A evolução do mundo fez surgir também novos conceitos educacionais capazes de suprir as demandas dos novos tempos, preparando crianças, adolescentes, jovens, adultos e até idosos para as novidades do mercado de trabalho. E foi justamente nesse escopo que apareceu a educação continuada.
Mas, apesar da sua importância para o mundo moderno, a educação continuada ainda é desconhecida da maioria das pessoas, nem que seja de forma parcial. Isso porque existem aqueles que sequer ouviram falar desses termos, enquanto outras pessoas têm uma visão deturpada do conceito.
Por isso, decidimos criar este artigo, no qual explicamos de forma abrangente o que é e como funciona a educação continuada, além de explicar como ela pode e deve ser levada para crianças, adolescentes e jovens que ainda frequentam a escola regular.
Este conteúdo é especialmente direcionado a você, que tem filhos em idade escolar e se preocupa com a qualidade do ensino fornecido a eles. Também queremos nos referir a educadores que desejam entender melhor esse conceito para melhorar sua prática pedagógica. Acompanhe!
O que é, de fato, a educação continuada?
A educação continuada, ou formação continuada, é, como o nome já diz, uma prática de ensino-aprendizagem que prega a não ruptura educacional. Ou seja, para as pessoas que arquitetaram esse ideal, o ser humano nunca deve parar de aprender e se qualificar.
Esse conceito interessante é muito abordado por empresas e estabelecimentos acadêmicos que visam manter a qualificação de seus profissionais colaboradores em níveis altos. A educação continuada, entretanto, também pode ser utilizada em escolas de ensino básico e fundamental.
Inclusive, aqui já vale pontuar que a educação continuada é ainda mais importante na educação básica do que na educação superior e/ou técnica. Afinal, é nesse período que os estudantes estão se preparando para a vida acadêmica e profissional, onde é vital que eles se qualifiquem o máximo que puderem.
Exemplos de educação continuada
Como citamos anteriormente, a educação continuada é majoritariamente abordada por instituições de ensino superior e empresas que buscam estimular a qualificação de seus funcionários.
Por esse motivo, esse conceito foi traduzido basicamente na aplicação de cursos complementares, como:
- Pós-graduação (stricto sensu e lato sensu);
- Especializações;MBA;
- Segunda graduação;
- Cursos livres;
- Cursos extracurriculares (aplicáveis a alunos do ensino fundamental e médio);
- Carga horária integral (também aplicável a alunos do ensino básico).
Dessa forma, vemos com clareza um outro aspecto da educação continuada, o de extensão das formações programáticas. E, claro, esse conceito é aplicável a todos igualmente, não importando a idade ou nível educacional de momento.
E a educação permanente, o que é?
O conceito de educação permanente é bastante parecido com o de educação continuada, mas tem um cerne mais prático. Em resumo, a educação permanente é aplicada no dia a dia, com exemplos e formações em que estudantes e profissionais põem a “mão na massa”, por assim dizer.
Essas pessoas podem aprender de uma maneira continuada, pela prática diária, e não apenas pela exposição de professores ou pelo estudo de materiais didáticos.
Os objetivos da educação permanente são promover mudanças comportamentais em indivíduos e gerar novos paradigmas de entendimento sobre variados assuntos. Nesse sentido, a educação permanente pode ser usada para a aplicação de políticas públicas ou campanhas de conscientização, por exemplo.
Afinal, nessas situações é preciso repetir o assunto e convidar os envolvidos a praticarem o que está sendo pregado, com o objetivo de se estabelecer um novo jeito de fazer determinada coisa.
Portanto, qual é a diferença entre educaçao continuada e permanente?
Olhando de uma forma prática, podemos dizer que a educação continuada e a educação permanente são duas práticas pedagógicas que se complementam, tendo muitas semelhanças entre si.
No entanto, quando analisamos de uma forma mais técnica, podemos perceber que esses dois conceitos têm algumas diferenças estruturais bastante significativas.
A educação continuada é geralmente praticada por meio da ministração de cursos de extensão, mesmo que esses sejam lecionados a alunos do ensino básico, que estão diariamente na escola. O objetivo é expandir os horizontes de conhecimento desses alunos, preparando-os para o futuro.
