Os termos shutdown e meltdown são comumente utilizados para referir-se a algum tipo de paralisação ou desligamento de sistemas. Dessa forma, possui um significado amplo, podendo ser relacionado com tecnologias, empresas e também, o sistema nervoso humano.
No Transtorno do Espectro Autista (TEA), o shutdown e meltdown possuem um significado especial. Estão relacionados com as crises dentro do autismo.
O que é o shutdown no autismo?
O shutdown no autismo é uma resposta neurológica e emocional intensa a uma sobrecarga sensorial, emocional ou cognitiva. Ele acontece quando a pessoa autista fica tão sobrecarregada que seu cérebro “desliga” como um mecanismo de defesa, resultando em um estado de apatia, isolamento ou incapacidade temporária de reagir ao ambiente.
Quando um shutdown acontece em uma pessoa com TEA, ela pode:
- Se retrair e ficar em silêncio: a pessoa pode parar de falar ou interagir, paralisando completamente;
- Ter dificuldade em se mover ou reagir: pode parecer congelada ou letárgica;
- Apresentar exaustão extrema: a sobrecarga pode causar fadiga intensa;
- Agir com evitação sensorial: necessidade de se isolar de estímulos como luz, barulho ou toque.
Como agir quando alguém tem uma crise de shutdown?
A crise de shutdown acontece quando a pessoa com autismo entra em contato com muitos estímulos sensoriais como: muitas pessoas falando ao mesmo tempo, shows com caixas de som altas ou contato com luzes muito fortes, por exemplo.
Para ajudar alguém durante um shutdown, é recomendado:
Perguntar se o toque é permitido: caso seja, abrace suavemente e ajude a reduzir a exposição aos estímulos, cobrindo os ouvidos da pessoa em caso de barulho excessivo, por exemplo.
Evitar forçar interações: dê espaço e respeite o tempo da pessoa, pois, muitas vezes, ela consegue se recompor sozinha com suas próprias estratégias.
Buscar um ambiente mais tranquilo: se possível, leve-a para um local silencioso e elimine a presença do estímulo aversivo.
O que é o meltdown no autismo?
O meltdown no autismo, assim como o shutdown, é uma reação intensa de sobrecarga emocional, sensorial ou cognitiva. Porém, diferente do shutdown, ele se manifesta por meio de explosões emocionais, comportamentos descontrolados e dificuldades para se autorregular.
É uma resposta involuntária do cérebro autista diante de uma situação extremamente estressante. Os principais sinais de uma crise de meltdown são:
- Gritos, choro intenso ou gestos bruscos;
- Agitação, correria ou movimentos repetitivos mais intensos;
- Agressividade (contra si ou os outros) em alguns casos;
- Dificuldade em se comunicar ou expressar o que está sentindo;
- Tentativa de fugir do ambiente ou se esconder.
Como minimizar uma crise de meltdown no autismo?
O shutdown e o meltdown possuem praticamente as mesmas formas de intervenção. Em ambas as crises, é necessário minimizar o máximo possível os estímulos e respeitar o espaço da pessoa. Logo, no meltdown:
Mantenha a calma: não reaja com irritação ou broncas, pois isso pode piorar a situação;
Reduza estímulos: se possível, leve a pessoa para um local mais tranquilo;
Evite contato físico sem permissão: algumas pessoas podem se sentir pior com toques;
Ofereça apoio sem pressão: pergunte se há algo que possa ajudar, mas sem exigir
respostas;
Dê tempo para a recuperação: após um meltdown, a pessoa pode ficar exausta e precisar descansar.
Meltdown em crianças: é birra ou crise?
Apesar do TEA ser identificável a partir dos 2 anos de idade, a média de idade do diagnóstico de autismo é aos 5 anos de idade, de acordo com Lisa Goring, do Autism Speaks.
Dessa forma, por não terem a noção de que os filhos possuem autismo, muitos pais confundem a crise de meltdown com birras, tendo ações que dificultam a melhora do quadro.
Entretanto, há diferenças. Veja como uma birra se diferencia de uma crise de meltdown:

Shutdown e meltdown: principais diferenças
Tanto o shutdown quanto o meltdown são respostas emocionais a sobrecarga sensorial, emocional ou cognitiva.
As principais diferenças entre o shutdown e meltdown é que no shutdown o indivíduo tem uma postura de paralisar e desligar-se do mundo e no meltdown ele tem uma explosão emocional, tendo reações físicas perceptíveis e descontroladas.
Não existe um único fator que determine se a pessoa vai ter um shutdown ou um meltdown. A escolha cerebral de resposta à sobrecarga de estímulos depende de um conjunto de fatores neurológicos, psicológicos e ambientais.
Crises no ambiente escolar
Para alunos com autismo, o ambiente escolar pode ser desafiador pois a sobrecarga sensorial, as exigências acadêmicas e as interações sociais muitas vezes levam a crises de shutdown ou meltdown.
Sons altos, mudanças inesperadas na rotina e dificuldades na comunicação podem tornar o aprendizado exaustivo, resultando em desmotivação e ansiedade.
Sem um suporte adequado, o aluno pode querer evitar a escola, ter dificuldades acadêmicas e perder a confiança em si mesmo. Para isso, um ensino adaptado, que respeite seu ritmo e necessidades, faz toda a diferença.
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