Você já ouviu falar de hiperfoco? Provavelmente sim. É um tema que tem aparecido cada vez mais nas redes sociais, em vídeos virais e conversas sobre neurodivergência!
Muita gente se identifica, mas poucas pessoas realmente entendem o que ele significa, especialmente quando se trata do autismo e do TDAH.
Neste artigo, vamos explicar de forma clara:
- O que é o hiperfoco;
- Como ele se manifesta no autismo e no TDAH;
- Como lidar com o hiperfoco do seu filho.
- O hiperfoco como forma de aprendizagem
O que é hiperfoco?
O hiperfoco é um estado de atenção muito intensa e profunda que acontece quando a pessoa está envolvida em algo que desperta muito seu interesse. É como se o cérebro se “sintonizasse” completamente naquela atividade ou assunto, ignorando tudo ao redor.
Entretanto, é importante entender que hiperfoco não é o interesse em si, mas sim o estado mental que surge quando esse interesse é ativado.
Por exemplo: uma criança pode ter um grande interesse por astronomia, mas entra em hiperfoco quando começa a estudar planetas por horas seguidas, completamente imersa, sem conseguir parar ou se distrair com outra coisa.
Como o hiperfoco se manifesta no autismo e no TDAH?
O hiperfoco pode acontecer tanto em pessoas com autismo (TEA) quanto em pessoas com TDAH, mas a forma como ele aparece, se mantém e impacta a rotina é bem diferente em cada caso.
Hiperfoco no autismo
Está ligado a interesses específicos e duradouros. A pessoa pode desenvolver uma conexão profunda com um tema como: astronomia, animais marinhos, sistemas de transporte ou até personagens de desenhos e dedicar muito tempo a estudar, organizar e falar sobre esse assunto com riqueza de detalhes.
Esses interesses trazem segurança, prazer e estrutura, funcionando muitas vezes como uma forma de regulação emocional. O hiperfoco no autismo tende a ser mais estável e previsível: o interesse pode durar meses ou anos e fazer parte da rotina de maneira consistente.
Hiperfoco no TDAH
Surge de maneira mais espontânea e impulsiva, geralmente com atividades que oferecem recompensa imediata ou estímulo constante como jogos, vídeos, conversas envolventes ou até tarefas com prazo apertado. Enquanto é comum associar o TDAH à “distração”, o que muitas vezes acontece é uma dificuldade em regular a atenção.
A pessoa pode ter dificuldade para se concentrar em algumas situações, mas entrar em hiperfoco em outras e, nesse estado, também pode ignorar o ambiente ao redor, perder a noção do tempo ou ter dificuldade de mudar de atividade.
“Como lidar com o hiperfoco do meu filho?”
Quando uma criança neurodivergente apresenta um hiperfoco, é comum que pais e cuidadores se sintam em dúvida: “Será que isso é saudável?”, “Devo incentivar ou limitar?”, “Como ajudar sem gerar conflitos?”
A boa notícia é que o hiperfoco pode ser uma grande força, desde que seja acolhido com empatia e conduzido com equilíbrio. Veja algumas orientações para lidar com o hiperfoco dos filhos de forma positiva:
1. Valide o interesse sem julgar
Evite frases como “isso é estranho” ou “por que você só fala disso?”. Em vez disso, mostre interesse genuíno. Pergunte, participe, escute. Quando o adulto valida o interesse específico da criança, fortalece o vínculo e abre espaço para dialogar com mais facilidade sobre limites, quando necessário.
2. Estabeleça rotinas com previsibilidade
Crianças hiperfocadas podem ter dificuldade para “sair” daquela atividade. Ter uma rotina com horários bem definidos (avisando com antecedência sobre as transições) ajuda a evitar frustrações. Use recursos visuais ou alertas para marcar o tempo de cada atividade.
Se seu filho entra em hiperfoco ao jogar videogame, você pode usar um timer visual (como um relógio com cores) e avisá-lo 10 minutos antes de encerrar: “Faltam 10 minutos para o jantar. Quando o vermelho aparecer, é hora de pausar o jogo.”
3. Utilize como ponte para outras áreas
Sempre que possível, aproveite o hiperfoco como ferramenta de aprendizagem. Se a criança ama trens, que tal explorar matemática com horários de estações? Se ela gosta de astronomia, use esse tema para trabalhar leitura, escrita ou até habilidades sociais.
O hiperfoco como forma de aprendizagem
Aqui na Luma Ensino utilizamos o hiperfoco como um adicional na nossa personalização do ensino. Um exemplo bem claro disso é uma aluna que tinha hiperfoco em UNO e começou a aprender matemática utilizando as cartas do jogo.
O hiperfoco, apesar de muitas vezes ser visto como um desafio, pode se tornar um dos recursos mais poderosos para o aprendizado, quando é reconhecido, acolhido e estrategicamente conduzido.
Por que o hiperfoco é tão eficaz para aprender?
Quando a criança está em hiperfococada:
- O córtex pré-frontal (ligado à atenção seletiva e ao planejamento) se engaja intensamente;
- O cérebro libera dopamina, neurotransmissor da motivação e da recompensa;
- A memória de longo prazo é ativada com mais facilidade, pois o conteúdo é processado com emoção e interesse, dois fatores que reforçam a retenção.
De acordo com um estudo publicado na revista Development and Psychopathology, crianças que aprenderam usando seus hiperfocos demonstraram aumento de foco e tempo de permanência nas tarefas em até 60%.
Que tal utilizar essa metodologia com seu filho?
Conheça a LUMA Ensino
Na LUMA, acreditamos que todo aluno aprende melhor quando se sente compreendido e é por isso que oferecemos um ensino verdadeiramente personalizado para crianças e adolescentes neurodivergentes.
Utilizamos o hiperfoco como uma ponte para o aprendizado, transformando os interesses intensos dos nossos alunos em estratégias de ensino envolventes, criativas e eficazes.
Quer ver seu filho aprender com prazer e propósito?