Já a educação permanente é um conceito mais prático e difuso, que vai além do âmbito de escolas e universidades, atingindo inclusive estudantes e profissionais que praticam a educação continuada de alguma forma em suas carreiras.
De qualquer forma, a educação continuada e a educação permanente frequentemente se encontram e se fundem, gerando uma prática educacional mais robusta, capaz de mudar conceitos e rumos dos entendimentos já estabelecidos sobre pedagogia.
Nesse contexto, a educação e a sociedade saem ganhando em todos os casos!
Como funciona a aplicação da educação continuada para crianças e adolescentes?
Quando direcionada a crianças, adolescentes e jovens em idade escolar, a educação continuada deve ser abordada por meio de atividades extraclasse, como cursos, oficinas, palestras e outros eventos semelhantes.
Indo nesse sentido, é correto afirmar que até mesmo o modelo de ensino integral, no qual principalmente alunos do ensino médio passam o dia na escola, serve como uma forma de pôr em prática a formação continuada ainda na escola.
O que embasa essa assertiva é o fato de que, nas aulas extras, os alunos aprendem sobre assuntos menos usuais e conteúdos complementares às disciplinas mais tradicionais. Além disso, o preenchimento total do tempo desses estudantes gera uma otimização do aprendizado, o que os prepara melhor para a vida acadêmica.
Portanto, fica estabelecido que a educação continuada para crianças, adolescentes e jovens em idade escolar funciona por meio de extensões das aulas regulares, em que esses alunos podem manter o contato com os conteúdos estudados e com outros conteúdos totalmente novos.
Benefícios da educação continuada para o ensino de crianças e adolescentes
Como não poderia deixar de ser, a educação continuada traz diversas vantagens e benefícios que podem ser experimentados pelos alunos do ensino básico que são expostos a esse método. Veja nos tópicos abaixo quais são esses pontos!
Prepara os alunos para os avanços tecnológicos
A essência da educação continuada é o estímulo à busca de novos conhecimentos e à “atualização” de indivíduos que buscam aprimorar saberes já adquiridos.
Por esse motivo, podemos colocar essa metodologia de ensino-aprendizagem como a ferramenta ideal para a inserção de alunos cada vez mais jovens aos muitos avanços tecnológicos que surgem todos os dias.
Para tanto, basta que os pais e responsáveis e/ou a escola busquem formas de oferecer cursos e formações extracurriculares capazes de instruir esses estudantes acerca dessas novidades. Se bem arquitetado e realizado, esse processo tende a dar bons frutos no futuro dos estudantes.
Estimula o desenvolvimento de aptidões profissionais desde cedo
Assim como pode ser usada para inserir alunos nas novidades tecnológicas, a educação continuada também pode ser utilizada como forma de apresentar novos assuntos aos jovens estudantes do ensino básico.
Esses alunos vão descobrir cada vez mais cedo o que querem “ser quando crescer”, o que impactará positivamente a formação desses futuros profissionais.
Afinal, não decidir qual carreira seguir depois da escola é um problema tanto para os alunos, que podem perder tempo com isso, quanto para o mercado de trabalho, que acaba ficando órfão de mão de obra qualificada por mais tempo.
Fomenta o desenvolvimento profissional dos estudantes
Um dos assuntos mais preciosos da atualidade é o chamado desenvolvimento pessoal, que trata de aspectos psicológicos, emocionais e até fisiológicos. E pode até não parecer, mas a implementação da educação continuada no ensino básico pode melhorar o desenvolvimento pessoal dos estudantes mais jovens.
Acontece que quanto mais imersos no mundo do conhecimento as crianças, adolescentes e jovens estiverem, mais facilmente desenvolvem foco, disciplina, autocontrole e qualidades como ética do trabalho e proatividade.
Podemos afirmar com algum grau de certeza que preencher o tempo desses discentes enquanto eles ainda são jovens pode ser uma ótima solução para certos problemas da sociedade brasileira como um todo.
Incentiva o desenvolvimento de novas habilidades
Por último, é válido dizer que, assim como pode melhorar a educação tecnológica, o desenvolvimento de aptidões e o desenvolvimento pessoal de alunos do ensino básico, a educação continuada também pode ser a porta de entrada para novas habilidades.
