aplicar seus saberes, seu desempenho pode se superior ao de um aluno de escola regular. Um aluno que foi educado por meio do ensino domiciliar nem sempre terá os melhores resultados. No entanto, pelo caráter autodidata e de grande quantidade de estratégias e metodologias utilizadas nesse ensino, o aluno pode aplicar seus conhecimentos de forma diferente.
Supervisão dos pais
Com a educação familiar os pais têm maior supervisão sobre o que os filhos estão aprendendo. Em uma instituição formal de educação pública ou privada, pode ser que haja alguma posição pela qual algumas famílias gostariam de privar seus filhos. Nesse sentido, é possível que na prática do homeschooling (ensino domiciliar) a família ensine os valores que lhes parecem mais adequados, além da evolução do pensamento crítico para questões sociais.
As principais desvantagens do homeschooling
Da mesma forma que existem as vantagens na prática do ensino domiciliar, também existem pontos negativos. Mesmo que haja diversas fontes, recursos e auxílio no mundo virtual, o homeschooling (ensino domiciliar) ainda é um conceito novo. Assim, ainda existem muitas falhas e pontos a serem melhorados, em especial no Brasil. Entre as desvantagens do homeschooling (ensino domiciliar), podemos apontar alguns:
- Material adequado;
- Aplicação das atividades e acompanhamento acadêmico;
- Falta de regulamentação;
- “Educação retrógrada” – imita o passado, papel civilizatório e social;
- Sociabilidade;
- Qualidade de ensino.
Material adequado
Existem diversos materiais disponíveis hoje para as famílias que optam pelo homeschooling (ensino domiciliar). Mas por causa dessa grande variedade pode não ser uma vantagem para os pais que estão iniciando o a educação por meio do ensino domiciliar. É necessário que o material didático escolhido para os estudantes atenda alguns critérios como: ordem hierárquica do conteúdo, qualidade e quantidade, linguagem didática e adequada para cada faixa etária.
Aplicação das atividades e acompanhamento acadêmico
Mesmo que a escolha do material escolhido atenda todas os pontos, é muito importante saber aplicar. Seguir apenas o livro e responder atividades normativas não preparam o estudante. Nesse sentido, o responsável pelas atividades do homeschooling (ensino domiciliar) deve abordar o conteúdo programático de forma que desperte o interesse do aluno e isso pode ser um desafio para muitos pais.
Para isso, é importante que o responsável pelo estudante de ensino domiciliar tenha um preparo prévio. Do mesmo modo, o acompanhamento escolar deve ser uma prática contínua, adaptável com a evolução do aluno e seu ritmo de aprendizado. No entanto, com a rotina agitada, ficar preparando conteúdo para os filhos pode ser um passo extra.
Falta de regulamentação
No Brasil há uma grande lacuna quando falamos de regulamentações sobre o homeschooling (ensino domiciliar). Mesmo que o governo tenha planos de criar normas e legislação para essa prática, as famílias que optam pelo ensino domiciliar ainda não têm nenhum suporte concreto. A regulamentação dessa prática está prevista para ocorrer na metade de 2021, após a votação do projeto de lei.
Sociabilidade
Os pais que decidem pelo ensino domiciliar apresentam motivações políticas ou filosóficas para separar seus filhos do ensino regular formal de ensino. Umas das principais discussões acerca do homeschooling (ensino domiciliar) se dá pela preocupação com a sociabilidade do estudante em sua formação acadêmica.
A interação social é essencial na evolução da criança, desde sua adaptação a códigos e regras sociais, até para aprender a conviver com seus pares em sociedade. Mas também tem há a preocupação sobre o auxílio de crianças que sofrem algum abuso em casa. Sem a relação entre professor e aluno, a preocupação é que casos como esse sejam mais difíceis de se saber.
