Você sabia que os transtornos de aprendizagem afetam entre 5% a 15% de crianças em idade escolar? Esses dados, estimados pelo próprio Governo Brasileiro, reforçam nosso dever como educadores, pais e sociedade em se aprimorar para possibilitar uma maior inclusão dessas crianças.
Neste artigo, vamos destrinchar de forma didática para você entender melhor o que são os transtornos de aprendizagem, quais os seus tipos e como ele afeta o desempenho escolar. Continue a leitura conosco!
O que são os transtornos de aprendizagem?
Os transtornos de aprendizagem são condições de origem neurobiológica que comprometem habilidades cognitivas específicas, como leitura (decodificação), escrita (ortografia, caligrafia) e matemática (raciocínio lógico e cálculo).
No entanto, o surgimento dos transtornos de aprendizagem não têm relação com nível de inteligência, motivação ou oportunidade de ensino.
De acordo com o DSM-5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais), o termo técnico utilizado é Transtorno Específico da Aprendizagem, que se manifesta por dificuldades significativas e persistentes no uso de habilidades acadêmicas, com início geralmente durante os anos escolares.
Como é feito o diagnóstico?
Segundo o DSM-5, para que a pessoa seja diagnosticada com Transtorno Específico da Aprendizagem ela deve apresentar dificuldades persistentes no modo de aprender e no uso de habilidades acadêmicas, mesmo após ter recebido intervenções direcionadas e adequadas por pelo menos seis meses.
Essas dificuldades devem se manifestar em pelo menos uma das áreas abaixo:
- Leitura de palavras imprecisa ou lenta e com esforço (ex.: dislexia);
- Dificuldade em compreender o significado do que é lido;
- Dificuldade com ortografia (ex.: omitir, adicionar ou substituir letras);
- Dificuldade com a expressão escrita (ex.: desorganização de ideias);
- Dificuldade em dominar o senso numérico, fatos numéricos ou cálculos (ex.: discalculia);
- Dificuldade com o raciocínio matemático (ex.: aplicar conceitos ou resolver problemas).
Além disso, essas dificuldades:
- Não podem ser explicadas apenas por deficiência intelectual, deficiência visual ou auditiva, falta de instrução, fatores culturais ou econômicos;
- Devem causar prejuízo significativo no desempenho escolar, profissional ou nas atividades da vida cotidiana;
- Devem ter início durante os anos escolares, ainda que só sejam plenamente manifestadas em demandas mais complexas da vida acadêmica.
O diagnóstico é feito por uma equipe multidisciplinar, que pode incluir:
- Neuropsicólogo, para avaliar o perfil cognitivo e realizar testes;
- Psicopedagogo, para identificar padrões de aprendizagem;
- Fonoaudiólogo, se houver suspeita de alteração na linguagem;
- Neurologista ou psiquiatra, quando necessário.
Essa avaliação inclui entrevistas, testes padronizados, análise do histórico escolar e observação direta da criança.
Tipos de transtornos de aprendizagem
Os tipos de transtorno de ansiedade são subdivididos em três esferas principais: leitura, escrita e matemática. As dificuldades podem ocorrer isoladamente ou em combinação, e cada um deles apresenta características específicas que ajudam na identificação clínica.
A seguir, detalhamos os principais tipos de transtornos de aprendizagem, com base nas esferas afetadas.
Dislexia
É o tipo mais conhecido e estudado. A dislexia é caracterizada por dificuldades na decodificação de palavras, reconhecimento automático de palavras escritas e fluência leitora, mesmo com instrução adequada.
Sinais mais comuns:
- Trocas ou omissões de letras durante a leitura;
- Leitura silabada, lenta e com esforço;
- Dificuldade em associar sons às letras (consciência fonológica);
- Pouca compreensão do texto lido, mesmo em voz alta;
Disgrafia
Refere-se a dificuldades significativas na composição escrita, que envolvem ortografia, gramática, pontuação, organização e clareza das ideias. A disgrafia, por sua vez, afeta a forma gráfica da escrita (caligrafia e coordenação motora fina).