Esse aspecto desse método educacional pode ser demonstrado no ensino de alunos do ensino médio que ainda não têm um rumo acadêmico e profissional bem definido. Como exemplo, as horas vagas desses estudantes podem ser preenchidas por cursos de extensão que apresentem novos assuntos e conceitos.
No final das contas, é esperado que muitos desses alunos expostos a essa metodologia aprendam a fazer novas coisas e até encontrem finalmente o seu rumo profissional.
De que forma a educação continuada pode ser posta em prática nas escolas regulares?
Ao longo do texto, nós já descrevemos como a educação continuada pode ser posta em prática no ensino regular, no caso, por meio de cursos extracurriculares e extensões de carga horária, práticas já realizadas em muitas escolas do Brasil.
Indo nesse sentido, podemos incluir ainda a junção de ensino médio e técnico, que acontece sobretudo nos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia espalhados país afora.
Essa modalidade de ensino não apenas qualifica profissionalmente estudantes que ainda estão no ensino médio, mas também cria uma espécie de cultura de aprendizado contínuo, na qual esses discentes são estimulados a buscar sempre mais conhecimento.
No mais, é importante ressaltar que, para funcionar corretamente em escolas regulares, a educação continuada deve ser abraçada por toda a comunidade escolar, incluindo gestores, professores e órgãos governamentais, no caso de escolas públicas.
O objetivo é transformar o espaço da escola em uma verdadeira ilha de saber, onde os alunos podem ir para buscar mais conhecimento e qualificação, dentro e fora da carga horária do ano letivo regular.
Qual é o papel dos pais na educação continuada dos filhos?
Como é de praxe na maioria dos conteúdos postados aqui no blog da LUMA Ensino, chegou a hora de nos direcionarmos especificamente a você, que é pai, mãe ou responsável por um estudante que ainda está no ensino básico.
Em resumo, é possível afirmar que o papel dos pais na educação continuada dos filhos é ainda mais crucial que o papel dos professores, por exemplo. Isso porque, para que uma criança, adolescente ou jovem consiga se beneficiar com a educação continuada, ela precisa ter um maior foco nos estudos, o que só é possível com uma interferência mais incisiva dos pais.
Portanto, em primeiro lugar, você deve estabelecer contato com os educadores que atendem seu filho para entender melhor como a escola que ele frequenta trata a questão da educação continuada.
Em paralelo a isso, é necessário estimular seu jovem estudante a buscar esse conhecimento continuamente. Para tanto, você pode citar os benefícios, oferecer pequenas recompensas e até se colocar como parceiro de estudos dele.
Esses passos podem até parecer simples, mas com certeza farão toda a diferença, principalmente no que diz respeito ao futuro do seu filho, que terá um desenvolvimento acadêmico e profissional bem mais sólido e talvez até mais precoce.
Os 3 principais desafios para a implementação da educação continuada
Assim como acontece com diversos outros assuntos semelhantes, trabalhar a educação continuada nas escolas regulares e no ensino básico não é uma tarefa fácil.
A primeira barreira encontrada nessa missão é a cultura em si. Afinal, em muitos lugares esse conceito é visto como algo aplicável apenas ao mundo acadêmico e empresarial. Entretanto, não só é possível estabelecer a educação continuada em escolas, como é muito importante para o desenvolvimento da educação básica.
Em segundo lugar, podemos apontar que há uma má vontade de governos e até mesmo de gestores mais tradicionais para implementar essa metodologia de ensino-aprendizagem. Essa é, com certeza, a situação mais lamentável de todas!
Por fim, dentre outros desafios, é impossível não citar a desvalorização da carreira docente como uma barreira para a implementação da educação continuada nas escolas regulares.
Para se ter uma ideia, em muitas regiões do país, os professores recebem salários que ficam até mesmo abaixo do piso salarial da categoria, que em certa medida está até defasado, além de terem cargas horárias bem maiores do que deveriam. Assim, a implementação de uma espécie de extensão ainda maior de horas de ensino fica realmente inviável.
Apesar de todos esses problemas lamentáveis e de outros que não foram citados, a educação continuada já está sendo inserida no ensino básico do Brasil. Torcemos para que, pouco a pouco, sua presença se estabeleça e gere ainda mais bons frutos para a educação de crianças, adolescentes e jovens do país!
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