Qualidade de ensino
Como em muitas áreas da educação, também é uma preocupação com a qualidade de aprendizagem dos estudantes que realizam o ensino domiciliar. Isso se deve ao não reconhecimento de que as famílias estejam aptas a fornecer uma instrução suficiente para as crianças. Críticos apontam que a abordagem do homeschooling (ensino domiciliar) pode acarretar uma defasagem de ensino por causa do preparo dos responsáveis por essa educação.
Quem realiza o homeschooling? Escolas regulares, startups educacionais ou professores particulares?
O homeschooling (ensino domiciliar) é uma prática muito versátil quando falamos das formas que pode ocorrer. Mas precisa-se decidir qual o melhor caminho a seguir na educação dos filhos. Nesse sentido, um dos primeiros passos é decidir quem será o responsável pelo ensino domiciliar.
Lembrando que a ideia do homeschooling (ensino domiciliar) é ter um acesso à educação fora de um ambiente formal. Desse modo, o homeschooling (ensino domiciliar) não acontece em escolas regulares, mas sim na própria residência da criança. Também tendo como ocorrer em diferentes lugares, como em parques ou bibliotecas, por exemplo.
O estudo das disciplinas formadoras é responsabilidade da família. Nesse sentido, cada família pode escolher a melhor forma de ensinar de acordo com a característica de cada aluno, realidade e objetivos. Antes de tudo, é importante destacar que existem opções quanto aos profissionais que podem assumir esse dever. Hoje, os pais têm acesso a uma grande variedade de recursos. Isso se dá tanto para eles próprios assumirem a responsabilidade das aulas quanto para contratar profissionais qualificados.
Felizmente, o tempo dedicado aos estudos é menor quando a criança tem o ensino domiciliar. No entanto, é importante que o estudante seja acompanhado nesse processo. Para as famílias em que os pais não conseguem ou não têm tempo para olhar os filhos durante as atividades do homeschooling (ensino domiciliar), uma alternativa é a contratação de professores particulares.
Normalmente, é possível fazer uma mescla entre a supervisão dos pais e de professores particulares. Ou ainda, contratar um professional para alguma disciplina específica. Mesmo com essa ajuda extra, a participação dos pais é fundamental nesse processo. O professor particular acompanharia o aluno por algumas horas na semana, de acordo com suas necessidades acadêmicas.
Trabalho das startups educacionais
Outro recurso disponível hoje no mercado são as startups educacionais. Essas têm um grande leque de escolha quando se trata de qualidade de ensino e professores particulares. A grande vantagem de contratar esse é o fato que você tem a garantia do trabalho dos profissionais de educação. Além de ter uma rede de auxílio para encontrar os melhores profissionais para o perfil de cada aluno.
Mas os pais que procuram professores particulares podem encontrar profissionais de diferentes disciplinas em um lugar só. Outra vantagem de contratar os serviços de uma startup educacional é a organização, seja para a negociação de aulas, horários ou a facilidade de acesso a uma plataforma de ensino para as aulas. Essas aulas podem acontecer tanto em forma presencial ou online, dependendo da procura e desejo de cada família.
Quais metodologias podem ser adotadas no homeschooling?
Ainda que haja essa maior liberdade de ensino, muitas famílias ainda estão ligadas ao ensino tradicional. Isso significa que a grande maioria das crianças que pratica o ensino domiciliar tem uma série de livros escolares, aplicam provas avaliativas, seguem o modelo de carteiras como em uma escola comum.
Mas práticas opostas também são encontradas na vida dos estudantes de ensino domiciliar. Por exemplo, diferentes atividades na rotina de estudo podem ser aplicadas nas rotineiras, como a medição de ingredientes para uma receita. Atividades baseadas em solução de problemas, atividades com seus pares, em seu próprio espaço, todas são metodologias que auxiliam nesse processo.
Nesse sentido, depende do responsável e do aluno criarem uma estratégia com as melhores metodologias para cada caso específico. Podemos citar alguns métodos que podem ser utilizados no homeschooling (ensino domiciliar):
- Clássico;
- Livros Vivos;
- Literário;
- Estudo de Unidade;
- Virtual;
- Unschooling;
- Independente;
- Eclético.