Sinais mais comuns:
- Escrita desorganizada, ilegível ou excessivamente lenta;
- Troca de letras com sons semelhantes (ex: “g” por “j”);
- Frases curtas e mal estruturadas;
- Erros ortográficos frequentes, mesmo em palavras simples;
- Dificuldade em organizar ideias em parágrafos.
Discalculia
A discalculia envolve dificuldades específicas na aprendizagem de conceitos numéricos, operações básicas, fatos aritméticos e raciocínio matemático.
Sinais mais comuns:
- Dificuldade para compreender a noção de quantidade;
- Erros frequentes em cálculos simples;
- Troca de sinais matemáticos (+, –, ×, ÷);
- Esquecimento da tabuada e de sequências numéricas;
- Dificuldade em resolver problemas com várias etapas.
Outros quadros associados a transtornos de aprendizagem
Além dos tipos principais descritos acima, é comum que os transtornos de aprendizagem apareçam em comorbidade com outros transtornos do neurodesenvolvimento, como:
TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade)
O déficit de atenção afeta os sistemas de atenção, memória de trabalho e função executiva, prejudicando a aprendizagem de forma indireta. Não é um transtorno de aprendizagem por definição, mas pode coexistir com dislexia, discalculia ou disortografia.
Transtorno do Espectro Autista (TEA)
Embora o TEA seja um transtorno do neurodesenvolvimento com critérios próprios, muitas crianças no espectro apresentam dificuldades de aprendizagem escolar, especialmente em leitura e matemática.
Isso ocorre porque o TEA pode comprometer áreas como:
- Linguagem receptiva e expressiva;
- Atenção compartilhada;
- Flexibilidade cognitiva;
- Compreensão de abstrações.
Além disso, o perfil cognitivo irregular (picos e vales) é comum em pessoas autistas, o que significa que podem ter habilidades muito desenvolvidas em algumas áreas e dificuldades marcantes em outras.
Transtorno do Desenvolvimento da Linguagem (TDL)
Pode afetar a compreensão e a produção oral e escrita da linguagem, dificultando o processo de alfabetização e o desenvolvimento acadêmico.
Quais as causas?
Os transtornos de aprendizagem têm origem multifatorial, mas estão diretamente relacionados a fatores neurobiológicos.
Isso significa que não são causados por falta de esforço, preguiça, problemas emocionais ou má qualidade de ensino, embora esses fatores possam agravar o quadro, não são a causa primária.
A seguir, detalhamos os principais fatores associados ao surgimento dos transtornos de aprendizagem:
- Fatores genéticos e hereditários;
- Alterações neurobiológicas no desenvolvimento cerebral;
- Fatores pré, peri e pós-natais;
- Comorbidades com outros transtornos do neurodesenvolvimento (TEA, TDAH ou TDL, por exemplo).
Transtorno de aprendizagem e desenvolvimento escolar
Receber o diagnóstico de um transtorno de aprendizagem pode causar um misto de alívio e preocupação para pais e responsáveis. Para o estudante, esse momento é decisivo: pode ser o ponto de partida para uma trajetória escolar mais justa e adaptada ou, se mal conduzida, pode gerar estigmas e retraimento.
Entretanto, um diagnóstico claro, realizado por profissionais especializados, permite o reconhecimento oficial das dificuldades e permite que os pais tenham a consciência da possibilidade de adaptações pedagógicas e suporte específico. Isso pode incluir:
- Acesso a planos de ensino personalizados;
- Adaptações em avaliações (ex: mais tempo para provas, leitura oral de enunciados);
- Apoio psicopedagógico ou tutorias especializadas;
- Mudanças na forma de apresentação dos conteúdos (uso de recursos visuais, apoio multisensorial, entre outros).
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Na LUMA Ensino, entendemos que transtornos de aprendizagem não são barreiras, mas sinalizações de que a criança precisa de um caminho diferente, feito sob medida para o seu cérebro, seu tempo e seu jeito de aprender.
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