Clássico
O método clássico engloba as mais antigas formas de ensinar, ou seja, baseadas no raciocínio do estudante. Essa é dividida em três etapas: 1) memorização e aprendizagem; 2) capacidade de conectar o que se aprendeu com os aspectos à sua volta; 3) formação de opinião. Tem uma visão mais rígida e mais estruturalista, sem muita flexibilidade no ensino-aprendizagem.
Livros Vivos
Ao invés de utilizar livros didáticos comuns, o estudo do homeschooling (ensino domiciliar) utiliza livros acerca do assunto a serem tratados. Ou seja, utilizam livros vivos (tradução livre de “living books”), que foram escritos como forma de educar por meio da ciência das relações. O material utilizado nessa metodologia é voltado a um ambiente natural e flexível, tendo como base livros não didáticos. Esse método está ligado ao objetivo de motivar os filhos a explorar e aflorar seus interesses no meio que vivem.
Literário
Parecido com o método anterior, o método literário utilizado no homeschooling (ensino domiciliar) utiliza a essência dos livros no processo de aprendizagem. Para utilizá-lo, é ideal que seja baseado no método de estudo de unidade e outros. Ou seja, são utilizados livros literários para a criação de lições. Essa metodologia é ideal para os pais que realmente se envolvem no ensino dos seus filhos, pois é necessário que haja uma evolução de estudo e discussões acerca das histórias.
Estudo de Unidade
Com esse método, os assuntos são feitos por unidade, não seguindo um livro didático. Isso significa que em uma mesma aula o aluno pode estudar matemática, geografia e artes, por exemplo. Esse método é ideal para as famílias que focam no assunto central e as disciplinas e conteúdos são trabalhadas ao entorno desse assunto.
Virtual
O método virtual para o ensino domiciliar oferece uma enorme variedade. Utiliza-se esse método tanto para aulas online, recursos digitais e jogos interativos quanto para a socialização com outros estudantes. Utilizando esse método, o estudante tem muitos recursos, podendo estudar sozinho, ter auxílio especial e seguir passos educacionais de acordo com currículos expostos online para estudantes de homeschooling (ensino domiciliar).
Unschooling
O método unschooling é utilizado quando a criança guia seus estudos. Nessa metodologia, os pais motivam os filhos e acreditam que devem ser estimulados a aprender em seu próprio ritmo. Esse método é indicado para as crianças que já tem uma ideia do que querem fazer, desse modo focam em seus talentos e habilidades. Utilizando o unschooling, a criança pode deixar de estudar alguns assuntos, como matemática, se não tiver interesse na disciplina.
Independente
No método independente, os pais ou responsáveis ensinam a criança como aprender, mas não interferem no processo natural de aprendizagem. Nesse método, as crianças utilizam as habilidades educacionais básicas, conhecidas como 3R (Reading, Writing and Arithmetic), ou seja, focado na leitura, escrita e aritmética. Os pais aqui não auxiliam a criança no processo, mas apresentam recursos que ela pode utilizar em seu próprio processo de aprendizagem.
Eclético
O método eclético, como o próprio nome já diz, proporciona a utilização de diversos métodos para o ensino domiciliar. Os pais responsáveis por essa educação são capazes de adaptar a metodologia de acordo com a necessidade de cada estudante. Esse método ainda incentiva a criação de um próprio material didático, ou se utilizar métodos existentes disponível para o homeschooling (ensino domiciliar). Um ponto negativo desse método é a falta de consistência, podendo causar lacunas no processo de aprendizagem.

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Boa noite, estou estudando essa forma de aprendizado para meu filho. Ele tem TDHA e tem sofrido na escola. Eu já aplico educação escolar em casa, mas não sei que caminho tomar para tirar ele da escola e estudar em casa
Quais atitudes devo tomar primeiro?